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A imprensa de oposição e a violência contra mulheres nas ditaduras do Brasil e do Uruguai (1964-1985)

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2014. / Made available in DSpace on 2015-02-05T20:29:35Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2014 / Os objetivos desta pesquisa são levantar, a tipologia das violências sofridas pelas militantes que foram publicadas nos jornais ? e por fazer uma análise relacional, as violências sofridas pelos homens também -, e as possíveis motivações que levaram os redatores a publicarem as mesmas. Identificar se os escritores dos jornais se utilizaram de construções de gênero nos seus discursos, e se eles incorporaram aos textos falas de outras pessoas ou instituições que se alinhavam ou não aos ideários das organizações de esquerda, para sensibilizar o público no intuito de convencê-los a aderirem à sua luta, tanto de oposição quanto de resistência contra as ditaduras do Brasil e do Uruguai entre 1964 e 1985. E para tanto, levantar o modelo cultural predominante nos países envolvidos na pesquisa para relacioná-lo com a forma com que se apresentaram as notícias nas publicações examinadas. Os jornais pesquisados foram: Repórter, Marcha, A Classe Operária e Compañero, Os dois primeiros circulavam autorizados pelos governos e os últimos eram clandestinos. Livros de memórias e entrevistas auxiliaram, principalmente, na compreensão das situações vivenciadas pelas mulheres nas relações com os companheiros das organizações de esquerda, e nas situações de violência nos órgãos de repressão. Utilizarei, para as análises, metodologias da História Oral, pois trabalharei com algumas entrevistas e livros de memórias, da História Comparativa, já que os dois países atravessaram no mesmo período situações de repressão muito semelhantes, fatos que tornam a comparação uma ferramenta apropriada para perceber as similitudes e diferenças das redações dos jornais, e dos Estudos de Gênero, para entender os discursos acerca da atuação e percepção de funções de mulheres e homens naquelas sociedades. Pude perceber na pesquisa que os redatores dos jornais utilizaram discursos de instituições e pessoas, algumas vezes alheias aos ideais das organizações, para respaldar seus discursos, houve pouca utilização de construções de gênero, o que evidencia que a mídia alternativa estava atenta às transformações que estavam acontecendo no mundo em relação ao acesso das mulheres às instâncias que antes eram exclusivas dos homens, como a vida política, por exemplo. E houve certo silenciamento em relação às denúncias das violências sexuais sofridas pelas mulheres.<br> / Abstract : The objectives of this research are to raise from the complaints in the newspapers, the types of violence suffered by militants - and to make a relational analysis, violence suffered by men too - and the possible motivations that led the editors to publish them. Identify if the writers of the newspapers were used for constructions of gender in their speeches, and they incorporated to the texts speak of other people or institutions or were or not lined up to ideals of the leftist organizations, to raise public awareness in order to convince them accede to their struggle, both the opposition and resistance against dictatorships in Brazil and Uruguay between 1964 and 1965. And for both, raise the predominant cultural model in the countries involved in research to relate it to the way the news is presented in the publications examined. The newspapers surveyed are: Repórter, Marcha, A Classe Operária and Compañero, The first two circled authorized by governments and the last were illegal. Memoirs and interviews helped, especially in understanding the situations experienced by women in relationships with peers of leftist organizations, and in situations of violence in the organs of repression. I will use for the analyzes, the methodologies of Oral History, as work with some interviews and memoirs, the Comparative History, as both countries experienced in the same period situations very similar repression, facts that make the comparison an appropriate tool to understand the similarities and differences of editorial offices, and Gender Studies to understand the discourses on performance and perceived roles of women and men in those societies. I could see in the research that editors of newspapers used discourses of institutions and individuals, sometimes unrelated to the ideals of organizations to support their speeches, there was little use of gender constructions, what evidence that the alternative media was attentive to changes that were happening in the world in relation to women's access to instances that were previously exclusive to men, as politics, for example. And there was a certain silencing in relation to allegations of sexual violence suffered by women.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/128921
Date January 2014
CreatorsNascimento, Mirian Alves do
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Wolff, Cristina Scheibe
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format238 p.| il.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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