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BECOS, LADEIRAS E ENCRUZILHADAS:ANDANÃAS DO POVO-DE-SANTO PELA CIDADE DE SALVADOR. / Ruelles, Ladeiras et carrefours: les marches de peuple-de saint par ville de Salvador.

CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / Ce travail concerne les diffÃrentes maniÃres auxquelles les adeptes du candomblà ont eu recours pour dÃlimiter les espaces urbains de la ville de Salvador durant les annÃes 30 du XX. siÃcle. Je fais lâhypothÃse que les pÃres, mÃres et fils-de-saint sâappropriaient la ville de maniÃre spÃcifique, en sacralisant des espaces tenus pour profanes par les habitants de Salvador qui nâÃtaient pas des habituÃs du candomblÃ, configurant ainsi les espaces urbains selon leurs maniÃres de vivre et de voir le monde. Par lâanalyse dâ actes de procÃs criminaux, de guides touristiques, de textes de folkloristes, de chroniques et de journaux de la premiÃre moitià du XX. siÃcle, il a ÃteÂpossible de vÃrifier que ces âdisputesâ autour des espaces urbains se sont produites à un moment oÃ, pour les autoritÃs bahianaises, la composition urbaines avait acquise des significations spÃciales ; celles-ci pensaient que la âmise à la normeâ de Salvador, par sa modernisation et ce quâelles appelaientle âprogrÃsâ, pourrait contribuer à rÃtablir lâimportance de la capitale bahianaise sur la scÃne nationale. En fait, il sâagissait là dâun projet de ville qui entrait en conflit frontal avec les religions afro-brÃsiliennes, religions qui Ãtaient vues comme des symboles de primitivisme et dâincivilità par la classe dominante. Mais cela nâa pas empÃchà que les pratiques religieuses de matrice africaine sont restÃes marquÃes dans la toponymie de la ville, mÃme si, dans certains cas, ces dÃnominations ne sont pas reconnues offciellement, ce qui renforce les formes particuliÃres par lesquelles le peuple-de saint a lu et pratiquà les rues, les ruelles, les âladeirasâ (rues en pente trÃs prononcÃe) et les carrefours de Salvador. / Esta dissertaÃÃo trata das diversas maneiras encontradas pelos adeptos do candomblà para constituir os espaÃos da cidade de Salvador na dÃcada de 1930. Acredito que pais, mÃes e filhos-de-santo praticavam a cidade de maneira singular, sacralizando regiÃes tidas como profanas pelos soteropolitanos que nÃo freqÃentavam os terreiros, impregnando o espaÃo urbano de suas formas de viver e ver o mundo. AtravÃs da pesquisa em processos criminais, guias turÃsticos, textos de folcloristas, cronistas e em jornais, da primeira metade do sÃculo XX, foi possÃvel verificar que as disputas pela cidade ocorreram em um momento que a composiÃÃo urbana adquiria significados especiais para as autoridades baianas que acreditavam que a normatizaÃÃo de Salvador poderia contribuir para re-estabelecer a importÃncia da capital baiana no cenÃrio nacional, atravÃs de seu progresso e modernizaÃÃo. Tratava-se de um projeto de cidade que se chocava com as religiÃes afro-brasileiras tidas, por muitos, como sÃmbolo de atraso e incivilidade. Ainda assim, as prÃticas religiosas de matriz africana ficaram marcadas na toponÃmia da cidade, mesmo que, em alguns casos, nÃo fosse oficialmente reconhecida, o que reitera as formas peculiares atravÃs das quais o povo-de-santo leu e praticou as ruas, becos, ladeiras e encruzilhadas de Salvador.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:840
Date13 September 2007
CreatorsÃris Verena Santos de Oliveira
ContributorsKÃnia Sousa Rios, EurÃpedes AntÃnio Funes, Josà Reginaldo Prandi
PublisherUniversidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em Historia, UFC, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageFrench
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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