Desenvolvo nesta tese a perspectiva de que corpo e alma - como duplo inseparável - devem ser valorizados e cultivados nas práticas simbólicas educativas. Partindo de minha experiência do/no corpo, ou seja, de meu trajeto (Trajeto Antropológico) e do pretexto da vivência da prática do Lian Gong (ginástica terapêutica de origem chinesa) com um grupo de mulheres com idade superior a 56 anos, abordo primeiramente o Feminino, isto porque o Feminino (da Grande Deusa e da Grande Mãe enquanto arquétipos e símbolos) e o corpoalma (feminino) são desvalorizados e oprimidos há séculos por uma cultura patriarcal. A mesma cultura que cindiu corpo e alma e que dividiu o homem em dois. Reflito sobre a importância do resgate do Feminino através do corpo e da conscientização das polarizações presentes e constituintes da psique (a energia psíquica); polarizações que devem ser entendidas na dinâmica dos opostos complementares e na possibilidade de equilibração psíquicofísica. Apresento como base teórica a Antropologia do Imaginário de Gilbert Durand; a Psicologia Analítica de C. G. Jung, de Clarissa P. Estés e de Edward C. Whitmont; a Psicologia Arquetípica de James Hillman; a noção ampliada de Educação de José Carlos de Paula Carvalho; e, outros autores que contribuíram na pesquisa. Trago abordagens sobre o corpo que passam por Wilhelm Reich, Alexander Lowen (bioenergética) e Stanley Keleman. Discorro sobre questões que envolvem corpo e psique, em uma perspectiva recursiva (dialógica) e inclusiva. Apresento, também, exemplos de diferentes olhares sobre o corpo que são oferecidos por imagens fílmicas e exemplos de processos psicossomáticos contados através de histórias de vida. Dialogo com o Oriente (como paradigma de um imaginário antagônico) e trago o que é o Lian Gong. Apresento o material da pesquisa de campo que envolve seis entrevistas, fotos e a experiência de um ano de convívio com o grupo de mulheres. Reflito sobre a velhice e a perspectiva do inacabamento humano e do entrismo (entrada na vida), de ser velha enquanto jovem e jovem enquanto velha. A conclusão desta pesquisa remete à questão de que corpo-e-alma têm a possibilidade de aprender por toda a vida no trajeto e na trajetividade dos meus eus, com os outros no mundo. / I have developed in this thesis the perspective that body and soul as an inseparable couple should be valued and cultured in symbolical educational practices. I start with my experience on the body, in other words, my traject (Anthropological Traject) and the purpose of living the practice of Lian Gong (chinese therapeutic gymnastics) with a group of women up to 56 years old. I first talk about the Feminine, because the Feminine (the one related to the Great Goddess and the Great Mother as archetypes and symbols) and the (feminine) body-soul have been devalued and oppressed for centuries by a patriarchal culture. The same culture that splits the men body and soul in two parts. I reflect about the importance of bringing back the Feminine through the body and the awareness about the polarizations that exist and are part of the psyche (the psyche energy); polarizations that should be understood in the opposite complementary dynamics and in the possibility of psychophysic balance. I present as a theoretical platform, Gilbert Durand Anthropology of the Imaginary; C. G. Jung; Clarissa P. Estés and Edward C. Whitmont Analytical Psychology; James Hillman Archetypal Psychology; the expanded concept of education by José Carlos de Paula Carvalho and other authors that contributed to this research. I introduce approaches about body that tangent Wilhelm Reich, Alexander Lowen (bioenergetics) and Stanley Keleman. I discuss questions that involve body and psyche, on the perspective of recursive logical (dialogic) and inclusive. I also present examples of different views about body which are offered by filmic images and samples of psychosomatic processes told through life experience stories. I dialogue with the Orient (as a paradigm of an antagonistic imaginary) and I talk about what is Lian Gong. I also present the field research material that consists of six interviews, pictures and the experience of living with a group of women for one year. I reflect about the old age and the perspective of the human incompleteness and the entering (start in life), about being old while young and being young while old. The research conclusion refers to issues about the possibility that body-and-soul has to learn continuously in life in the traject and trajectivity of my various I, like others in the world.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-12112010-152413 |
Date | 17 September 2010 |
Creators | Regina Mara Ramo Aneiros Fernandez |
Contributors | Maria Cecilia Sanchez Teixeira, Eliana Braga Aloia Atihé, Iduina Edite Mont\'Alverne Braun Chaves, Altair Macedo Lahud Loureiro, Maria do Rosario Silveira Porto |
Publisher | Universidade de São Paulo, Educação, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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