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Fatores associados à percepção de aliança terapêutica por pacientes em psicoterapia psicanalítica

Introdução: A percepção do paciente sobre a relação com seu psicoterapeuta é determinante para a sua permanência em tratamento e para o sucesso da psicoterapia. Entretanto, pouco se tem investigado sobre quais fatores disponíveis na fase de avaliação para uma psicoterapia psicanalítica são indicadores de melhor aliança entre terapeuta e paciente. Objetivo: Investigar se há associação entre fatores sociodemográficos e clínicos e a aliança terapêutica, na percepção do paciente. Método: Trata-se de um estudo transversal que avaliou a qualidade da aliança terapêutica em pacientes adultos atendidos em psicoterapia psicanalítica em um ambulatório de saúde mental em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. A amostra foi constituída por 118 pacientes que chegaram até a quarta ou quinta sessão de psicoterapia psicanalítica e foram avaliados pela escala Calpas – P. Resultados: O estudo mostrou que pacientes do sexo masculino tiverem média (6.44) significativamente menor (p=0.036) a das mulheres (6.66) na escala de avaliação e percepção do trabalho do terapeuta. Encontrou também que quanto maior a intensidade dos sintomas de psicoticismo menor a percepção de aliança na escala de comprometimento com o processo de psicoterapia (r=0.231, p=0.05). Conclusões: Os resultados mostraram que, no início da psicoterapia, gênero e severidade dos sintomas interferem na percepção da aliança terapêutica. Identificou-se que os pacientes homens percebem, em media, menor aliança na dimensão que se refere à compreensão e ao envolvimento do psicoterapeuta, independente do sexo deste. Isso indica, possivelmente, que homens tendem a considerar seus terapeutas com menor capacidade de entender seu ponto de vista e sofrimento, demonstrar aceitação sem julgamentos, dirigir-se ao ponto central de dificuldade, intervir com tato e no tempo certo, e mostrar real compromisso em ajudar e vencer os problemas. Pacientes com sintomas de psicoticismo mais severos apresentaram menor aliança na dimensão que avalia esforço do paciente em empreender uma mudança, boa vontade em fazer sacrifícios em relação ao tempo e ao dinheiro; visão da terapia como uma experiência importante; confiança na terapia e no terapeuta; participação na terapia, apesar de momentos de sofrimento; e compromisso de completar o processo terapêutico. Devido à complexidade do conceito de aliança terapêutica, mais pesquisas são necessárias, a fim de reforçar e demonstrar a influência de variáveis objetivas em seu desenvolvimento (fatores do paciente, do terapeuta e da interação da dupla). Os achados agregam importância à preparação técnica dos terapeutas, para poderem desenvolver melhores alianças com esse tipo de paciente, propiciando maior aderência ao tratamento. / Introduction: The patient's perception of the relationship with their therapist is determinant for their treatment adherence and for the success of psychotherapy. However, little has been investigated about which factors available at the evaluation stage for psychoanalytic psychotherapy are indicators of a better alliance between therapist and patient. Objective: To investigate whether there is an association between sociodemographic and clinical factors and the therapeutic alliance in the patient's perception. Method: This work consists of a crosssectional study that evaluated the quality of the therapeutic alliance in adult patients receiving psychoanalytic psychotherapy in a mental health outpatient clinic in Porto Alegre, state of Rio Grande do Sul, Brazil. The sample was made up of 118 patients who had at least four or five sessions of psychoanalytic psychotherapy and were evaluated using the Calpas – P scale. Results: The study showed that male patients have average (6.44) significantly lower (p=0.036) than women (6.66) in the scale of evaluation scale and perception of the therapist‟s work. He also find that the intensity of the symptoms of psychoticism present lesser alliance in the scale of commitment with the psychotherapy process (r=0.231, p=0.05). Conclusions: The results showed that, at beginning of psychotherapy, gender and severity of the patient‟s symptoms interfere with the perception of therapeutic alliance. It was identified that male patient‟s are, on average, worse at perceiving the alliance in the dimension that refers to therapist understanding and involvement regardless of gender this. This indicate, perhaps, that men tend to consider their therapists with less capacity to understand their point of view and suffering, show acceptance without judgment, address the key point of difficulty, intervene tactfully and timely and show commitment to helping and overcome the problems. Patients with more severe symptoms of psychoticism had lower alliance in the dimension that assess patient‟s effort in undertaking change, willingness to make sacrifices regarding time and money; having a vision of therapy as an important experience; confidence in therapy and in the therapist; engagement in therapy, despite moments of suffering; commitment to completing the therapeutic process. The alliance is a complex concept. This is why more research is necessary in order to reinforce and show the influence of objective variables on its development. Factors related to patient, therapist, and the interaction of the duo are worthy of attention. The findings add to the importance of therapists' technical preparation, so as to enable them to develop better alliances with this type of patient, thus allowing for a better adherence to treatment.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/104135
Date January 2013
CreatorsCosta, Camila Piva da
ContributorsEizirik, Claudio Laks
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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