O esporte chegou ao século XXI como uma das maiores manifestações da cultura corporal de movimento. No entanto sua presença no currículo escolar ainda depende de professores que acreditam no valor educacional da experiência esporti-va ou de projetos que têm origem fora do contexto educacional. O campo acadêmico da Educação Física escolar, que faz a mediação entre esporte e escola, permanece alheio às demandas dos alunos e da escola eratifica sua posição em significar o esporte como isento de qualidades educacionais em seu discurso hegemônico. Por outro lado os discursos olímpicos produzidos pelas instituições de organização es-portiva precisam justificar suas demandas e voltam seus olhares para o sistema e-ducacional. Proponho uma articulação entre a educação Física escolar e o esporte superando o antagonismo acadêmico fundamentalista que os separa para introduzir o esporte escolar no currículo como elemento do Projeto Político Pedagógico das escolas vinculado à Educação Física escolar e como política pública de educação e esportes. Identifico a necessidade de deslocar o contexto de influência das políticas públicas para o esporte do Comitê Olímpico Brasileiro para os setores de Educação Física escolar do Ministério da Educação. Defendo que a experiência esportiva no interior da escola é o que torna o esporte um elemento curricular educacionalmente interessante e denuncio a concepção de esporte escolar presente nas recontextualização de políticas públicas para o esporte escolar voltadas apenas para a organização das competições escolares. Utilizo como referencial teórico-metodológicos as contribuições do pós-fundacionismo, a Teoria do Discurso de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, os estudos de Hugo Lovisolo sobre a estética e sua relação com a educação Física e o esporte.Aponto para a substituição do paradigma marxista que orienta as propostas hegemônicas para a Educação Física escolar pelas proposições de Chantal Mouffe para a democracia radical e vejo nessa substituição uma possibilidade de ressignificação do esporte escolar em termos políticos. Utilizo entrevistas com cinco professores aos quais denomino como professores interlocutores pela contribuição em ampliar meu entendimento sobre as relações entre EFE e esporte, assim como, sobre as demandas presentes nas instituições em que trabalham e sobre a convivência de projetos de parcerias público-privadas com a Educação Física escolar no interior das escolas. Entendo que a inserção do esporte na escola por projetos e oficinas de origem externa ao sistema educacional possa representar uma ameaça à Educação Física escolar. / Sports came to the twenty-first century as one of the major manifestations of the culture of body movement. However, their presence in the school curriculum depends on teachers who still believe in the educational value of sports experience or projects that originate outside the educational context. The academic field of Physical Education, which mediates between sports and school, remains oblivious to the demands of students and the schoolas an institution. Its hegemonic discourse asserts that sports have no educational qualities. On the other hand, the Olympic discourses produced by sports organizations need to justify themselves and turn their eyes to the educational system. I propose that education and school sports must be linked, overcoming the academic fundamentalism that keeps them apart. In order to introduce school sports in the curriculum, as part of schools pedagogical project, and as an educational public policy, I suggest that it is necessary to dislocate those policies from the Brazilian Olympic Committee to the Education Ministry sectors responsible for Physical Education. I argue that the sports experience within the school is what makes the sports a curricular component educationally relevant, as so disagreeing with the conceptions based exclusively on competition that drive educational policies. I use the post-foundational Discourse Theory from E. Laclau and C. Mouffe as well as H. Lovisolos writings on aesthetics and its relationship with Physical Education and sports. Methodologically, I deeply interviewed 5 teachers, whom I call interlocutors for their contribution in expanding my understanding of the relationship between Physical Education and sports as well as the demands posed by theinstitutions where they work. They also helped me to discuss the convenience of public-private partnerships in school Physical Education. I move towards the substitution of Marxist paradigm, hegemonic in school Physical Education, by Mouffes idea of radical democracy as a way to re-signify school sports in political terms. The inclusion of sports in school by projects and workshops originated outside the educational system may represent a threat to Physical Education.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:BDTD_UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:5143 |
Date | 26 February 2014 |
Creators | Fernando Corrêa de Macedo |
Contributors | Maria de Lourdes Rangel Tura, Carlos Eduardo Ferraço, Rita de Cassia Prazeres Frangella, Marcia Serra Ferreira, Alice Casimiro Lopes |
Publisher | Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Educação, UERJ, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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