Orientador: João Ernesto de Carvalho / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias Medicas / Made available in DSpace on 2018-07-23T06:46:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 1997 / Resumo: A Artemisia annua L. (Asteraceae) é originária de regiões de clima temperado da Ásia e tem sido utilizada pela medicina tradicional chinesa há vários séculos no tratamento da malária. Esta atividade é - devida à presença de uma lactona sesquiterpênica na espécie, denominada artemisinina. Outra espécie deste gênero, a Artemisia douglasiana, apresentou atividade antiulcerogênica em modelo de úlcera induzida por etanol, devido à presença da dehidroleucodina, substância também pertencente à classe das lactonas sesquiterpênicas. Portanto, os objetivos deste trabalho foram a avaliação da atividade antiu1cerogênica da Artemisia annua, a determinação de frações e ou princípios ativos e ainda, a sugestão de um provável mecanismo de ação antiulcerogênica. F oram utilizadas, para a obtenção dos extratos brutos (EBs) e frações, as partes aéreas e as raízes da espécie, separadamente. Os extratos brutos de ambas as partes, apresentam atividade antiu1cerogênica equivalente em modelo de úlcera induzida por indometacina, porém o trabalho com as raízes é mais vantajoso, pois estas não apresentam clorofila e graxas, substâncias que dificultam a separação dos princípios ativos e não apresentam interesse farmacológico específico. Os mecanismos de ação antiulcerogênica envolvem os fatores que controlam a secreção ácida ou aqueles que promovem a citoproteção, aumentando a resistência da mucosa contra agentes agressores ou ainda, limitando o acesso destes agentes a ela. A ação antisecretória da Artemisia annua foi avaliada em modelo de ligadura do piloro com e sem o tratamento com histamina, substância de conhecida atividade estimulatória da secreção ácida. O tratamento intraduodenal com o EB diclorometânico das raízes não alterou o volume e a concentração hidrogeniônica do conteúdo gástrico nos grupos de animais tratados e não tratados com a histamina. Alguns extratos e frações foram ativos em modelo de úlcera induzi da por etanol, sugerindo a participação de algum mecanismo citoprotetor. A fração enriquecida em lactonas sesquiterpênicas foi ativa neste modelo quando administrada por via subcutânea, descartando a hipótese de citoproteção adaptativa, um efeito local e inespecífico, no qual substâncias ligeiramente irritantes da mucosa podem desencadear a produção de prostaglandinas. Alguns mecanismos citoprotetores foram avaliados. Entre eles, a participação do óxido nítrico (NO), substância endógena que aumenta a resistência da mucosa por, promover a vasodilatação, aumentando o fluxo sanguíneo local. Em modelo de úlcera induzi da por etanol com administração prévia de L-name, um inibidor da NO sintase, a fração de média polaridade (FPM), obtida da fração enriquecida em lactonas sesquiterpênicas, manteve sua atividade antiulcerogênica, sugerindo que esta atividade não está relacionada com o óxido nítrico. Outra hipótese seria a interferência com os grupos sulfidrila não protéicos da mucosa. Estas substâncias, provavelmente promovem citoproteção por atuarem junto à microvasculatura, diminuindo o aumento da permeabilidade vascular ou ainda por impedir o ataque de radicais livres sobre a mucosa. Para isto, foi utilizado o modelo de úlcera induzida por etanol, com administração prévia de N-etilmaleimida, um alquilante de grupos sulfidrila. Nestas condições, o tratamento oral com o EB diclorometânico das raízes manteve a atividade, sugerindo que estas substâncias também não estão envolvidas no processo de citoproteção. As prostaglandinas são substâncias importantes no processo de citoproteção gástrica, mediando principalmente a produção de muco e bicarbonato. A participação destas substâncias foi avaliada em modelo de úlcera induzi da por etanol, com e sem a administração prévia de indometacina, uma droga antiinflamatória não esteroidal, que inibe a ciclooxigenase, enzima envolvida na síntese de prostaglandinas. Nos grupos que não receberam a indometacina, o EB diclorometânico das raízes e a FPM apresentaram atividade antiulcerogênica, sendo que esta atividade desapareceu quando foi realizado o tratamento prévio com a indometacina. Este resultado sugere que o mecanismo de ação antiulcerogênica do(s) princípio(s) ativo(s) da Artemisia annua está diretamente relacionado com a síntese de prostaglandinas. Esta hipótese foi reforçada quando o muco protetor aderido à mucosa foi quantificado, tendo sido observado um aumento na produção de muco nos grupos de animais tratados com a FPM por via oral / Abstract: Artemisia annua L., (Asteraceae) has been used by Chinese folk medicine for many centuries to treat malaria. The plant's activity was attributed to artemisinine, a sesquiterpene lactone with an endoperoxide group. A great number of Artemisia species have shown to be a rich source of sesquiterpene lactones. Dehydroleucodine, a sesquiterpene lactone from A. douglasiana displayed antiulcer activity. This fact stimulated us to evaluate the antiulcer activity of A annua leading to the identification of an active fraction of the plant extract as well as a probable pharmacological mechanism. No activity was detected on indomethacin induced ulcer models when treated with an enriched flavonoid fraction or artemisinine, artemisininc acid and artenuin b isolated from A annua. The resulting aqueous and dichloromethanic fractions from crude ethanolic extract of A. annua roots, were administrated orally, on indomethacin induced ulcers in rats. The dich1orometanic fraction revealed antiulcerogenic activity, whereas the aqueous fraction showed none. Antiulcer activity was also present when the former fraction was tested under the same conditions with ethanol and reserpine ulcer models. Comparison of a crude dichloromethanic extract from roots with that of the resulting dich1orometanic fraction, obtained from hydroalcoholic extract from roots was administrated orally, on indomethacin induced ulcer model, indicating that the former had better activity reducing the ulcerative lesion index (ULI). This suggested that the direct extraction with dich1oromethane was more efficient to extract the active principles. Intraduodenal administration of crude dich1oromethanic extract on pyloric ligation inodel in mice was adopted to evaluate gastric acid secretion activity. This extract did not modify the secretion volume and the hydrogenionic concentration of gastric content with or without the previous treatment of animals with histamine, a substance with known stimulant activity on acid secretion through H2 receptors stimulation. From the aerial parts of the plant two types of crude extracts were prepared, an ethanolic and dich1oromethanic one. Each crude extract and its respective fractions were administrated orally on indomethacin induced ulcer model. The dich1oromethanic extract was' more active than the ethanolic extract. On the other hand, on1y the hexanic and acetonitrilic fractions from both crude extracts presented antiulcerogenic activity. A fraction enriched in sesquiterpenelactones, from aerial parts of A. annua was administrated orally on indomethacin induced ulcer, reducing the ULI. This fraction was partitioned on a chromatographic filtration column containing silicagel as stationary phase. This column was eluted with three different polarity solvents, hexane, hexane: ethyl acetate 15%, ethyl acetate resulting in three fractions, named apoIar, medium polarity and polar. When these fractions were administrated orally on indomethacin induced ulcer, only the apoIar and medium polarity fractions, inhibited the ULI. To verify the sulthydryl group involvement on cytoprotection afforded by crude dich1oromethanic extract of A. annua, the extract was submitted to ethanol induced ulcer, with previous treatment of N-ethylmaleimide, a lmown alkylator of sulfhydryl groups. Under these conditions, the extract maintened its antiulcerogenic activity. This suggested that the sulthydryl groups were not involved on antiulcerogenic activity. The participation of nitric oxide was evaluated on ethanol induced ulcer model with previous administration of L-name, an inhibitor of NO-sinthase. Under these conditions, the medium polarity fraction presented ULI inhibition; therefore, nitric oxide was not involved on antiulcerogenic activity of A. annua. To evaluate the prostaglandins participation on cytoprotection afforded by A. annua, the crude dichloromethanic extract from roots and medium polarity fraction from aerial parts were submitted to ethanol induced ulcer with and without the previous treatment with indomethacin, a drug that inhibit the cyc1ooxigensae, enzyme involved in prostaglandins synthesis. Without indomethacin, the dich1oromethanic extract and medium polarity fraction inhibited the ULI. Whereas with indomethacin, both of them lost their antiulcerogenic activity, suggesting that the probable pharmacological mechanism of A. annua is to increase prostaglandin levels of gastric mucosa. This hypothesis was corroborated by the high quantity of adherent mucus observed when medium polarity fraction was orally administrated. / Mestrado / Farmacologia / Mestre em Ciências Médicas
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/309817 |
Date | 29 October 1997 |
Creators | Dias, Patricia Correa |
Contributors | UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Carvalho, João Ernesto, 1954-, Antunes, Edson, Bacchi, Elfriede Marianne |
Publisher | [s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas, Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | 85f. : il., application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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