Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Farmácia, Florianópolis, 2010 / Made available in DSpace on 2012-10-25T13:48:42Z (GMT). No. of bitstreams: 1
287219.pdf: 2032656 bytes, checksum: 13524cd63e1323da14928dfee8240bbc (MD5) / A toxicidade da Anfotericina B - desoxicolato (ABDOC) tem sido a maior limitante de sua utilização. Contudo, devido ao baixo custo desta formulação e o amplo espectro de atividade da AB, tem se mantido há décadas como um dos fármacos antifúngicos de maior relevância no tratamento de infecções fúngicas invasivas (IFI). Neste sentido, o objetivo do presente estudo foi avaliar os eventos adversos e o custo da terapia com ABDOC em pacientes imunodeprimidos do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina no período de janeiro a dezembro de 2008. Durante este período 53 pacientes foram tratados com ABDOC e os mesmos foram classificados de acordo com a doença de base: Grupo I - HIV (n = 23, 43,4%); Grupo II - Leucemias (n = 11, 20,8%); Grupo III - Câncer (n = 11, 20,8%) e Grupo IV - Outros (n = 8, 15,1%). A dose média por dia de ABDOC administrada aos 53 pacientes foi de 36,7 mg, a cumulativa de 548,5 mg e o tempo da terapia de 14,4 dias, sendo que foi significativamente menor no grupo III quando comparado ao grupo I. O tempo de infusão variou de 2 a 6 horas entre os pacientes. A utilização como terapia empírica foi responsável por mais da metade (73,6%) das indicações médicas de ABDOC e as IF confirmadas antes e após o início da terapia representaram 26,4 e 67,9% dos casos, respectivamente. Nestes, o Cryptococcus neoformans e a Candida spp. foram responsáveis por 37,4 e 26,4%, respectivamente. Os antibacterianos foram administrados concomitantemente a ABDOC em 90,6% dos pacientes, os quais não foram relacionados à nefrotoxicidade observada durante a terapia. Entre os efeitos adversos relacionados à infusão os mais frequentes foram: febre (n = 21, 39,6%), calafrio (n = 15, 28,3%), náuseas (n = 11, 20,8%), dor (n = 10, 18,9%) e cefaleia (n = 10, 18,9%). A administração de analgésicos, corticóides e anti-histamínicos foi observada predominantemente 30 minutos antes da infusão. Os efeitos nefrotóxicos hipocalemia e hipercreatininemia foram os mais observados nos prontuários de 24 (45,3%) e 17 (42,1%) pacientes, respectivamente. A observação dos exames laboratoriais também mostrou aumento significativo de uremia e hipomagnesemia após início da terapia com ABDOC. A azotemia, hipocalemia e hipomagnesia predominaram no grupo I, sobretudo devido ao tempo médio da terapia que foi significativamente maior quando comparado aos outros grupos e à dose média cumulativa de ABDOC. Todavia, estes efeitos adversos provocados pela infusão de ABDOC ocorreram de forma mais branda que a relatada na literatura, provavelmente em função da terapia hidroeletrolítica que foi administrada aos 53 pacientes. A administração de KCl 19,1%, MgSO4 50% e solução glicosada 5% concomitante a terapia com ABDOC foi observada em 50 (94,4%), 40 (75,5%) e 39 (73,6%) dos pacientes, respectivamente. A solução de NaCl 0,9% foi administrada antes e após a infusão de ABDOC em 35,8% e 20,7% dos 53 pacientes, respectivamente. Durante a terapia todos os 53 pacientes (100%) receberam NaCl 0,9%, sendo que em 21 (39,6%) o volume foi maior em relação ao período anterior a infusão de ABDOC. O custo médio por dia da terapia com ABDOC foi superior no grupo II, provavelmente em consequência dos custos dos exames laboratoriais realizados durante a terapia que foram significativamente superiores. O mesmo foi observado para a terapia empírica com ABDOC que foi significativamente mais onerosa quando comparada ao tratamento das infecções fúngicas confirmadas. A magnitude dos efeitos adversos observados, das intervenções para minimizá-los e do menor custo em relação à formulação lipídica, contribuem com a continuidade da utilização de ABDOC na instituição. No entanto, a formulação lipídica deve estar disponível como segunda linha de terapia conforme recomenda a literatura. / The toxicity of amphotericin B - deoxycholate (ABDOC) has been the most limiting of their use. However, due to the low cost of this formulation and the broad spectrum of activity of AB, it has remained for decades as one of the most relevant antifungal drugs in the treatment of invasive fungal infections (IFI). In this sense, the objective of this study was to assess adverse events and cost of therapy with ABDOC in immunocompromised patients at Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina between January to December of 2008. During this period 53 patients were treated with ABDOC and they were classified according to underlying disease: Group I - HIV (n = 23, 43.4%) and Group II - leukemia (n = 11, 20.8%), Group III - Cancer (n = 11, 20.8%) and Group IV - Others (n = 8, 15.1%). The average dose per day of ABDOC administered to 53 patients was 36.7 mg, 548.5 mg the cumulative dose and the time of therapy 14.4 days, which was significantly lower in group III compared to Group I. Infusion time ranged from 2 to 6 hours between patients. The use as empirical therapy was responsible for more than half (73.6%) of medical indications for ABDOC and IF confirmed before and after use of therapy occurred in 26.4% and 67.9% of cases, respectively. In IF confirmed, Cryptococcus neoformans and Candida spp. occurred in 37.4% and 26.4%, respectively. Antibacterial drugs were administered concomitantly to ABDOC in 90.6% of patients, which were not related to the nephrotoxicity observed during therapy. Among the adverse effects related to infusion the more frequent were: fever (n = 21, 39.6%), chills (n = 15, 28.3%), nausea (n = 11, 20.8%), pain (n = 10, 18.9%) and headache (n = 10, 18.9%). The administration of analgesics, corticosteroids and antihistamines was predominantly observed 30 minutes after the infusion of ABDOC. The nephrotoxic effects hypokalemia and hypercreatininemia were most frequently observed in the charts of 24 (45.3%) and 17 (42.1%) patients, respectively. The observation of laboratory tests showed an increase in blood urea and hypomagnesemia also significant after initiation of therapy with ABDOC. The azotemia, hypokalemia and hypomagnesemia predominated in group I, mainly due to the average time of therapy that was significantly higher when compared to other groups and the average accumulated dose of ABDOC. However, these adverse effects caused by infusion of ABDOC were more moderated than that reported in the literature, probably due to fluid and electrolyte therapy that was administered to the 53 patients. The administration of 19.1% KCl, 50% MgSO4 and 5% glucose solution concomitant to ABDOC therapy was observed in 50 (94.4%), 40 (75.5%) and 39 (73.6%) patients, respectively. The 0.9% NaCl solution was administered before and after ABDOC infusion in 35.8% and 20.7% of the 53 patients, respectively. During therapy all 53 patients (100%) received 0.9% NaCl and in 21 (39.6%) the volumes were higher than in the period before ABDOC infusion. The average cost per day of ABDOC therapy was higher in group II, probably due to the costs of laboratory tests performed during the therapy that were significantly higher. The same was observed for the empirical therapy with ABDOC which was significantly more expensive than the treatment of confirmed fungal infections. The magnitude of the observed adverse effects, the interventions to minimize them and the lower cost compared to the lipid formulation, allows the continued use of ABDOC by the institution. However, the lipid formulation should be available as second-line therapy as recommended in the literature.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/94631 |
Date | 25 October 2012 |
Creators | Moresco, Gelcimar |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Martinello, Flávia, Souza, Liliete Canes |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | 124 p.| tabs., grafs. |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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