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[pt] A QUESTÃO DA MÚSICA HOJE: FONOGRAMA, CRISE E INSTANTE / [en] THE QUESTION OF MUSIC TODAY: SOUND RECORDING, CRISIS AND INSTANT

[pt] O que significaria, se a otimização do sistema capitalista, através do processo competitivo e da inovação tecnológica, alcançasse uma produtividade extrema e fizesse que o lucro, o sangue que dá vida ao capitalismo, secasse? A questão da música hoje está atrelada à digitalização do fonograma, e à desmaterialização da mercadoria musical, no período em torno da passagem do milênio. A pesquisa coloca a possibilidade de que o campo da música tenha chegado aos limites de um percurso previsto por Marx, no aumento contínuo da competição e da produtividade como eixo da sociedade moderna. Por outro lado, as manifestações musicais mais marcantes do século XX, ao explorarem uma sensibilidade ao instante, contribuíram para a formação de uma temporalidade e mentalidade neoliberal. A partir das propostas do economista francês Jacques Attali, de que a música pode ser uma ferramenta teórica capaz de antecipar futuros desenvolvimentos históricos e sociais, o trabalho traz as ideias do teórico político alemão Robert Kurz, do grupo da Crítica do Valor, de atualização da concepção marxista, privilegiando o ponto de vista de músicos e profissionais do áudio. O trabalho se dedica a uma análise da trajetória do fonograma no século XX, pela história das tecnologias de gravação de áudio e de três gravações emblemáticas da cultura musical popular de língua inglesa. Houve uma democratização na escuta e no acesso, o músico adquiriu autonomia, valorizou sua voz própria e aprendeu a se gerenciar como produtor, no instante em que seu produto perdia o valor; em seu processo de emancipação, paradoxalmente, o músico contribuiu para uma nova forma de sujeição. / [en] What would it mean if the optimization of the capitalist system, through its competitive process and technological innovation, would have reached a point of extreme productivity caused profit, the lifeblood of capitalism, to dry up? The main question of music today is linked to the digitalization of the sound recording, and the dematerialization of the music merchandise, around the turn of the millennium. This research is dedicated to an analysis of the trajectory of the sound recording in the 20th century, through a short history of audio recording technologies and an analysis of three emblematic recordings of English-speaking popular musical cul-ture. The work crosses French economist Jacques Attali’s ideas that music can be a theoretical tool capable of anticipating future historical and social developments, and the ideas of German political theorist Robert Kurz, the main author of the Value Critiscism group. Privileging the point of view of musicians and audio profession-als, the investigation is set to check whether the field of music has traveled and reached the limits of a path foreseen by Marx, in the dynamics of competition and continuous increase of productivity as the axis of modern society. Also, whether the most striking musical manifestations of the 20th century, by exploring a sensi-tivity to the moment, to the instant, contributed to the formation of a neoliberal temporality and mentality. There was a democratization in listening and manipulat-ing sounds, musicians acquired autonomy, were able to value their own voice and learned how to manage themselves as producers at the same moment that the prod-uct of their labour lost form and value. In his process of emancipation, paradoxi-cally, the musician contributed to a new form of subjection.

Identiferoai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:63577
Date07 August 2023
CreatorsHENRIQUE COSTA LIMA
ContributorsHENRIQUE ESTRADA RODRIGUES
PublisherMAXWELL
Source SetsPUC Rio
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
TypeTEXTO

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