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Inclusão na educação infantil: as crianças nos (des)encontros com seus pares

Este estudo busca registrar como ocorrem as interações entre pares nos processos de inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais. São registrados alguns movimentos acerca da inclusão na Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre, contextualizando-os nas Escolas Municipais Infantis, locus desta investigação. As principais questões de pesquisa foram: Como interagem as crianças na escola com um colega, visto ou anunciado, como diferente? Estas crianças, ditas diferentes, como atuam junto a seus pares? De que estratégias se valem para aproximarem-se umas das outras? Como se anuncia ou aparece esta marca da diferença para as demais crianças? Partindo dos pressupostos teóricos interacionistas da Sociologia e da Psicologia, tendo por base a perspectiva sistêmica e especialmente fundamentado na Sociologia da Infância, que toma as crianças como agentes de sua própria socialização, este estudo direcionou-se no sentido de captar suas vozes, em suas múltiplas manifestações expressivas. A metodologia utilizada foi a etnografia. A análise de episódios interativos entre as crianças deu origem a quatro Dimensões que revelam os modos de socialização observados no grupo investigado. São elas: Os caminhos para estar juntos: compreender o outro; Movimentos ativos de aproximação; Ações partilhadas; Tão perto e tão longe. Foi possível observar que as crianças dão visibilidade às diferenças que se apresentam no encontro com seus pares, mas nem tudo o que é gerado entre elas tem a ver especificamente com a marca distintiva da deficiência; fazem as perguntas que precisam e apresentam-se ao outro valendo-se de variadas estratégias que possuem e/ou desenvolvem nestes contextos. O brincar aparece reafirmado como uma estratégia que possibilita a aproximação entre as crianças, constituindo-se em espaços de produção de cultura nos quais podem experimentar pertencimento. A inclusão revela-se como um processo dinâmico que se dá no cotidiano e no qual as interações entre as crianças desempenham um papel fundamental. Os encontros entre as crianças são reveladores de caminhos a serem percorridos e desencadeadores das potências suas e de seus pares, em que compartilham sentidos que nem sempre se mostram tão facilmente a nós adultos. / This study seeks to analyze how interactions among peers occur in the inclusion processes of children with special educational needs. Some inclusion-related movements in the Porto Alegre City Municipal Education Network are examined, contextualizing them in Municipal Children’s Schools, which are the loci of this investigation. The main research questions were: How do schoolchildren interact with a classmate who has been seen or announced as different? How do these so-called different children behave in the company of their peers? What strategies do they use to approach one another? How is this mark of difference announced or how does it appear to other children? Starting from the interactionist theoretical presuppositions of Sociology and Psychology, based on the systemic perspective and especially grounded in Child Sociology, which regards children as agents of their socialization, this study was aimed at capturing their voices in their multiple forms of expression. The adopted methodology was ethnography. The analysis of interactive episodes among children gave rise to four Dimensions that reveal the methods of socialization observed in the investigated group. The four Dimensions are: the ways of being together: understanding one another; active approach movements; shared actions; so close and so far. It was possible to observe that children give visibility to differences when they meet their peers, but not everything generated among them is specifically related to the distinctive mark of disability; they ask the questions they need and introduce themselves to the other by using varied strategies they have and/or develop in these contexts. Playing seems reaffirmed as a strategy that allows children to get closer, constituting spaces for cultural production in which they can experience the sense of belonging. Inclusion proves to be a dynamic process that takes place in the everyday life and where interactions among children play a fundamental role. The meetings among children reveal paths to be followed and trigger their potentialities because they share senses that are not always easily seen by adults.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/13735
Date January 2007
CreatorsZortéa, Ana Maira
ContributorsBarbosa, Maria Carmen Silveira
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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