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Previous issue date: 2009 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O debate em torno da sustentabilidade é fértil e polêmico. Autores têm opiniões diversas sobre o
tema que é sempre tratado de forma conjunta com a questão do desenvolvimento sustentável. A
hipótese inicial é que a falta de clareza sobre o que seria um DS, estaria vinculada à dificuldade de
se compreender a sustentabilidade. Posteriormente, percebeu-se que não era possível entender a
própria sustentabilidade sem a compreensão da idéia de desenvolvimento, um conceito
multidimensional e polissêmico. Apesar do amplo debate entre pesquisadores e ao longo do tempo, a
idéia política de DS e de sustentabilidade inserida em projetos municipais, estaduais, federais e até
internacionais, seguira a idéia de DS proposta em tratados em diversos níveis. As palavras mudaram
com o tempo, tomando novas dimensões, e modificam-se os conceitos. A sustentabilidade é um signo
que tem um objeto e um interpretante e devemos tentar entendê-la a partir dessa relação triádica e
para tal finalidade, aplicamos a semiótica filosófica de Peirce. Para tanto, foram analisados tratados
internacionais, nacionais, estaduais e municipais, como a Carta da Terra, a Agenda 21 Global,
Brasileira e de Pernambuco, além de leis municipais do Recife que versam sobre o meio ambiente,
dentre outros. Na maior parte desses tratados, o signo sustentabilidade está associado ao signo DS e
se refere a práticas que levam ao uso eficiente dos recursos naturais no intuito de prolongar a curva
de crescimento econômico. Tanto o crescimento, quanto o desenvolvimento são utilizados como
sinônimos e predominam características da teoria neoclássica de desenvolvimento, dentro do sistema
econômico capitalista, seguindo uma ética antropocêntrica e uma crença na salvação através da
tecnologia. Percebe-se, desse modo, que o sistema econômico capitalista neoclássico, modelo
hegemônico predominante, não será afetado, as contradições sociais continuarão e é uma ilusão
pensar que a degradação ambiental diminuirá. Os únicos documentos que diferem da idéia
predominante são o documento publicado pela IUCN em 1979, no qual a sustentabilidade tem
apenas a dimensão ecológica e as ações de DS sugeridas buscam a proteção ambiental, assim como a
Carta da Terra, ambas de ética antropocêntrica fraca. A sustentabilidade acabou se mostrando,
portanto, não uma, mas múltipla. Para efeito de análise, pode-se considerar a existência de três
dimensões da sustentabilidade, a ambiental, a social e a econômica que tem pesos diferentes em
ações locais, dependendo da ideologia predominante. No Brasil, estão crescendo as ações voltadas
para o fortalecimento da agricultura familiar, com o desenvolvimento de técnicas agroecológicas,
que possibilita o desenvolvimento dos três tipos de sustentabilidade. Mas, em muitos casos, há o
predomínio da sustentabilidade econômica, em prejuízo da ambiental e social, em ações que pregam
a ecoeficiência e a responsabilidade socioambiental, como o caso de empresas que diminuem gastos
com energia, com papel, e produzem mercadorias de forma mais ecologicamente correta ,
ganhando selos verdes, ISO 14.000. Algumas vertentes, no entanto, opõem-se a essas idéias
predominantes, pregando um desenvolvimento não capitalista proposta que precisa de mais atenção
e refinamento teórico, para ganhar magnitude e se opor ao sistema atual
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/3074 |
Date | 31 January 2009 |
Creators | Midori Morimura, Michelle |
Contributors | Paulette Yves Rufino Dabat, Christine |
Publisher | Universidade Federal de Pernambuco |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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