O presente trabalho tem por objetivo contribuir para a discussão acerca da Responsabilidade Social da Empresas e de sua real intencionalidade. Partimos do desmonte das Políticas Sociais no país, na década de 90, em decorrência da Contra-Reforma do Estado que, através do Programa de Publicização e do Programa Comunidade Solidária, vai se retirando gradualmente do enfrentamento da questão social e convoca o Terceiro Setor a intervir. Ancorando-se num discurso de solidariedade, participação, democracia e parceria o Terceiro Setor se apresenta como o locus capaz de articular a iniciativa pública e privada para a superação das desigualdades sociais, se apresentando como apolítico e aclassista. A filantropia empresarial, também chamada responsabilidade social das empresas se insere nesse discurso, se propondo a contribuir nesse momento de crise do Estado, discursando sobre compromissos éticos e socialmente responsáveis, vai conquistando a simpatia e adesão ideológica na realidade social, à medida que suas idéias e ações são divulgadas via marketing social. Por trás de projetos sociais, Fundações Sociais ou até mesmo financiamento de ações aparentemente desinteressadas, se desenha uma estratégia com nítido interesse de classe. O objetivo do capital não mudou, mas teve que adequar seu discurso aos novos tempos. Precisa conquistar o consenso em torno de seu projeto de sociedade (não só dentro da fábrica, mas também fora de seus muros), a fim de facilitar a maximização das taxas de lucro e de acumulação de capital. Assim, com este estudo, buscamos desvelar seu discurso, mostrando que o mesmo não se sustenta e que sua real intencionalidade está bem clara esconde uma estratégia de hegemonia. Apresentamos também os resultados da pesquisa que buscou investigar como a Responsabilidade Social Empresarial, um tema tão atual e polêmico, tem sido estudado por parte do Serviço Social. Utilizamos como fontes de pesquisa a Revista Serviço Social & Sociedade dos últimos 10 anos e as comunicações orais apresentadas nos três últimos CBAS (10, 11 e 12). Dentre as considerações finais que fazemos, destaca-se que a responsabilidade social empresarial é um movimento do capital que demanda que estejamos atentos aos conceitos que apregoa (eficiência e eficácia de ações sociais com racionalidade de mercado) ou distorce (solidariedade, cidadania, participação e democracia). Fortalece e estigmatização do pobre e as ações paliativas e emergenciais para o atendimento social fora do Estado. Junta-se ao coral do discurso da supremacia do atendimento social privado frente ao público e, concomitantemente, contribui para a refilantropização da assistência social e para o paternalismo nos atendimentos. Ou seja, em última instância serve fielmente aos interesses neoliberais: atendimento de demandas sociais pela via do mercado e achatamento do Estado para o social, enquanto este último se amplia para interesses privados mercantis. / This text aims to contribute for the discussion about Corporate Social Responsibility (CSR) and its real intentions. Behind social projects, Social Foundations or sponsorship theres a clear objective of class hegemonys strategy. The motivation for this research is the fact that the CSR is a new place of work for Social Workers and we need to know how true these objectives are.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:BDTD_UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:616 |
Date | 17 December 2007 |
Creators | Franciane Cristina de Menezes |
Contributors | Elaine Rossetti Behring, Mônica de Jesus Cesar, Carlos Eduardo Montaño Barreto |
Publisher | Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, UERJ, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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