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Previous issue date: 1988 / The purpose of this research was investigate the daily life of women who had been labeled mentally handicanped, through their personal biographical reports. In the interviews, the subjects described their routine at home and at the institution, talked about their families, relationships, difficulties in social integration, and also about their physical and learning problems. It became clear in the discourse of this group that a dichotomy existed between the 'inside' world, which included the protective spaces of home and the instituition and the threatening and violent 'outside' world, represented by street. Their social relations were restricted to the people of the 'inside' world: the family, the professionals and the , friends of the instituion, and many subjects mentioned that they feel discriminated against by the people from 'the outside'. Although many women expressed the desire to be in dependent (work 'outside', go out alone, etc), in practice they tend to maintain an extreme degree of dependence on the family. Even though two thirds of the subjects were over 20 years old, they did not seem to have any concrete perspective of living on their own, getting married, or raising their own family. One of the supositions of this study was that the stigma of mental deficiency would be the central theme of the life histories. However, more than. half of the women did not touch on this subject during the interviews, and very few called themselves handicapped. It was sU9gested that the effects of the stigma may have been underestimated in this group due to family and institution overprotection on one hand, and avoidance of the 'outside' world (where this condition would be more openly revealed) on the other. This way, in their daily practice the majority of these women have few opportunities to experience the situation of marginalization. Mental deficiency was analysed as a socially constructed phenomenon, and it is believed that these people function at a much lower level of independence than their organic condition demand , because they have been reinforced for playing the social role of the handicapped. In spite of their common characteristics, each life history proved to be original and unique, showing the fallacy of considering people with mental handicap as a homogeneous and well defined group. Furthermore, except for family dependence, lack of integrated and independent: participation in the community, and restricted love and sexual relationships, these women's lives are not qualitatively different from those of the rest of the population. / O objetivo desta pesquisa foi investigar a vida cotidiana de mulheres rotuladas como deficientes mentais, através de seus relatos biográficos pessoais. As entrevistadas descreveram sua rotina em casa e na instituição, falaram sobre suas famílias, relacionamentos, dificuldades em integração social, e sobre seus problemas físicos e de aprendizagem. Ficou clara no discurso deste grupo a dicotomia entre o mundo 'de dentro', compreendendo os espaços protegidos da casa e da instituição, e o mundo ameaçador e violento 'de fora', representado pela rua. Seus relacionamentos sociais restringem-se aos personagens do mundo 'de dentro': a família, os profissionais, e os colegas da instituição, e muitas entrevistadas disseram se· sentir discriminadas pelas pessoas 'de fora'. Embora várias mulheres tenham exprimido o desejo de ser independentes (trabalhar fora, sair sozinhas, etc), na prática mantém urna relação de extrema dependência familiar. A pesar de dois terços das entrevistadas terem mais de 20 anos, elas não parecem ter nenhuma perspectiva concreta de morar sozinhas, casar, ou vir a formar sua própria família. Um dos pressupostos deste estudo era de que o estigma da deficiência mental, seria o terna central nas histórias de vida. Entretanto, mais da metade dos sujeitos não abordou esta questão, e muito poucas se autodenominaram deficientes. Foi postulado que os efeitos do estigma talvez sejam minimizados neste grupo devido à superproteção familiar e institucional por um lado, e a evitação do mundo 'de fora' (onde esta condição seria denunciada mais abertamente) por outro. Assim sendo, em sua prática diária, a maioria dessas mulheres têm poucas oportunidades de se confrontar com a situação de marginalização. Deficiência mental foi analisada como um fenômeno socialmente construído, e acredita-se que estas pessoas funcionem em um nível mais dependente do que sua condição orgânica exigiria, por terem sido reforçadas por representar o papel social de deficientes. Apesar das características comuns, cada história de vida provou ser original e única, mostrando o erro em se considerar as pessoas portadoras de deficiência mental como um grupo homogêneo e bem definido. Além disso, a não ser pela dependência familiar, falta de participação autônoma e integrada na comunidade, e relacionamento amoroso e sexual restrito, a ideia dessas mulheres não é qualitativamente diferente do resto da população.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:bibliotecadigital.fgv.br:10438/9641 |
Date | 04 August 1988 |
Creators | Glat, Rosana |
Contributors | Moura, Maria Lucia Seidl de, Sá, Celso Pereira de, Institutos::ISOP, Augras, Monique |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional do FGV, instname:Fundação Getulio Vargas, instacron:FGV |
Rights | Todo cuidado foi dispensado para respeitar os direitos autorais deste trabalho. Entretanto, caso esta obra aqui depositada seja protegida por direitos autorais externos a esta instituição, contamos com a compreensão do autor e solicitamos que o mesmo faça contato através do Fale Conosco para que possamos tomar as providências cabíveis., info:eu-repo/semantics/openAccess |
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