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Previous issue date: 2008 / Não seria exagero defender que John Locke foi o principal filósofo inglês a elaborar uma teoria sobre a tolerância no séc. XVII. Desde seus primeiros escritos sobre o governo de 1660 e 1662, Two tracts on government, os problemas que envolviam a relação entre o Estado e os assuntos religiosos estavam no centro de suas atenções. No entanto, estes primeiros escritos não defendiam a tolerância, mas um governo centralizador cuja autoridade deveria alcançar todos os assuntos indiferentes da religião. Destas primeiras idéias à posterior defesa da tolerância é preciso considerar, em primeiro lugar, a influência na vida de Locke do importante líder político whig Lord Ashley — Primeiro Conde de Shaftesbury — e a conseqüente redação em 1667 de um manuscrito, An essay on toleration, em defesa da tolerância. Em segundo lugar, a publicação anônima em 1689 da Epistola de tolerantia onde Locke expõe seu pensamento maduro sobre o assunto, e o aprofunda nos anos seguintes através das respostas ao teólogo Jonas Proast na Segunda e na Terceira cartas sobre a tolerância de 1690 e 1692. Entrementes, em que o pensamento de Locke se modificou em relação a seus primeiros escritos? Quais argumentos dão suporte à tolerância? Segundo se constatou nesta pesquisa, a resposta a estas questões deve considerar dois aspectos de máxima importância para a estruturação do pensamento de Locke sobre a tolerância. 1º) A mudança de perspectiva em relação à finalidade e à extensão do poder político, que passa a estar fixado ao cuidado exclusivo da segurança das propriedades individuais — tema amplamente desenvolvido nos Two treatises of government (1689) —, o que permite a tolerância entre o Estado e as igrejas. 2º) Por sua vez, a tolerância deve prolongar-se também entre as próprias igrejas e seitas religiosas, para isso o recurso de Locke passa por uma análise epistemológica da fé religiosa, examinando em que ela se estrutura. Como conclusão, Locke delimita a religião a poucos artigos necessários e denuncia que as disputas religiosas são quase todas sobre assuntos indiferentes e mal entendidos; tema este cuja discussão permeia o IV Livro do Essay concerning human understanding (1689) e boa parte da The reasonableness of christianity (1695). Com efeito, o objetivo desta pesquisa é demonstrar que a teoria da tolerância em Locke, seu limite e extensão, está fundamentada na compreensão limitada das atividades do Estado e na investigação epistemológica sobre os dogmas da religião. / Salvador
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:192.168.11:11:ri/11222 |
Date | January 2008 |
Creators | Silva, Saulo Henrique Souza |
Contributors | Santos, Antônio Carlos dos |
Publisher | Programa de Pós- Graduação em Filosofia da UFBA |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFBA, instname:Universidade Federal da Bahia, instacron:UFBA |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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