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Práticas pedagógicas populares, feministas e decoloniais do movimento de mulheres camponesas em Santa Catarina. Uma etnografia colaborativa

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, Florianópolis, 2015. / Made available in DSpace on 2016-04-15T13:16:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2015 / Através de quais dimensões se expressa a relevância educativa dos movimentos sociais? Quais aprendizagens se co-constroem no interior deles? De qual forma se realiza o processo de assunção do compromisso sociopolítico? Quais conflitos ele proporciona e em quais níveis? Que tipo de transformações gera na vida das pessoas e nas comunidades? Estas são algumas das perguntas das quais nasceu a etnografia colaborativa que conduzi junto com o Movimento de Mulheres Camponesas no estado de Santa Catarina, e que me levou a atravessar ? também graças a um percurso de co-tutela entre a Universidade de Verona (Itália) e a Universidade Federal de Santa Catarina ? dois diversos contextos acadêmicos e nacionais. A atenção ao Movimento de Mulheres Camponesas ? que se constituiu em Santa Catarina em 1983 e se afirmou em nível nacional em 2004 ? tem origem em um interesse pelas práticas e os pensamentos político-pedagógicos que surgem do compromisso de comunidades de mulheres, frequentemente em lugares marginais e pouco conhecidos. Neste sentido, a partir de uma perspectiva teórica que interliga sobretudo as contribuições da pedagogia popular de inspiração freiriana, do feminismo italiano da diferença e do pensamento decolonial latino-americano, proponho na tese uma hermenêutica das práticas político-pedagógicas do Movimento de Mulheres Camponesas em Santa Catarina, situada nas relações que construí com minhas interlocutoras de pesquisa. Em particular, a tese se desenvolve em três partes, por sua vez divididas em capítulos. A primeira parte é dedicada às contextualizações teóricas, metodológicas e históricas da pesquisa, em um processo de gradual aproximação ao objeto de estudo. Na segunda parte, trato das práticas político-pedagógicas do movimento, detendo-me na interpretação dos processos educativos formais e, especialmente, informais e não formais, à luz de três conceitos pedagogicamente densos: compromisso, conflito e transformação. Por fim, na terceira parte, argumento sobre as implicações pedagógicas da agroecologia ? que atualmente representa o núcleo articulador das lutas do movimento ? em chave feminista e decolonial. A partir de um processo intersubjetivo de elaboração do conhecimento, que envolveu a mim e algumas outras mulheres em contextos, lugares e tempos específicos, visei oferecer uma contribuição à construção de uma pedagogia dos movimentos sociais, nascente no Brasil ? onde está enraizada no pensamento de Paulo Freire ? e quase totalmente ausente na Itália ? embora alguns antecedentes8fundamentais possam se encontrar na tematização do nexo entre pedagogia e política pelas experiência históricas de pedagogia popular (a escola de Barbiana, o centro Mirto em Partinico, o movimento não-violento) e pelas pedagogias críticas (dentre elas, o pensamento gramsciano, o Problematicismo e a Pedagogia da Diferença Sexual).<br> / Abstract : Through which dimensions does the educational significance of social movements find its own expression? What kind of learning can be built together in their inside? How can the process of the assumption of a socio-political commitment take place? What kind of conflicts does it open and at what levels? What kind of transformations does it generate in people's lives and communities? These are just some of the several starting questions of the collaborative ethnography-based study that I have carried out together with the Peasant Women's Movement in the State of Santa Catarina and that has allowed me to pass through two different national-academic contexts, thanks also to a joint supervision between the University of Verona (Italy) and the Federal University of Santa Catarina. The focus on the Peasant Women's Movement, which arose in Santa Catarina in 1983 and established itself in 2004 on a national level, starts from an interest in the political-pedagogical practices and thoughts that arise from the commitment of women's communities in the most peripheral and unknown places. In this study, starting from a theoretical perspective, that interweaves the various contributions of the Freirean popular pedagogy, the Italian difference-feminism, and the Latin American decolonial thought, I propose a hermeneutics of the political-pedagogical practices of the Peasant Women's Movement in Santa Catarina, and this hermeneutics finds its location in the relationships between me and my interlocutresses. In particular, this study is made up of three main parts, each one subdivided into various chapters. The first part is dedicated to a theoretical, methodological, and historical contextualization in a process of a stepped approximation to the subject-matter of the study. In the second part, I go deep into the political-pedagogical practices of the Peasant Women's Movement, with a focus on the interpretation of formal, informal and non-formal educational processes in the light of three main pedagogical concepts: commitment, conflict, and transformation. In the third part, I argue about the pedagogical implications of agroecology, which nowadays forms the core of the struggles of the Peasant Women's Movement, in a feminist and decolonial point of view. Starting from an inter-subjective process of knowledge construction, which involved both me and some other women in specific contexts, places, and times, I tried to offer a contribution to the construction of an pedagogy of social movements. This pedagogy is emergent in Brazil, where has its roots in Freire's thought, and is almost10absent in Italy despite some fundamental precedents can be found in the theming process of the link between pedagogy and politics by some historical experiences of popular pedagogy (the school of Barbiana, the center Mirto in Partinico, the nonviolent movement) and by critical pedagogy (among them: the thought of Gramsci, the Problematicism, the Pedagogy of Sexual Difference).

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/160564
Date January 2015
CreatorsMuraca, Mariateresa
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Fleuri, Reinaldo Matias, Cima, Rosanna
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format476 p.| il.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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