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Geologia e controle estrutural do depósito cuprífero caraíba, Vale do Curabá, Bahia, Brasil

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1984_LuizJoseDelReySilva.pdf: 8874596 bytes, checksum: 3c70a62301cbb5b587fd6947661ded34 (MD5) / No Vale do Curaçá, situado na parte norte-nordeste do Estado da Bahia, distante cerca de 500 km da Capital, ocorrem cerca de três
centenas de corpos máfico/ultramáficos potencialmente portadores de sulfetos de cobre, encerrando uma dezena de depósitos atualmente conhecidos, destacando-se dentre eles a mina Caraíba, a 29 maior jazida
de cobre no País, com cerca de 185 milhões de toneladas de minério a 1% Cu, em média.
Possivelmente entre 2,6 e 2,0 Ga instalou-se na crosta arqueana um sistema 'rift' norte-sul, com cerca de 300 a 400 km de comprimento
norte-sul, tendo nele se implantado uma suíte de litologias supracrustais (sedimentos quartzo-feldspáticos, anfibolitos, rochas
calcosilicatadas, quartzitos, formação ferrífera) a qual foi deformada e metamorfisada em três eventos principais, seguidos de pelo menos dois eventos tardios (cisalhamentos e falhas ou dobras abertas)
de menor importância na montagem do arcabouço geológico.
Os corpos máfico/ultramáficos, derivados de magma parental toleítico, foram intrudidos pré-tectonicamente como 'sills' diferenciados.
A presença de mineralização é função do estágio inicial de diferenciação, sobretudo relacionada com os níveis basais de composição ortopiroxenítica. Os corpos onde predominam tipos gabróicos e gabro-noríticos são normalmente estéreis.
O depósito Caraíba é o maior dos corpos hipersteníticos conhecidos e ocorre associado a uma suíte magnesiana (gabro-noritos, wherlitos, lherzolitos, serpentinitos) não mineralizada (potencialmente
niquelífera) sendo que a primeira mostra-se mais jovem do ponto de
vista estratigráfico, ainda que ambas sejam pré-tectônicas.
O sistema 'rift' foi fechado com o advento de duas fases iniciais
de deformações, as quais geraram movimentos de cavalgamento
('thrusting' e 'understhrusting') supostamente no sentido este para
oeste (19 fase) e de sul para norte (2a fase) em cada uma das
quais foram colocados corpos estratóides de ortognaisses de composição
tonalítica e granodiorítica.
A pilha original foi então espessada e submetida ametamorfismo anfibolítico alto (M1) e granulítico (M2) . Durante F1/M1 ocorreram intensos fenômenos de transposição e migmatização, gerando as dobras intrafoliais (D1) trapeadas ao longo do bandamento metamórfiS1.
Durante F2 foram produzidas dobras D2 apertadas com planoaxial
E-W a N60°W com mergulho 20°S e eixos horizontalizados.
A consolidação crustal veio com uma terceira fase de deformação,
de esforço compressivo E-W muito forte, que gerou dobras apertadas
a abertas, com planos axiais verticalizados, xistosidade plano-axial penetrativa regionalmente e eixo de atitude norte-sul com
caimento médio de 16 a 20 para sul na região da mina Caraíba. Concomitantemente
ocorreu um enxame de intrusões de corpos graníticos potássicos elongados N-S e paralelos com as estruturas regionais,
inclusive a intrusão do sienito Itiúba, hoje uma serra com cerca de 00 km norte-sul 10 km este-oeste.
Esta última fase principal se deu em condições de metamorfismo
anfibolito alto/localmente granulito, e esteve associada a fortes
transposições e migmatização.
Como resultado, o corpo Caraíba é hoje um cogumelo (Fig. 2 de
interferência de Ramsay, 1967) resultante da superposição de um sinforme
D3 sobre as dobras D2 com eixo N60°W. Essa estrutura está posicionada
no flanco oeste do grande antiforme D3 Caraíba, flanco esse
que tem direção N20°W e mergulho acentuado (70°) para oeste/sudoeste.
Os sulfetos de cobre foram concentrados nas charneiras das dobras D2 , ao longo de corpos cilíndricos paralelos ao eixo B2 e à lineação
L2l , originalmente horizontalizados portanto, mas tendo continuidade
limitada.
O corpo mineralizado Caraíba apresenta em superfície, na sua
parte central, uma seqüência de quatro charneiras de dobras D2, com
eixos B2 verticalizados pela superposição do sinforme D3 apertado,
o qual tem eixo B3 caindo em média 16 a 20 para sul, mas que tem
caimento abrupto (80 ) para norte na parte central, como resultado
da acomodação à atitude pós-D2 e pré-D3 do corpo mineralizado naquela
parte da jazida. O minério está então controlado ao longo de charutos
verticalizados descontínuos.
Os teores de cobre se distribuem de forma muito heterogênea horizontal e verticalmente na jazida, como resultado da intensa história
evolutiva, implicando em diluição inevitável nas atividades de lavra a céu aberto e subterrânea para os métodos de extração em
andamento.
A mina encontra-se em operação de lavra a céu aberto, com produção de quatro milhões de toneladas de minério/ano a 0,83% Cu em
média e preparação para início de lavra subterrânea (previsão de 1.800.000 toneladas de minério/ano a 1% Cu em média) tendo a infraestrutura global atual vida útil prevista para mais 11 anos.
É proposto modelo geotectônico global para a evolução do Vale do Curaçá, serra de Itiúba, Vale do Jacurici ('Cr-belt') rochas
do Grupo Jacobina Inferior e quartzitos da serra de Jacobina, como hipótese de trabalho. _______________________________________________________________________________
ABSTRACT / The Caraíba deposit, located in the northern part of Bahia State, in the Curaçá river valley, is a chalcopirite/bornite-bearing mafic/ultramafic sill, derived from a tholeiitic magma, which was intruded into a volcanic-sedimentary sequence composed of quartzfeldspar gneisses, leptinites, banded iron formation, calcsilicate rocks and amphibolites. Probably between 2.6 and 2.0 Ga, that sequence was deposited and submited to at least three main tectonic-magmatic events. The first two deformational events were thrust-undesthrusting types, producing a crustal thickening by interleaving of the layers and injection of several G1 and G2 orthogneissic sheet-like intrusions, tonalitic/trondhjemitic and granodioritic in composition. Amphibolite and granulite facies metamorphism acomppanied the first and second phases, resulting in a mixed pile with a strong metamorphic S1 foliation with transposed N-S trending D1 intrafolial folds, followed by N60°W trending tight folds. After the horizontal tectonic regime a strong E-W compressive stress field resulted in a regional sequence of tight to open D3 folds with N-S 80 S axial planes and 16° to 20°S plunging regional axes. M3 metamorphism reached high-amphibolite to locally granulite facies and, together with a strong deformation, created a very strong and penetrative foliation, S3 , marked by oriented quartz-plagioclasebiotite- hornblende crystals. Many of syntectonic pottassic lens shaped granitic bodies, were intruded during F3, including the huge Itiúba syenite, all of them strongly foliated and with a characteristic pink-red colour. As a result, the Caraiba copper deposit is now alobate interference pattern (type 2 of Ramsay, 1967) between a D3 tight synform positioned on the 70°W dipping limb of the major N-S trending D3 Caraiba antiform, refolding the recumbent tight D2 folds. The sulphide mineralization is now concentrated along vertical and disrupted rods which marked originally a horizontal N60°W lineation (or B2 ) . Because of this poliphase tectonic-metamorphic history with associated strong migmatization, the copper content is very heterogeneously distributed inside the pyroxenitic/noritic host -rocks, adding difficulties to the mining works, mainly the underground operations. Two later events of shearing are also described and probably one fourth folding fase, but not important for the ore control. A very hypothetical regional tectonic rift-valley system is proposed for the crustal evolution of the Curaçá region, Itiúba s y e n i t e and the Cr-belt on its eastern side, and the Jacobina Group, all of them enclosed between two Archean blocks.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/9565
Date12 1900
CreatorsSilva, Luiz José Homem D´El-Rey
ContributorsGaál, Gabriel Edmund
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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