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Telecentros comunitários e ciberespaço : redes de interações sociais na encruzilhada entre o local e o global

As últimas décadas foram marcadas pela consolidação em nível mundial de uma sociedade da informação, enquanto modelo societal dinâmico e flexível, amparada nas TICs (como base material). Atualmente, a internet tem importância fundamental neste contexto, haja vista que representa a constituição de um ciberespaço, isto é, de uma sociedade virtual e em rede, de um novo espaço de sociabilidades. A partir do entendimento das possibilidades sociais permitidas pela internet, órgãos governamentais e comunidades locais passaram a discutir acerca de alternativas à problemática da exclusão digital, entendida como empecilho ao ingresso de grupos sociais pobres à sociedade da informação. Em resposta a esta situação, vêm sendo criadas neste último decênio unidades de telecentros – espaços para livre acesso comunitário à informática e à internet –, sobretudo nas periferias das grandes cidades do país. Na esteira destas considerações, nossa pesquisa analisou redes de interações sociais formadas por usuários de telecentros comunitários nos e a partir de tais ambientes, ou seja, no contexto local e através do ciberespaço – ou, em outras palavras, em uma dimensão global –, a fim de verificar como elas se constituem, se transformam, se reproduzem, etc. Assim, logramos apreender, sob o prisma das redes, o contexto de interação entre os usuários de telecentros e a sociedade da informação. Para tanto, partimos de uma perspectiva teórica sociotécnica – a qual subentende que elementos humanos e não-humanos compõem a realidade, associados em redes –, ou, mais precisamente, da teoria do ator-rede (TAR), e também de um pensamento rizomático, que visa assegurar a ampla complexidade intrínseca às redes. Foram estudados dois telecentros comunitários de Porto Alegre-RS: Timbaúva e Vila Cruzeiro – localizados nas zonas norte e sul do município, respectivamente. Seguindo uma abordagem qualitativa, fizemos observações de campo durante quatro meses e realizamos trinta e duas entrevistas individuais semi-abertas, que buscavam compreender de que forma os usuários de telecentros se relacionavam com outrem (em redes), tanto nestes próprios espaços quanto por meio do ciberespaço. Na seqüência, fizemos uma análise de conteúdo das entrevistas e uma exposição etnográfica de nossas vivências nos telecentros, e pudemos desenvolver uma reconstrução de redes de interações sociais, em que traçamos associações entre elementos (coisas e pessoas) e identificamos fluxos de sociabilidades, movimentos no interior das redes. / The last decades were really marked all over the world by the consolidation of an information society, as a dynamic and flexible societal model, based materially on ICTs. Currently, the internet has a fundamental importance in this context, since it allows the constitution of a cyberspace, which is a network and virtual society, a brand new space of sociabilities. Starting from the understanding of the social possibilities granted by internet, governmental organizations and local communities started to discuss about alternatives to digital divide, understood as a hindrance to the access of the poorest social groups into the information society. To solve this situation, telecenters – places for free computer and internet access – have been created in the last decade, mainly in the outskirts of Brazil’s big cities. Considering the subject showed above, our research has analyzed the social interaction networks made by communitarian telecenter users in and from these places, or better, in the local context and through the cyberspace – or, in other words, in a global dimension – to check how they are built, transformed, and reproduced, etc. So, we learned what happens during the interaction between telecenter users and information society – under the network point of view. To get it, we started from a socio-technical analysis – which conceives that reality is composed by humans and non-humans association networks –, or, specifically, from the actor-network theory (ANT), and also from a rizomatic thought that is able to express how nets are complex. We have studied two communitarian telecenters from Porto Alegre-RS: Timbaúva and Vila Cruzeiro – placed respectively in the north and in the south of this town. Following the qualitative method, we made field observations for four months and applied thirty two individual and open (not entirely) interviews, which tried to catch how telecenter users related to each other in these spaces and through the cyberspace. Afterwards, we did a content analysis of the interviews and made an ethnographic description about our telecenter experiences, and we developed a reassembly of the social interaction networks, in which we traced associations among different elements (things and people) and identified sociability flows, movements inside the nets.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/21457
Date January 2009
CreatorsBornia Junior, Dardo Lorenzo
ContributorsRosenfield, Cinara Lerrer
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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