Return to search

Oferta de moeda endógena e taxa de juros exógena : as visões keynesiana e pós-keynesianas

Este trabalho pretende abordar a teoria monetária sob a ótica keynesiana. A partir da análise da obra de John Maynard Keynes, apresenta os principais pontos sobre os quais a teoria pós-keynesiana irá se embasar. Mostra como a endogeneidade da moeda se transforma em um ponto fundamental da teoria pós-keynesiana, após o trabalho seminal de Nicholas Kaldor. Seria responsabilidade de Basil Moore o aprofundamento dessas ideias, condensadas sob a forma da total endogeneidade da moeda e da exogeneidade da taxa de juros, que se torna o instrumento prevalecente de política monetária. Tal vertente ficou denominada como horizontalista. A partir da crítica a esse posicionamento, formou-se a abordagem estruturalista, aqui representada por Stephen Rousseas e fortemente influenciada por Hyman Minsky. O presente trabalho propõe que o desenvolvimento concomitante das duas vertentes tem aproximado os teóricos de cada abordagem. Nesse ínterim, com base nos trabalhos de Mark Setterfield e Giuseppe Fontana, apresenta uma proposta definitiva de conciliação entre o horizontalismo e o estruturalismo a partir da incorporação da dinâmica de formação da oferta de moeda. Com isso, permite a análise de casos especificamente localizados no tempo e no espaço, de forma que consegue incorporar os principais pontos elaborados anteriormente por Keynes. A fim de conciliar o desenvolvimento da teoria com a construção de políticas monetárias, procede com a aplicação no caso brasileiro pós-Plano Real. A análise permite mostrar a presença de características estruturalistas e horizontalistas, transparecendo o benefício que uma teoria que concilie as duas vertentes presta para a teoria econômica. Além disso, mostra como o Novo Consenso Monetário, aqui representado apenas pelo modelo de Metas de Inflação, aparenta incorporar a crítica pós-keynesiana, porém ainda se prende com afinco aos cânones que são justamente a base da crítica. Por fim, ressalta a importância de se perceber a definição exógena da taxa de juros como um elemento fundamental e inevitável da influência política nas decisões econômicas. / This study addresses the monetary theory in a Keynesian perspective. Starting from the John Maynard Keynes’ analysis, it presents the main issues upon which the post-Keynesian theory is based. It shows how the endogenous money supply becomes a key point of the post-Keynesian theory after the seminal work of Nicholas Kaldor. Basil Moore would be responsible to deepen these ideas, condensed in the form of the total endogenous money supply and interest rate exogeneity, which becomes the prevailing monetary policy instrument. This strand was referred to as horizontalist. Starting from the criticism of this posture, structuralist approach was formed, and is represented here by Stephen Rousseas, although strongly influenced by Hyman Minsky. The present work proposes that the concurrent development of the two approaches has gradually approximated both strands. Therefore, based on the work of Giuseppe Fontana and Mark Setterfield, it presents a definitive proposal for reconciling horizontalism and structuralism through the incorporation of the money supply dynamics. This allows analyses of specifically localized cases, so that it can incorporate the main points previously established by Keynes. In order to reconcile theoretical development with the construction of monetary policy, it proceeds with the application to the Brazilian case after the Plano Real. The analysis allows showing the presence of structuralist and horizontalist characteristics, demonstrating the benefit that a theory that reconciles both approaches provides for economic analysis. Furthermore, it shows how the New Monetary Consensus, represented here only by Inflation Targeting model, appears to incorporate post-Keynesian critique, but still holds tight to the canons which were precisely the basis of criticism. Finally, it emphasizes the importance of realizing the exogenous determination of interest rates as a fundamental and inevitable element of political influence on economic decisions.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/109283
Date January 2014
CreatorsPaim, Bruno
ContributorsFerrari Filho, Fernando
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0061 seconds