Return to search

Por uma lua inteira: o processo de reinserção escolar do aluno com anemia falciforme após crise, com foco nas ações pedagógicas

Submitted by Antonilma Santos Almeida Castro (antonilma.almeida@bol.com.br) on 2015-12-17T18:53:36Z
No. of bitstreams: 1
Tese-versao impressao.pdf: 1892246 bytes, checksum: 86e4daad10276e9ee0a4ddc3ed9a9526 (MD5) / Approved for entry into archive by Maria Auxiliadora da Silva Lopes (silopes@ufba.br) on 2015-12-17T19:45:46Z (GMT) No. of bitstreams: 1
Tese-versao impressao.pdf: 1892246 bytes, checksum: 86e4daad10276e9ee0a4ddc3ed9a9526 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-12-17T19:45:46Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Tese-versao impressao.pdf: 1892246 bytes, checksum: 86e4daad10276e9ee0a4ddc3ed9a9526 (MD5) / Esta pesquisa trata das implicações da anemia falciforme (AF) no contexto
educacional, especificamente na ambiência escolar, partindo do entendimento de
que a saúde não se sustenta na ausência de doença e que a educação deve se
ancorar em bases que propiciem a reflexão, a emancipação e a participação do
sujeito nos processos formativos. O objetivo da pesquisa foi analisar o processo de
reinserção escolar do aluno com AF após crise, focalizando as ações pedagógicas a
ele dirigidas. Os princípios teórico-metodológicos se direcionaram para a pesquisa
qualitativa, por meio do estudo de multicasos etnográficos. Foram utilizados como
técnicas de coleta: observação, entrevista, questionário e análise documental. Seis
escolas municipais e uma instituição de saúde pública (amostra intencional) serviram
de lócus de pesquisa. Professores, coordenadores, diretores e mães constituíram-se
sujeitos do estudo. Para a análise dos dados, buscou-se os dispositivos da análise
de discurso da corrente francesa para dialogar com as vozes teóricas da educação
especial na perspectiva inclusiva. O referencial teórico transitou no âmbito da saúde
e da educação, focalizando, no campo da saúde, a abordagem socioantropológica e,
no campo educacional, a perspectiva crítica reflexiva. O desenvolvimento do estudo
possibilitou compreender que há duas questões que demarcam diferentemente a
abordagem escolar da AF: a primeira é a existência de alguns estigmas visíveis
(olhos amarelados, fraqueza muscular); a segunda se refere à questão da qualidade
incapacitante (dor, déficit de memória, cansaço) da doença, não visibilizada. Para a
escola/professor, a diferença só é visualizada/percebida quando acompanhada por
marcas visíveis. Dizendo de outra forma, aquilo que é visível para o aluno com AF
não diz a quem olha por fora, muito das suas limitações. Estas, por sua vez, não são
facilmente deduzíveis pela apreciação externa. Por essas razões, as implicações da
AF são confundidas com preguiça, passividade, timidez e abandono deliberado do
sujeito que é, simultaneamente, sadio e doente. Os resultados evidenciam que a
condição da gravidade da AF e, consequentemente, da sua complexidade no que
tange à abordagem escolarizante dos alunos com essa anemia está silenciada,
porque a morbidade da AF não é tão explícita quanto às outras doenças crônicas, a
exemplo do câncer, diabetes e fibrose cística. Assim este estudo conclui que a
escola/professor ou transfere a responsabilidade da ação pedagógica para a família,
ou favorece a progressão graciosa ou, ainda, ignora disfarçadamente as
necessidades educacionais do aluno. Conclui ainda que o silenciamento diante da
AF emerge como problema educacional em um momento da história brasileira da
Educação especial/Inclusiva em que o aluno com doença crônica vive em uma
espécie de limbo classificatório: nem é doente agudo, por mais grave e demorado
que seja o processo de crise, nem é deficiente, do qual não se espera o retorno à
normalidade. Esse aspecto reflete a sobrecarga da escola, imbuída de múltiplas
missões tais como: educar para a cidadania, educar para o mercado profissional,
educar para humanizar entre outras a ela delegadas. / ABSTRACT This research analyses the implications of sickle cell anemia (SCA) in the educational
context, specifically in school environment, based on the assumption that health is
not sustained in disease absence and that education should be built on foundations
like reflection, empowerment and subject participation in formative processes. The
objective of the research was to analyse the process of reintegration of student with
SCA after sickle cell crisis, focusing on the pedagogical actions addressed to him.
The theoretical and methodological principles were driven by assumptions of the
Qualitative Research, through the ethnographic multicases studies. The data
collection techniques used were classroom observation; interviews with teachers,
school coordinators, school principals, students’ mothers, and hematology
specialists; questionnaires; and document analysis. Six municipal schools and a
health institution served as locus for the research. For data analysis, I dialogued with
references provided in the theoretical background and studies developed on
discourse analysis of the French current about Special Education in inclusive
perspective. The theoretical approach dealt with Health and Education, focusing
Health through a socio-anthropological approach, and Educational through a
reflective-critical perspective. The development of this study allowed us to
understand that there are two issues that characterizes school approach to student
with SCA: the first is the existence some visible stigmata (yellowing of eyes, muscle
weakness); the second refers to unknowing of the disease disabling quality (pain,
memory deficit, fatigue). For school / teacher, the difference is realized only when
accompanied by visible marks. These, in turn, are not easily deducible by external
assessment. The consequence of such ignorance increases at the school
environment and leads the teachers to think that the low performance of AF students
is due to laziness, shyness and passivity, and to abandon the student with SCA. The
results of the research show that SCA graveness conditions, its complexity as well as
school approach are silenced because the SCA morbidity is not as explicit as other
chronic diseases, like cancer, cystic fibrosis and diabetes. So the school / teacher
transfers pedagogical responsibilities to the student’s family, or, even covertly,
ignores student with SCA educational needs. It also concludes that silencing of SCA
emerges as an educational problem in a moment of Brazilian Special / Inclusive
Education history in which student with chronic illness lives in a kind of classificatory
limbo: he is not acute patient, although serious and lengthy process of crisis, or he is
deficient and, therefore, not expected to return to normalcy. This issue reflects the
school overload of functions such as: educating for citizenship, education for the
professional formation, educate for humanization. Keywords: school health. Chronic disease. Sickle cell anemia. Pedagogical action.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:192.168.11:11:ri/18421
Date04 August 2014
CreatorsCastro, Antonilma Santos Almeida
ContributorsBarros, Alessandra Santana Soares e, Guedes, Cristiano, Pimentel, Susana Couto, Gonçalves, Marilda Souza, Bastos, Edinalma Rosa Oliveira
PublisherFaculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, UFBA/Faced, brasil
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFBA, instname:Universidade Federal da Bahia, instacron:UFBA
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0125 seconds