Apesar de conhecidos os benefícios do aleitamento materno, seus índices ainda se encontram aquém do recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Neste sentido, práticas de promoção desenvolvidas pelos profissionais de enfermagem, da Estratégia de Saúde da Família, dotados de habilidades e conhecimento, podem elevar a prevalência e duração desta prática social. Este estudo teve como objetivos: analisar a atuação dos profissionais de enfermagem das equipes de saúde da família na promoção ao aleitamento materno; caracterizar seu perfil sociodemográfico, profissional, de trabalho e de amamentação; e identificar seu conhecimento e suas práticas de promoção. Tratou-se de estudo observacional, transversal, descritivo e exploratório que foi desenvolvido nas unidades de saúde da família da zona urbana do município de Uberaba/MG. A população do estudo constituiu-se por 85 profissionais de enfermagem que estavam atuando nas equipes de saúde da família no momento da coleta dos dados, entre março e julho de 2010. Os dados foram coletados por meio de dois questionários, sendo um para enfermeiros e outro para técnicos de enfermagem. Ademais, em um segundo momento, foi realizada a coleta dos dados por meio da observação. Os dados foram processados e analisados no programa Statistical Package for Social Sciences, versão 16.0. Na análise, utilizaram-se distribuição de frequências, medidas de tendência central e de variabilidade, comparação entre médias e análise de correlação de Pearson e Spearman. No momento da coleta dos dados, 44,7% dos profissionais tinham entre 20 e 29 anos, sendo que a maioria era do sexo feminino e não tinha filhos. Dentre aqueles que eram pais, a maioria passou pela experiência da amamentação. A maioria dos profissionais participou, ao menos uma vez, de cursos sobre aleitamento materno e se considerou apta para observar uma mamada e corrigir os erros. A mediana do tempo de atuação dos profissionais de enfermagem nas equipes onde estavam alocados foi de cinco meses. A média de acertos no teste de conhecimento sobre aleitamento materno girou em torno de 60% e foi maior entre os profissionais que não amamentaram seus filhos, que participaram de cursos sobre aleitamento materno e que se consideraram aptos para a atuação em aleitamento materno. Houve uma fraca correlação entre a média de acertos no teste de conhecimento e o tempo de atuação nas equipes (r=0,02). Em relação às práticas de promoção investigadas no estudo, quais sejam: orientações sobre aleitamento materno às gestantes no terceiro trimestre de gestação, nos grupos educativos, em visitas domiciliares às puérperas, nas consultas de pré-natal e puericultura, nas atividades de educação continuada em serviço e nos encontros com gestantes e nutrizes, a maioria dos profissionais afirmou participar e abordar o aleitamento materno em quase todos estes encontros. Entretanto, houve uma fraca correlação entre a frequência da abordagem do aleitamento materno nessas atividades pelos profissionais e sua média de acertos no teste de conhecimento (0 < r < 0,3), exceto na primeira visita domiciliar à puérpera após o parto, realizada pelos técnicos de enfermagem, onde a correlação com a média de acertos foi moderada, apesar do valor do coeficiente de correlação (r=0,31) estar muito próximo do limite que o separa da classificação como correlação fraca. Nas observações, foi verificado que a afirmação, da maioria dos profissionais, de que desenvolviam as atividades citadas mostrou ser pouco consistente na prática, uma vez que apenas alguns deles realmente atuavam neste sentido. Ademais, sua atuação não condisse com a proposta da promoção da saúde de ir além da dimensão biológica do aleitamento materno, pois se centrou em uma abordagem curativa e prescritiva. Conclui-se que há uma consciência dos profissionais de enfermagem em realizar as atividades direcionadas à promoção do aleitamento materno, entretanto por diversos fatores estas não acontecem. / Despite the known benefits of breastfeeding, the scores are still below than the recommended by the World Health Organization. In this sense, promotion practices developed by nursing professionals, of the Family Health Strategy, with skills and knowledge, may increase the prevalence and duration of breastfeeding practice. This study aimed to analyze the performance of nursing professionals of family health teams in the promotion of breastfeeding; to characterize their demographic, professional, working and breastfeeding profile; and to identify their knowledge and promotion practices in breastfeeding issues. This was a cross-sectional descriptive study, developed in the urban units of family health of Uberaba/MG. The study population consisted of 85 nursing professionals who were working in family health teams at the time of data collection, between March and July 2010. Data were collected through two questionnaires, one for nurses and other to practical nurses. Furthermore, in a second stage, data were collected through observations. Data were analyzed using Statistical Package for Social Sciences, vs. 16.0. In the data analysis frequency distribution, measures of central tendency and variability, means comparison, and Pearson and Spearman correlation analysis were used. When data were collected, 44,7% of the respondents were between 20 and 29 years, most of whom were female and had no children. Among those who were parents, most had the experience of breastfeeding. Most professionals participated at least once in courses of breastfeeding and were considered able to observe a feed and correct errors. The median time of performance of nursing professionals in the teams where they were allocated was five months. The mean score on the test of knowledge about breastfeeding was around 60% and was higher among those professionals who do not breastfeed their children, who attended courses on breastfeeding and where considered ready for action on breastfeeding. There was a weak correlation between the mean score on knowledge test and the time working in teams (r=0,02). Regarding promotion practices investigated in this study, namely: orientation on breastfeeding to pregnant women in third trimester of pregnancy, the education groups, home visits to mothers, prenatal care and childcare, continuing education activities in service, and in meetings with pregnant women and nursing mothers; the majority of profesionals said that participated and oriented about breastfeeding in almost all of these meetings. However, there was a weak correlation between the frequency of the approach of breastfeeding in these activities by professionals and their mean score on knowledge test (0 < r < 0,3), except for the first home visit after delivery performed by practical nurses, where the correlation with the mean score was moderate (r=0,31). In the observations, it was found that the assertion of the majority of professionals that developed the activities mentioned above proved to be not very consistent in practice, since only some of them actually worked in this direction. Moreover, their performance wouldn´t match the proposed in the health promotion, to go beyond the biological dimension of breastfeeding, because it focused on a curative and prescriptive approach. We conclude that there is an awareness of nursing staff in carrying out the activities aimed at promoting breastfeeding, though for many these factors do not happen. In conclusion, there is an awareness of nursing professionals in carrying out the activities aimed at promoting breastfeeding, though for many factors these activities do not happen.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-14012011-102201 |
Date | 17 December 2010 |
Creators | Fonseca, Mariana de Oliveira |
Contributors | Gomes, Flávia Azevedo |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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