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Os DJs da perifa : música eletrônica, mediação, globalização e performance entre grupos populares em São Paulo

Com objetivo de contribuir para a compreensão antropológica da experiência urbana nas grandes cidades contemporâneas, este estudo aborda o tema da construção e reconstrução das trajetórias individuais e coletivas entre grupos populares, dialogando com a literatura contemporânea das Antropologias da Performance, Música, Globalização, Prática e Urbana. Faz isso evocando os sentidos de: “ser DJ (disc-jóquei)”, tocar música eletrônica (drum & bass e techno), realizar e participar de festas, para indivíduos residentes nas periferias urbanas de São Paulo, mostrando como estes sentidos são por eles construídos, estando permeados por questões de classe, etnia/raça, gênero e geração. O estudo descreve e analisa as trajetórias de nove DJs em diferentes momentos de suas carreiras, procurando situá-las no cenário etnográfico da pesquisa, reconstruído com descrições de campo e com o auxílio das narrativas dos vinte e cinco DJs entrevistados. Mostra que, embora haja diferentes modos de equilibrar o antagonismo percebido entre, por um lado, “ser DJ”, e por outro, ser um trabalhador de baixa qualificação (auxiliar de escritório, entregador, confeiteira, cobrador de ônibus, etc.), “ser DJ” representa um desvio em relação ao conceito dominante de trajetória no mundo sociocultural no qual foram socializados. Este desvio, por sua vez, seria potencializado/produzido pela mediação do caráter crítico, “estranho”, da música eletrônica – linguagem musical e performática globalizada – para a sensibilidade, esquemas interpretativos e categorias de entendimento dominantes entre os grupos populares de São Paulo, o que parece ser, para os seus adeptos, o principal apelo deste tipo de linguagem expressiva. / In attempting to contribute to the anthropological understanding of the urban experience at the contemporary big cities, the study approaches the issue of construction and reconstruction of individual and collective trajectories among working classes, setting up a theoretical dialogue with the fields of Anthropology of Performance, Music, Globalization, Practice and Urban Anthropology. It realizes that by evoking the meaning of being a “DJ”, performing electronica (drum & bass and techno) and promoting parties, for individuals dwelling in the urban peripheries of São Paulo, thereby showing how these meanings are constructed by them, intertwined with issues of class, ethnicity/race, gender and generation. The study depicts and analyses the trajectories of nine DJs in different moments of their careers, attempting to situate them into the ethnographical scenario through its reconstruction by field descriptions and narratives of twenty-five DJs. It shows that, despite the different ways to balance the antagonism perceived between, by one hand, “being a DJ”, and by the other, being a low-qualified worker (office boy, deliver boy, baker, bus cashier, etc.), “being a DJ” represents a deviation against the dominant concept of trajectory for the socio-cultural world within which they were socialized. That deviation would be potentialized/achieved through the mediation of the “strange”, critical character of electronica – a musical and performative globalized language – to the dominant sensibility, interpretive schemas and categories of understanding among the working classes of São Paulo, which seems to be the main appeal of this kind of expressive language for its adepts.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/14398
Date January 2008
CreatorsFontanari, Ivan Paolo de Paris
ContributorsLucas, Maria Elizabeth da Silva
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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