São Cristóvão, SE / Nas últimas décadas, vem ocorrendo uma forte disseminação das tecnologias de controle e vigilância eletrônica no mundo inteiro. O Brasil e, particularmente, Aracaju, não foge à regra, pois a disseminação dessas tecnologias tem aumentado com o crescimento da violência criminal. É inegável que as mudanças no âmbito da produção e no trabalho têm implicações tanto sobre as causas da criminalidade quanto sobre as reações contra ela, visto que as causas da criminalidade estão, principalmente, relacionadas à injustiça social e a desigualdades socioeconômicas espaciais. Para o controle e/ou redução da violência criminal, o Estado capitalista recorre a “máxima” - é necessário mais investimentos em sistemas de segurança pública e privada. No Brasil, uma das formas para o controle e/ou redução da violência criminal é a implantação de Centros Integrados de Operações em Segurança Pública reticular com a utilização do ciberespaço da videovigilância. Em Sergipe, foi implantado o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (CIOSP), com esse mesmo objetivo. Nesse sentido, a hipótese de pesquisa é que a inserção de um ciberespaço reticular da videovigilância da segurança pública no espaço urbano de Aracaju, necessariamente não implica no controle e/ou na redução da violência criminal, mas viabiliza e reforça o controle socioespacial. A tese foi desenvolvida objetivando analisar o ciberespaço da videovigilância da segurança pública como forma de controle socioespacial, considerando o processo espacial de integração em rede do sistema de segurança pública em Aracaju. Para a realização da pesquisa, buscou-se contextualizar o ciberespaço, delineando-o como viés de controle e segurança e explicar o processo de virtualização eletrônica do espaço geográfico, através do ciberespaço, para fins de segurança e controle. Além disso, foi necessário explicar a reticularização virtual do espaço como forma de controle, constatando-se que a inserção da videovigilância da segurança pública não implica em solução para o problema da violência, especificamente no Brasil e em Sergipe. Justifica-se a realização desta pesquisa, na medida em que oferece subsídios para discussões em relação à reticularização do espaço geográfico através do ciberespaço da videovigilância, à questão do controle social e da violência criminal; a importância do entendimento do ciberespaço como parte do espaço geográfico na relação sociedade-natureza. Para o desenvolvimento metodológico da pesquisa foi realizada pesquisa bibliográfica; pesquisa de campo em Aracaju como “recorte” espacial de análise; e, pesquisa em fontes estatísticas a partir do Mapa da Violência 2016, do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2016, do Atlas da Violência 2016 e do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (SINESP). A tese foi desenvolvida através de uma pesquisa explicativa, buscando analisar o fenômeno a partir de relações e mediações que envolvem a produção do espaço. Como resultados foi possível elucidar as contradições que permeiam a violência e segurança através do ciberespaço como controle e virtualização do espaço.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:ri.ufs.br:riufs/6819 |
Date | 09 June 2017 |
Creators | Rodrigues, Auro de Jesus |
Contributors | Santos, Ana Rocha dos |
Publisher | Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal de Sergipe |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFS, instname:Universidade Federal de Sergipe, instacron:UFS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0332 seconds