Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Florianópolis, 2010 / Made available in DSpace on 2012-10-25T06:00:33Z (GMT). No. of bitstreams: 1
282497.pdf: 902239 bytes, checksum: c406dc6c37062cb5fc56dadf3c6bff75 (MD5) / O hábito de assistir à televisão tem sido associado com o desenvolvimento de hábitos alimentares não saudáveis, em função de a maioria dos produtos alimentares anunciados terem, em sua composição, elevados teores de açúcar, gordura e sal. A televisão também tem sido apontada como estimuladora de compras por crianças, uma vez que estas vêm comportando-se cada vez mais como verdadeiras consumidoras. Estudos que avaliam o comportamento consumidor infantil são realizados principalmente pela indústria. Academicamente pouco se sabe sobre como os hábitos de consumo das crianças brasileiras são influenciados pela televisão, especialmente as de baixo nível socioeconômico. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a relação entre o hábito de assistir à televisão, o comportamento consumidor e os hábitos alimentares de estudantes de sete a dez anos de idade. Para tanto, foram conduzidos onze grupos focais com 54 estudantes (24 meninos e 30 meninas) de uma escola pública de Florianópolis, formados por 4-6 participantes, separados por sexo e idade. As entrevistas foram gravadas, transcritas verbatim e analisadas pela técnica de análise de conteúdo. O hábito de assistir à televisão está muito presente na rotina dos estudantes, os quais disseram consumir guloseimas diariamente. De acordo com a percepção deles, seus pais interferem pouco sobre o tempo e os programas assistidos, bem como acerca de seus hábitos alimentares. A disponibilidade pareceu ser um estímulo ao consumo de frutas e hortaliças. A maioria dos estudantes declarou ter dinheiro e gastar especialmente com guloseimas. Eles reconhecem que a televisão influencia seu desejo pelos produtos anunciados, os quais frequentemente não são adquiridos devido à falta de condições financeiras. Os resultados demonstram uma situação de excesso, tanto no hábito de assistir à TV como no consumo de guloseimas. No entanto, a compra e o consumo de guloseimas estiveram mais associados à disponibilidade de dinheiro para gastar. O hábito de ver televisão foi reconhecido como motivador do desejo de adquirir os produtos anunciados, mas não ao ato de compra consumado, em função do reduzido poder aquisitivo. A oferta de frutas e verduras no ambiente escolar e em programas de apoio a crianças carentes é de grande valia para a promoção do consumo; contudo, não é suficiente e não substitui a função dos pais como educadores nutricionais. É possível que os estudantes estejam sendo pouco estimulados ao consumo de alimentos saudáveis por receberem poucos exemplos para essa prática dentro de casa. A publicidade, por meio das propagandas de televisão, esteve associada com decepção e frustração entre os estudantes de baixa renda. Cabe destacar a necessidade de políticas públicas que promovam e incentivem o consumo de uma dieta mais saudável, que atinjam também os pais, uma vez que estes são os principais responsáveis de disponibilidade e preparo dos alimentos além de representarem um exemplo para os filhos. A regulamentação da publicidade igualmente se faz necessária para alcançar os objetivos de promoção de uma dieta mais saudável visto que a televisão estimula o desejo pelos produtos anunciados. Em razão do alcance e persuasão desta, sugere-se que seja utilizada para incentivar hábitos alimentares saudáveis.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/94060 |
Date | 25 October 2012 |
Creators | Nascimento, Amanda Bagolin do |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Fiates, Giovanna Medeiros Rataichesck |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | 72 f.| il., tabs. |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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