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Utilização do composto residual da produção de cogumelos na fertilização de alface (Lactuca sativa L.) e seu potencial na biorremediação de solos

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia / Made available in DSpace on 2012-10-22T10:50:24Z (GMT). No. of bitstreams: 1
225094.pdf: 1687690 bytes, checksum: 54b3573ab2cb2ccba2022d5dd15227c9 (MD5) / A produção de cogumelos vem aumentando no Brasil, sendo Agaricus brasiliensis, Lentinula edodes e Pleurotus ostreatus três das espécies mais cultivadas. Após a produção são gerados montantes relevantes de resíduos orgânicos pré-degradados (substrato em que o fungo foi cultivado), geralmente descartados como lixo. Este material é denominado "composto residual" da produção de cogumelos (CR), podendo, quando indevidamente disposto no ambiente, causar poluição e desconfigurações ambientais. No presente trabalho, com o objetivo de identificar finalidades e valorizar CRs produzidos em Santa Catarina, avaliou-se a utilização do CR de A. brasiliensis (com camada de cobertura à base de solo e de turfa) e de L. edodes, como fertilizante orgânico e condicionador de solo no cultivo de alface (Lactuca sativa). Também foi avaliado o potencial, concomitante à fertilização, destes CRs e do CR de P. ostreatus na biorremediação de solos contaminados por xenobióticos, analisando-se parâmetros microbiológicos, metabólicos e enzimáticos (lacase). Os CRs de A. brasiliensis, tanto com camada de cobertura de solo como de turfa, proporcionaram o maior desenvolvimento de L. sativa nas concentrações de 5 e 10% (peso seco). Na adição de 10% deste CR, com camada de cobertura à base de turfa e de solo, respectivamente, o peso seco aéreo vegetal foi 2,2 e 2,8 vezes superior ao controle (solo), e 1,3 e 1,7 vezes superior à fertilização química (NPK). Adições mais elevadas (25 e 40%) proporcionaram um menor peso seco de L. sativa, mas proporcionaram elevação do teor de proteínas e de clorofila. O CR de L. edodes, nas proporções de 5, 10 e 25%, proporcionou um efeito negativo no desenvolvimento de alface, tanto no que se refere ao peso seco e área foliar, como no teor de clorofila e de proteínas. Os CRs dos três fungos selecionados apresentaram uma maior número de microorganismos e uma maior taxa metabólica (respiração microbiana) em relação a outros dois solos avaliados, assim como a manutenção da atividade da lacase ao longo de dois meses (exceção do CR de L. edodes, que apresentou atividades muito baixas) - o que contribui para acelerar a biodegradação de xenobióticos no solo. Na análise "in vitro" do potencial dos três fungos para biorremediação de um herbicida comercial à base de atrazina, analisou-se previamente a tolerâcia às concentrações de 1, 5, 10, 25 e 50µg/ml em meio BDA - constatando o crescimento dos três fungos em todas as concentrações. Na avaliação da biotransformação de atrazina em meio BDA com diferentes valores de pH, todas as espécies transformaram o herbicida, com as maiores taxas para A. brasiliensis (31 e 35%) ao final de 30 dias de cultivo - fato que evidencia o potencial das espécies e dos respectivos CRs na biorremediação de solos contaminados com agrotóxicos como a atrazina. Não houve indução da atividade da lacase pela presença de atrazina, porém a enzima pode estar envolvida na biotransformação. Conclui-se que o CR de A. brasiliensis apresentou viabilidade para utilização como fertilizante e condicionador de alface, especialmente nas doses de 5 e 10%. O potencial de biorremediação de xenobióticos como atrazina também foi constatado para este CR e para esta espécie fúngica, assim como para as demais (P. ostreatus e L. edodes).

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/88577
Date January 2006
CreatorsRibas, Liz Cristina Camargo
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Mendonça, Margarida Matos de, Soares, Carlos Henrique Lemos
PublisherFlorianópolis, SC
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatxvi, 150 f.| ils., grafs., tabs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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