Submitted by Edileide Reis (leyde-landy@hotmail.com) on 2014-09-15T13:13:45Z
No. of bitstreams: 1
Ricardo Santos do Carmo.pdf: 2710669 bytes, checksum: 3c5247dd28ee39c08f69905d5d174239 (MD5) / Approved for entry into archive by Rodrigo Meirelles (rodrigomei@ufba.br) on 2015-10-09T18:43:55Z (GMT) No. of bitstreams: 1
Ricardo Santos do Carmo.pdf: 2710669 bytes, checksum: 3c5247dd28ee39c08f69905d5d174239 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-10-09T18:43:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Ricardo Santos do Carmo.pdf: 2710669 bytes, checksum: 3c5247dd28ee39c08f69905d5d174239 (MD5) / A linguagem teleológica, isto é, aquela que faz referência às noções de ‗propósito‘, ‗função‘, ‗design‘ comparece nas idéias de Sócrates, conforme apresentadas no Fédon de Platão, também no próprio Timeu, e na filosofia de Aristóteles. Em Platão, as explicações teleológicas aludem à existência de um agente racional que é visto como a causa do bom estado das coisas no mundo natural, razão pela qual sua teleologia é dita ―externa‖. Aristóteles, por seu turno, recorre à linguagem teleológica para descrever o comportamento dos entes vivos e não-vivos, mas, em contraste a Platão, não assume o pressuposto de que o universo é produto de um design inteligente, motivo por que sua teleologia é dita ―imanente‖ ou ―interna‖. Contudo, principalmente desde a substituição do modelo aristotélico, que tem as causas finais como um dos modos de explicação, por um modelo mecânico do mundo, que mantém apenas as causas eficientes do Estagirita, formulações teleológicas nas ciências têm sido vistas com reservas por cientistas e filósofos. A principal razão dessas suspeitas é a de que o modo teleológico de explicação envolve desígnio ou planejamento consciente e, além disso, implica causação reversa. Nas ciências físicas, as explicações teleológicas foram expurgadas desde a Revolução Científica do século XVII, simultaneamente à adoção de um modo de explicação baseado em leis gerais, o qual foi formalizado no século XX no modelo dedutivo-nomológico de explicação. Nas ciências biológicas, de modo diferente, as atribuições de função ou objetivo continuam a ser muito comuns para explicar determinados itens biológicos (e.g., traços, comportamentos, processos), situação que, para os empiricistas lógicos das décadas de 1950 e 1960, revela um sinal de imaturidade da biologia. Neste trabalho, discutimos, inicialmente, a linguagem teleológica desde uma perspectiva histórica e filosófica, destacando os principais pontos que dificultam a sua aceitabilidade nas ciências e indicando de que modo eles podem ser superados. Nesse contexto, portanto, nossas considerações buscam indicar de que modo a linguagem teleológica pode ser legitimamente empregada na elaboração de explicações científicas. Neste trabalho, avaliamos as implicações que o debate filosófico acerca das explicações em termos de função e objetivo podem ter no contexto educacional, particularmente no ensino e aprendizagem de biologia. Para alcançar este objetivo, investigamos como três obras didáticas de biologia do Brasil utilizam a linguagem teleológica na formulação de explicações para os assuntos que são objeto de estudo dessa ciência. Na análise das obras, exploramos os enunciados teleológicos e funcionais a partir de dois projetos explanatórios discutidos na filosofia da biologia contemporânea, a saber: (i) etiológico, que fornece uma abordagem essencialmente histórica de explicação biológica; e (ii) organizacional, que orienta o estudo acerca das capacidades de sistemas complexos mediante o apelo às funções de seus componentes, ou seja, a contribuição das partes para a realização de uma capacidade global. Nossos resultados mostram que poucas explicações podem ser qualificadas como etiológicas, em razão de que os autores preterem a discussão de temas segundo um tratamento evolutivo. Associado a esse resultado, a maioria dos enunciados foi localizada no contexto do projeto organizacional de explicação científica. Na análise das explicações, destacamos os principais problemas que elas apresentam, como a falta de clareza na identificação do explanandum e explanans, situação que pode prejudicar a compreensão dos assuntos pelos estudantes. Por fim, colocamos que a recontextualização das duas abordagens centrais sobre as explicações funcionais na filosofia da biologia, a perspectiva etiológica e a organizacional, podem fornecer um embasamento epistemológico consistente para as explicações biológicas no ensino médio.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:192.168.11:11:ri/18083 |
Date | January 2010 |
Creators | Ricardo Santos do Carmo |
Contributors | El-Hani, Charbel Niño, Caponi, Gustavo Andrés, Japyassú, Hilton Ferreira |
Publisher | Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGF), UFBA, brasil |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFBA, instname:Universidade Federal da Bahia, instacron:UFBA |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0019 seconds