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Sindicalismo rural no Acre

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política, Florianópolis, 2012. / Made available in DSpace on 2013-07-16T04:31:13Z (GMT). No. of bitstreams: 1
317564.pdf: 2271148 bytes, checksum: 32bf442308561f40b601b5cbff7bb385 (MD5) / Esta pesquisa trata de uma análise sobre os posicionamentos políticos do sindicalismo rural no estado Acre sob a égide do "desenvolvimento sustentável". Toma por objetivo compreender as contradições políticas existentes dentro do sindicalismo rural em torno de um projeto desenvolvimentista que propaga a convergência entre o crescimento econômico e proteção ambiental numa sociedade regida pelas leis de mercado capitalista. Adota o método dialético para a compreensão empírica da realidade estudada, ancorado numa reflexão a partir de categorias como sindicalismo, Estado e sustentabilidade. Tem como ponto de partida uma reflexão sobre o sindicalismo de estado no Brasil no intuito de demonstrar sua estrutura organizacional, sem desconsiderar a possibilidade de autonomia de setores sindicais mesmo dentro de uma rigorosa estrutura sindical. Resgata a história do sindicalismo rural no Acre num contexto em que os seringueiros se "atreveram" ir contra o projeto de desenvolvimento imposto, tendo a defesa de sua morada, ou seja, a defesa da própria floresta, o condicionante central para a garantia de sua sobrevivência enquanto trabalhador extrativista. Quando os conflitos pela terra se "amenizam" e uma nova configuração política administrativa liderada pelo Partido dos Trabalhadores se apresenta, novas relações entre poder institucional e sindicatos rurais são estabelecidas, denotando a cooptação de lideranças sindicais por parte do governo estadual. Numa conjuntura de enfraquecimento das lutas sociais de base e de uma política de ação direta, amplos setores do sindicalismo em análise passam a corroborar com as diretrizes políticas capitaneadas pelo governo estadual, que impõe um projeto de desenvolvimento adjetivado como "sustentável" como sendo o único caminho viável para a Amazônia acriana. A mercantilização dos bens naturais que o "desenvolvimento sustentável" impetra, focando intensamente num processo de extração comercial de madeira sob a técnica de manejo florestal, pautado por um discurso de autorregeneração e autossuficiência da floresta, tem análises distintas entre os camponeses da floresta, gerando dentro do sindicalismo rural posicionamentos antagônicos em torno desse modelo de desenvolvimento. Ao final, centra-se na análise de um gradual contexto contra-hegemônico em relação ao projeto desenvolvimentista, ultrapassando os limites de setores críticos do sindicalismo rural acriano, permeando diversos setores da sociedade civil. Demonstra as contradições existentes dentro do sindicalismo rural em relação ao "desenvolvimento sustentável", em que os setores contrários ao atual modelo de desenvolvimento apresentam severas críticas aos efeitos gerados por este projeto desenvolvimentista. Focaliza uma compreensão a partir das críticas ao "desenvolvimento sustentável" por esses setores do sindicalismo, a partir de um olhar voltado àqueles que não apenas dependem da floresta para sobreviver, mas que outrora lutaram incansavelmente contra as sucessivas investidas do capital para que esse enorme espaço verde não fosse destruído e que hoje se vê ameaçado pelo mesmo poder que outrora se opôs, ou seja, o poder econômico em consonância com os anseios irrestritos do lucro.<br> / Abstract : This research is an analysis of the political positions of rural unionism in Acre state under the aegis of the so called "sustainable development". It aims at understanding the political contradictions existing within the rural unionism which supports a developmental project which propagates the convergence between economic growth and environmental protection in a society governed by the laws of the capitalist market. The dialectical method was adopted in this work for an empirical understanding of the reality studied, anchored in a reflection that deals with categories such as unionism, state and sustainability. Its starting point is a reflection on the state of unionism in Brazil in order to show its organizational structure, without disregarding the possibility of the autonomy of labor unions even within a strict union structure. The history of rural unionism in Acre is recovered in a context when the rubber latex extractors "dared" themselves to face the imposed developmental project, having the defense of his home, and therefore the defense of the forest itself, as the central condition for the guarantee of their survival as extractive workers. When conflicts over land "calmed down" and a new political administrative configuration leaded by the Workers' Party was introduced, new relationships between institutional power and rural unions were established, denoting the cooptation of union leaders by the state government. In an environment of weakening of the base social struggles and the policy of direct action, extensive sectors of unionism analysed in this study corroborated with the political guidelines headed by the state government, which imposed a development project entitled as "sustainable", that was presented as the only feasible way to the Amazon region of Acre. Focusing intensely on the process of commercial extraction of wood under the technique of the forest management, marked by a discourse of self-regeneration and self-sufficiency of the forest, the commodification of natural resources established by the "sustainable development" has distinct analyzes among the peasants of the forest, generating within the rural unionism antagonistic positions around this model of development. At the end, it focuses on the analysis of a gradual counter-hegemonic context in relation to the developmental project, exceeding the limits of critical sectors of Acre rural unionism, permeating various sectors of civil society. Then the contradictions within the rural unionism relating to "sustainable development" is demonstrated, in which the sectors opposed to the current model of development have severely criticized the effects generated by this developmental project. Finally the work focuses on understanding the critiques to the "sustainable development" by those sections of unionism, taking into account those who not only depend on the forest to survive, but those who had fought tirelessly against the successive onslaughts of capital for this huge green space not be destroyed. Regardlessly it is being threatened by the same power they once opposed, ie the economic power in accordance with the unresctricted craving for income.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/103408
Date January 2012
CreatorsGalo Júnior, Adão Araújo
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Sousa, Fernando Ponte de
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format246 p.| il., tabs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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