As especificidades das monarquias ibéricas e de suas experiências coloniais na América e na África Ocidental definiram uma configuração das relações de dominium e poder em uma perspectiva ibero-atlântica, que teve início na passagem do século XV para o XVI, consolidou-se com a União Ibérica e entrou em crise em meados da década de 1610. A conquista da ilha Espanhola e o povoamento de São Tomé, entre 1493 e 1499, revelaram a relação entre o dominium sobre as populações não cristãs e o poder político no processo de colonização. A partir desse ano, as Coroas ibéricas começaram a interferir nas relações de dominium sobre os indígenas e no tráfico de escravos africanos, a fim de definir sua autoridade sobre as sociedades novas estabelecidas nos espaços ultramarinos. A ruptura com o processo de conquista se definiu entre 1542 e 1549, nas Índias Ocidentais, pelo estabelecimento dos vice-reinados e das Leyes Nuevas, e, no Brasil pela instituição do governo-geral e o esboço de uma política indigenista. Entre as décadas de 1570 e 1590 define-se a perspectiva ibérica do poder monárquico e a complementaridade das formas de dominium sobre os indígenas e africanos no Atlântico. A política de Felipe III foi o marco culminante desse processo que definiu os limites e resistências a essa nova arquitetura de poder. / The specificities of Iberian monarchies and of their colonial experiences in America and in West Africa defined a configuration of the relationships of dominium and power in a Iberian-Atlantic perspective, which started in the end of the fifteenth century to the sixteenth. It was consolidated with the Iberian Union and started to decline in mid-1610. The conquest of the island Espanhola and the settlement of São Tomé, between 1493 and 1499, revealed the relation between the dominium upon the non Christian populations and the political power in the process of colonization. From that year on the Iberian Crowns started to interfere in the dominium relations upon the Indians and on the traffic of African slaves, to define their authority on the new societies established overseas. The rupture with the process of conquest was defined between 1542 and 1549, in West Indies by the establishment of viceroyalties and the Leyes Nuevas, and in Brazil by the institution of the general government and the sketch of an Indian policy. Between the decades of 1570 and 1590 an Iberian perspective of the monarchical power and the complementarity of dominium forms upon the Indians and Africans in the Atlantic were defined. The policy of Felipe III was the culmination of the process that defined the limits and resistances to the new architecture of power.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-24082010-145820 |
Date | 02 August 2010 |
Creators | Rodrigo Faustinoni Bonciani |
Contributors | Carlos Alberto de Moura Ribeiro Zeron, Rafael Ruiz Gonzalez, Fabio Duarte Joly, Laura de Mello e Souza, Maria Cristina Cortez Wissenbach |
Publisher | Universidade de São Paulo, História Social, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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