Banca Examinadora: Mirian Santos Paiva, Maria Elena Casado Aparício, Cecília Maria Bacellar Sardemberg, Edméia de Almeida Cardoso Coelho, Dora Sadigursky, Fernanda Carneiro Mussi e Maria da Penha Lima Coutinho. / Submitted by Samuel Real Mota (samuel.real@ufba.br) on 2013-08-09T13:06:25Z
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Previous issue date: 2010-06-09 / Estudo qualitativo e quantitativo, fundamentado na Teoria de Representações, que buscou apreender as representações sociais de mulheres e homens sobre seus corpos feridos e sua vida afetivo-sexual; e, analisar as vivências e representações de mulheres e homens que vivem com feridas. Realizado durante os anos de 2008 e 2009, num ambulatório de atenção especializada em cuidar de pessoas com feridas de um hospital publico de Salvador-Bahia-Brasil, envolveu 51 pessoas adultas de ambos os sexos. Os dados foram coletados através da aplicação de duas técnicas projetivas a associação livre de palavras e o desenho estória-tema e, uma técnica discursiva a entrevista em profundidade. O material empírico foi submetido a analise de conteúdo temática e de enunciação e, as associações livres de palavras submetidas a análise de conteúdo e análise fatorial de correspondência com o uso do software Tri deux mots. As narrativas possibilitaram a apreensão de três trajetórias sexuais: a trajetória sexual solitária encontrada na narrativa dos mais jovens, onde a experiência afetiva e sexual a dois é inexistente; a trajetória sexual fragmentada, na qual as pessoas apresentam constantes tentativas de relacionamento seguidas de rupturas e frustração; e a trajetória sexual linear ou continua, presente naqueles cujos vínculos e relacionamentos sexuais encontravam-se estabelecidos antes do aparecimento da lesão. O corpo ferido foi representado como um estranho que promove sofrimento; um corpo constantemente vigiado, rejeitado, isolado e dependente; um corpo vulnerável à violência; um corpo que exige cuidado especial e um corpo em luto.Quanto ao sexo, este foi representado como algo que é bom e faz bem à saúde; algo que pode piorar a situação de saúde; algo proibido à pessoa ferida; algo difícil devido às intensas dores sofridas; algo raro de acontecer devido à rejeição, às alterações físicas e do desejo; algo vivido como obrigação do contrato conjugal e como um evento raro na vida de pessoas cronicamente feridas. Enquanto as mulheres feridas representam seus corpos como repugnantes e pouco atraentes, que devem ser omitidos para evitar o rechaço e o olhar curioso do outro, os homens feridos representam seus corpos como frágeis, inabilitados para o trabalho, confrontando com a imagem social do homem forte, agressivo e viril. As formas de representação elaboradas por mulheres e homens são distintas no espaço privado e no espaço público: no espaço privado, roupas leves e curtas expondo o corpo são permitidas e no espaço público, as vestes compridas mascaram um corpo representado como incompleto frente ao mundo social. As representações apreendidas destacam que a experiência do corpo ferido implica em limitações da vida social, tabus alimentares, dor física, dificuldade para auto cuidar-se, alteração da auto-estima, vergonha, auto-preconceito, isolamento, estigma e rejeição social. As representações sobre o corpo ferido influenciam como mulheres e homens enfermos apresentam seus corpos, como se sentem frente a outros corpos, e como se comportam face às mudanças advindas das feridas. Destaca-se que numa sociedade como a brasileira, que privilegia o corpo perfeito, eficiente e belo, perder a integridade cutânea representa perder o status de normal e saudável, para integrar um grupo diferente e estigmatizado, e experimentar um corpo que se torna estranho a si próprio. / Salvador
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:192.168.11:11:ri/12921 |
Date | 09 June 2010 |
Creators | Carvalho, Evanilda Souza de Santana |
Contributors | Paiva, Mirian Santos |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | www.pgenf.ufba.br, reponame:Repositório Institucional da UFBA, instname:Universidade Federal da Bahia, instacron:UFBA |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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