Submitted by Renata Lopes (renatasil82@gmail.com) on 2016-05-19T18:28:27Z
No. of bitstreams: 1
lademirrenatopetrich.pdf TESE.pdf: 753889 bytes, checksum: 53aab563f1e0f89e474c1d19f93544e6 (MD5) / Approved for entry into archive by Adriana Oliveira (adriana.oliveira@ufjf.edu.br) on 2016-07-01T19:25:45Z (GMT) No. of bitstreams: 1
lademirrenatopetrich.pdf TESE.pdf: 753889 bytes, checksum: 53aab563f1e0f89e474c1d19f93544e6 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-07-01T19:25:45Z (GMT). No. of bitstreams: 1
lademirrenatopetrich.pdf TESE.pdf: 753889 bytes, checksum: 53aab563f1e0f89e474c1d19f93544e6 (MD5)
Previous issue date: 2012-02-28 / A filosofia pós-kantiana viu-se no desafio de solucionar as dualidades oriundas da Crítica da
Razão Pura e dar ao projeto crítico um aspecto positivo. Arthur Schopenhauer está inserido
neste contexto, considerando a si mesmo o genuíno herdeiro de Kant e o único capaz de dar
continuidade ao projeto crítico. Apoiando-se na primeira edição da Crítica, Schopenhauer se
utiliza da distinção kantiana entre fenômeno e coisa-em-si para decifrar o “enigma do
mundo”. A conclusão a que chega é a de que o mundo somente é compreendido a partir de
duas verdades complementares: do ponto de vista gnosiológico, o mundo é representação; do
ponto de vista metafísico, o mundo é Vontade. A Vontade se espelha no mundo objetivandose
em inúmeros graus na natureza, dos quais o ser humano é sua cópia mais perfeita. É
também no ser humano que a Vontade toma consciência de si e se descobre como fonte
infindável de desejos, sendo a raiz de todo conflito e de todo sofrimento (é o pessimismo
metafísico). É preciso haver uma redenção! A libertação é possível naqueles que têm o
“conhecimento melhor”, de forma parcial na contemplação estética e definitivamente na
negação da Vontade. No processo de descrição de seu sistema filosófico, Schopenhauer
define o que pensa sobre as religiões e suas doutrinas. As religiões somente existem porque a
maioria esmagadora da humanidade não tem capacidade filosófica. A estas pessoas é preciso
uma linguagem mitológica e alegórica, típica das religiões. Neste sentido, as religiões se
justificam em seu aspecto prático-consolatório, ficando em aberto a pergunta se seus
benefícios compensam seus malefícios. Algo inusitado, no entanto, acontece quando
Schopenhauer descreve o estado da negação da Vontade. Ao se chegar ao “nada”,
Schopenhauer diz que é melhor remeter à linguagem dos santos e místicos do que elaborar um
discurso filosófico com palavras fracas e débeis. Por que novamente recorrer à linguagem
mitológica e alegórica? A explicação mais recorrente afirma que a metafísica de
Schopenhauer, por se tratar de uma metafísica imanente (metafísica hermenêutica ou
hermenêutica da existência), fica sem qualquer ponto de referência para elaborar um discurso
no estado da negação da Vontade, pois para além do ser é impossível qualquer descrição da
coisa-em-si. Apesar desta explicação ser bastante consistente, esta tese defende a hipótese de
que a ausência de linguagem na negação da Vontade não é decorrente do ponto de chegada, o
“nada”, mas sim do ponto de partida, que é o acesso metafísico. Schopenhauer chega ao
conceito metafísico da Vontade através da autoconsciência do sujeito volitivo que se percebe
como “querer”, sendo o desejo toda a sua essência. Porém, para as religiões o querer, tal qual
descrito por Schopenhauer, é apenas a expressão do “ego” e não do “eu”. O “eu” em sua
plenitude absorve todas as dualidades: querer/não querer; bem/mal; egoísmo/compaixão; etc.
Desta forma, a porta de acesso à coisa-em-si está fragmentada em Schopenhauer, de maneira
que a redenção precisou entrar “voando” em seu sistema filosófico e o tradicional problema
do mal se transformou no “problema do bem”. / The post-Kantian philosophy found itself at the challenge of solving the dualities arising from
the Critique of Pure Reason and give the project a critical positive. Arthur Schopenhauer is
inserted in this context, considering himself the true heir of Kant and the only one capable of
continuing the critical project. Building on the first edition of the Critique, Schopenhauer uses
the Kantian distinction between phenomenon and thing in itself to crack the "enigma of the
world." The conclusion reached is that the world is understood only from two complementary
truths: the epistemological point of view, the world is representation, from the metaphysical
point of view, the world is Will. Will you look to the objective world into numerous degrees
in nature, of which the human being is more perfect your copy. It is also the human being that
Will becomes conscious of itself and unfolds as a source of endless desires, being the root of
all conflict and all suffering (it is the metaphysical pessimism). There must be a redemption!
The release is possible in those who have the "know better", partially in aesthetic
contemplation and definitely in denial of the Will. In the process of describing his
philosophical system, Schopenhauer defines what you think about religions and their
doctrines. Religions exist only because the overwhelming majority of humanity has no
philosophical capacity. These people need a mythological and allegorical language, typical of
religions. In this sense, religion justified in its practical aspect, consolatory, leaving open the
question whether their benefits outweigh their harms. Something unusual, however, happens
when Schopenhauer describes the state of denial of the will. When you get to "nothing,"
Schopenhauer says it is better to refer to the language of the saints and mystics that
elaborating a philosophical discourse with words weak and feeble. Why again resort to
mythological and allegorical language? The applicant contends that explanation of
Schopenhauer's metaphysics, because it was an immanent metaphysics (hermeneutics
metaphysics or hermeneutics of existence) is no point of reference for preparing a speech on
the state of denial of the will, because beyond being is impossible for any description of the
thing in itself. Although this explanation is quite consistent, this thesis is the hypothesis that
the absence of language in the denial of the will is not due to the arrival point, "nothing", but
the starting point, that access is metaphysical. Schopenhauer comes to the metaphysical
concept of the Will through the subject's volitional self that is perceived as "wanting", and
desire all its essence. However, for religions to will, as described by Schopenhauer, is just the
expression of "self" and not "I". The "I" in its fullness absorbs all dualities: wanting/not
wanting, good/evil, egoism/compassion, etc.. Thus, the access door to the thing in itself is
fragmented in Schopenhauer, so that redemption had come "flying" in his philosophical
system and the traditional problem of evil has become the "good problem".
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/1601 |
Date | 28 February 2012 |
Creators | Petrich, Lademir Renato |
Contributors | Dreher, Luís Henrique, Araújo, Paulo Afonso de, Pires, Frederico Pieper, Souza, Jose Carlos Aguiar de, Staudt, Leo Afonso |
Publisher | Universidade Federal de Juiz de Fora, Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião, UFJF, Brasil, ICH – Instituto de Ciências Humanas |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFJF, instname:Universidade Federal de Juiz de Fora, instacron:UFJF |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0031 seconds