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Preparação, caracterização e avaliação da eficácia terapêutica de microesferas de camptotecina preparadas a partir da poli-£-caprolactona

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Farmácia. / Made available in DSpace on 2012-10-20T23:47:01Z (GMT). No. of bitstreams: 1
194979.pdf: 910233 bytes, checksum: 248a470f8e081078dc89d2fb22d7db81 (MD5) / A camptotecina é um fármaco que apresenta uma considerável atividade antitumoral cujo mecanismo de ação envolve a inibição da topoisomerase I, enzima presente em altas concentrações nos tumores. Entretanto, a administração intravenosa deste fármaco é limitada devido a sua baixa solubilidade aquosa em soluções apresentando baixos valores de pH, e a sua inativação, decorrente da abertura do anel lactônico, em pH fisiológico. Além disso, a administração de camptotecina em doses baixas e protocolos prolongados tem demonstrado ser mais efetiva para o tratamento do câncer do que o emprego de altas doses por um curto período de tempo, tornando este fármaco perfeitamente adaptável para a utilização em estratégias terapêuticas que visam a liberação prolongada. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi preparar microesferas de poli-e-caprolactona (PCL) contendo camptotecina, visando à manutenção da integridade da molécula frente à inativação pelo pH fisiológico, o prolongamento da liberação do fármaco e a melhoria da eficácia terapêutica. As microesferas de PCL contendo camptotecina (CPT) foram preparadas pela técnica de emulsificação/extração do solvente. A influência da quantidade de CPT inicialmente adicionada (15, 30 e 60 mg) sobre a encapsulação do fármaco, bem como sobre as características das partículas foi avaliada. Após determinação da camptotecina por CLAE, a eficiência de encapsulação se manteve em torno de 81% em todas preparações, mas o teor de fármaco aumentou proporcionalmente com o aumento da quantidade inicial de CPT. A obtenção de partículas esféricas apresentando superfície rugosa com tamanho em torno de aproximadamente 1-100mm foi verificada após visualização das microesferas por MEV, tendo sido a rugosidade relacionada à rápida eliminação do solvente orgânico da fase interna da emulsão proporcionada pela adição de etanol. Além disso, a presença de cristais de fármaco foi evidenciada na superfície das microesferas preparadas com 30 e 60 mg de CPT. Os ensaios de liberação in vitro foram realizados empregando-se como meio uma solução de tampão fosfato pH 7,4 a 37oC contendo Tween 80 2% (p/v). Para as microesferas preparadas com 15 e 30 mg de CPT foram obtidos percentuais de liberação em torno de 100% após 72 horas para ambas formulações, sendo esta governada predominantemente por um fenômeno de difusão. No entanto o efeito burst variou sendo de 7% e 35% para as microesferas preparadas com 15 e 30 mg de CPT, respectivamente. Este resultado foi associado à presença de cristais de fármaco na superfície das partículas. A eficácia terapêutica das microesferas foi avaliada empregando-se o ensaio de metástase pulmonar, após a inoculação intraorbital de células B16-F10 em camundongos. Diferentes grupos de animais foram tratados com as microesferas e com o fármaco livre em intervalos de 3 ou 5 dias durante 24 dias. Após, os camundongos foram sacrificados, os pulmões foram removidos e o número de metástases foi contado. O sangue dos animais, previamente coletado por punção cardíaca, foi analisado para avaliação da toxicidade renal e hematológica. Neste ensaio, foi observado que todos os grupos tratados com a camptotecina conduziram à diminuição significativa do número de metástases pulmonares. No entanto, a presença de toxicidade foi verificada pela alta taxa de letalidade, perda significativa de peso e neutropenia, nos animais que receberam o fármaco livre. Nos grupos de camundongos tratados com as microesferas de camptotecina foi observada perda de peso significativa apenas naqueles que receberam o fármaco a cada 3 dias, mas não ocorreram óbitos nem neutropeunia. Desta maneira, as microesferas de camptotecina apresentaram eficácia terapêutica similar aquela do fármaco livre, mas com toxicidade significantemente reduzida. A administração de microesferas de CPT de liberação prolongada a cada 5 dias demonstrou ser mais segura, além de apresentar a vantagem de evitar o procedimento de perfusão intravenosa, geralmente incômodo ao paciente.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/85826
Date January 2003
CreatorsDora, Cristiana Lima
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Senna, Elenara Maria Teixeira Lemos, Silva, Marcio Alvarez da
PublisherFlorianópolis, SC
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatxiii, 104 f.| il., tabs., grafs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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