No presente estudo, duas espécies nativas, Hydra viridissima Pallas, 1766 e Hydra salmacidis Silveira, Gomes e Silva, 1997 foram estudadas visando obter informações sobre a biologia, a ecologia e a potencialidade destas espécies como organismos-teste em estudos ecotoxicológicos. Para isso, foram avaliados alguns aspectos de seus ciclos de vida, como as taxas de crescimento individual e populacional por meio do cultivo das hidras em laboratório, e foram investigados seus potenciais predadores e presas preferenciais dentre os principais componentes da comunidade de invertebrados aquáticos, presentes em corpos de água doce similares aos ambientes onde as espécies ocorrem naturalmente. Avaliou-se também o efeito de diferentes agentes tóxicos, tais como metais, sais, fármacos e surfactantes, às espécies estudadas, bem como seus efeitos sobre a capacidade de regeneração destas hidras. Além disso, avaliou-se a toxicidade de cianotoxinas e de amostras ambientais de água e sedimento aos organismos. Os resultados indicaram que macroinvertebrados, como as ninfas de Odonata, as larvas do Diptera Chaoborus sp. e os Copepoda Cyclopoida, além do peixe Poecilia reticulata, usuais predadores de invertebrados em águas doces, não consumiram as hidras, e que H. viridissima tem como presas preferenciais as fases jovens dos copépodos calanóides e pequenos cladóceros, enquanto que H. salmacidis, além destas presas, também tem preferência pelos organismos adultos dos copépodos calanóides. Os tempos de geração obtidos para as espécies de Hydra não diferiram significativamente entre si (5,2 ± 1,14 e 5,2 ± 0,79 dias para H. viridissima e H. salmacidis, respectivamente) e foram relativamente curtos, enquanto que H. viridissima apresentou um tempo de duplicação da população (6,38 ± 2,40 dias) significativamente maior do que H. salmacidis (4,11 ± 0,21 dias). Em relação à sensibilidade das hidras aos agentes tóxicos, as duas espécies foram bastante sensíveis quando comparadas a espécies de outros grupos de invertebrados rotineiramente utilizados como organismos-teste, e ora uma, ora outra espécie teve maior sensibilidade aos agentes tóxicos testados. Estas espécies nativas de Hydra são bastante adequadas para os estudos ecotoxicológicos por serem facilmente cultivadas, com baixo custo, e por responderem por meio de modificações morfológicas graduais às condições de crescente toxicidade, evidenciando, além das concentrações letais, as concentrações subletais de agentes tóxicos ou amostras ambientais. São, portanto, excelentes organismos-teste e devido à sua capacidade de regeneração podem ser utilizadas como indicadores de toxicidade. / In the present study, two native species, Hydra viridissima Pallas, 1766 and Hydra salmacidis Silveira, Gomes and Silva, 1997 were studied regarding their biology, ecology and performance as test organisms for ecotoxicological studies. Aspects of their life cycle such as individual and population growth rates were assessed by culturing them in the laboratory, and their potential predators and preferential preys were investigated among the main components of communities from water bodies similar to those in which the hydras naturally occur. Several acute ecotoxicological tests were performed to assess the effect of different compounds such as metals, salts, pharmaceuticals and surfactants to Hydra species. The effect of these toxicants on Hydra regeneration ability was also assessed. Besides that, tests were performed with cianotoxins and environmental samples of water and sediments. The results indicated that macroinvertebrates such as Odonata nymphs, Chaoborus sp. larvae (Diptera), Cyclopoida copepods, and the guppy Poecilia reticulata, usually predators of invertebrates in freshwaters, did not consume the hydras. It was also found that H. viridissima has positive food selection for the nauplii and copepodites of calanoid copepods and small cladocerans, whereas H. salmacidis, besides these preys, also have preference for adult calanoid copepods. Generation times did not significantly differ between the species of Hydra (5.2 ± 1.14 and 5.2 ± 0.79 days for H. viridissima and H. salmacidis, respectively) and were relatively short. H. viridissima had a population doubling time (6.38 ± 2.40 days) significantly longer than that of H. salmacidis (4.11 ± 0.21 days). Both species of Hydra had high sensitivity to the toxicant compounds tested when compared to other species of invertebrate groups routinely used as test organisms. Regarding the sensitivity to the compounds tested, one or the other species can be more sensitive depending on the compound. These native species of Hydra are suitable for as test organisms because: they can be easily and low costing laboratory cultured, and they respond to increasing toxicity by gradually changing their morphology showing lethal or sublethal effects of toxicants or contaminated environmental samples. They are therefore excellent test organisms and due to their ability to regenerate they can be used as toxicity indicators.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-25042011-092531 |
Date | 18 February 2011 |
Creators | Fernanda Cristina Massaro |
Contributors | Odete Rocha, Evaldo Luiz Gaeta Espindola, Ana Teresa Lombardi, Alessandro Minillo, Regina Teresa Rosim Monteiro |
Publisher | Universidade de São Paulo, Ciências da Engenharia Ambiental, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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