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Como o declínio e a perda da autoridade contribuíram para a ascensão do totalitarismo em Hannah Arendt? / How do decline and loss of authority contribubuted to the ascension of totalitarianism in Hannah Arendt?

Submitted by Marilene Donadel (marilene.donadel@unioeste.br) on 2017-09-14T22:54:43Z
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Previous issue date: 2016-08-19 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / This dissertative academic work presents the central problematic about the authority crisis over the tradition of the western philosophical and political thought and its collapse by the totalitarian regime effectuation. Arendt relevantly analyses the notion of authority in Ancient Greek and Roman conceptions, and emphasizes that, in the greek conception, there is an establishment attempt of a beginning of authority of polis government, however, these attempts are summarized as exemples of private organization and it doesn’t concern to human and political subjects, which evokes an authoritarian government, since it touches the principles of political liberty and equality. The ancient Roman had the conception and practice of the authority about the human subjects, in other words, to the public scope, as a structure, which ensures permanence and durability to the government, which has support by the hierarquic relation of command and obedience in free agreement, in mutual recognition of respect between the governors and governed people. This relation of authority, which make governments long lasting in a deep meaning of sacrality of the establishment of the act, like in the ancient Rome, decreases, first as a loss of tradition that connects men to the past, because this tradition was used as a thrust of meaningfulness to presente and future life. Losing this connection with the past, men live in a future projection way and the emptiness of meaning is each time more loaded with the expectation that will come. The failure of traditions is followed by the loss of religion, which means men don’t put their faith in governments and politics anymore – institutions that don’t connect and reconnect men to a establishing principle that ensure authority, permanence and durability of governments anymore. After defeat of tradition and religion, the last one to be lost is the authority its own and its political meaningfulness of roman ways with the consolidation of the totalitarian regimes. These are considered, by Arendt, the most cruel and terrible political ways of all times. Totalitarianism is the absolute denial and destruction of everything an authority used to ensure some things to governments, such as permanence and durability, but mainly freedom of acting and equality. In politics, the denial of the distinct, men are needless, disposable, standardized, animalizes and have their lives denied with mass killing machines, produced in concentration fields. The desire of totalitarianism by the destruction of liberty and spontaneity is a peace graveyard, in which everything that is different and opposite to its goals must be destroyed or killed. Precisely by the fact that the total regime had been made effective in history like the most absolute denial of politics, analysing and understanding phenomenons that made it is truly important so this catastrosphic kind of politics don’t ever come back to happen. One of the ways of trying to stop its return, according to Arendt, is to consolidate a government structured by a establishing principle, having the origin of authority and allowance of liberty of the political acting. / O presente trabalho dissertativo apresenta a problemática central em torno da crise da autoridade ao longo da tradição do pensamento filosófico e político ocidental e a sua falência com a efetivação dos regimes totalitários. Arendt faz uma análise pertinente à noção de autoridade nos gregos e romanos antigos, enfatizando que nos primeiros existe uma tentativa de estabelecer um princípio de autoridade para o governo da Polis, porém as tentativas se resumem a exemplos da organização privada e não pertinente aos assuntos humanos, políticos, suscitando assim um governo autoritário, uma vez que fere os princípios da liberdade e da igualdade políticas. É com os romanos que há a conceituação e a prática da autoridade relativa aos assuntos dos homens, ou seja, à esfera pública como sendo a estrutura que garante a permanência e a durabilidade do governo, que tem o respaldo da relação hierarquizada de mando e obediência no consentimento livre, no reconhecimento mútuo do respeito entre governantes e governados. Essa relação de autoridade, que torna os governos permanentes e duráveis com um sentindo profundo de sacralidade ao ato fundante, como na Roma antiga, sofre declínio, primeiramente com a perda da tradição que liga os homens ao passado, pois essa tradição servia como um fio condutor de significação para a vida presente e futura. Ao perder essa ligação com o passado, o homem vive de projeção futura e o vazio de sentido é preenchido cada vez mais com as expectativas do que virá. A falência da tradição é acompanhada pela perda da religião, que significa que os homens não depositam mais fé nos governos e na política ─ instâncias que então já não ligam, não religam mais os homens a um princípio fundante que garanta autoridade, permanência e durabilidade dos governos. Após a derrocada da tradição e da religião, a última a ser perdida é a própria autoridade e sua significação política aos modos romanos com a cristalização dos regimes totalitários. Estes são considerados por Arendt a forma política mais cruel e terrível de todos os tempos. O totalitarismo é a negação e destruição absoluta de tudo que a autoridade garantia aos governos, como permanência, durabilidade, mas principalmente liberdade do agir e igualdade. Na forma política da negação do diferente, os homens são tornados supérfluos, descartáveis, uniformizados, animalizados e negados à vida com a fábrica de mortes em massa, gerada nos campos de concentração. O desejo do totalitarismo com a destruição da liberdade e da espontaneidade é um cemitério de paz, no qual tudo o que for diferente e contrário aos seus objetivos deve ser destruído ou morto. Justamente pelo fato de os regimes totais terem sidos efetivados na história como a mais absoluta negação da política, analisar e compreender os fenômenos que os compuseram é de suma importância para que essa experiência catastrófica política não se repita. Uma das formas de tentar impedir seu retorno, de acordo com Arendt, é justamente consolidar um governo que se estruture por um princípio fundante, que nele tenha origem a autoridade e que assim se permitam aos homens espaços para a liberdade do agir político.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tede.unioeste.br:tede/3053
Date19 August 2016
CreatorsFernandes, Leandro Mateus
ContributorsCiotta, Tarcílio, Heuser, Ester Maria Dreher, Aguiar, Odilio Alves, Schütz, Rosalvo
PublisherUniversidade Estadual do Oeste do Paraná, Toledo, -2624803687637593200, 500, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, UNIOESTE, Brasil, Centro de Ciências Humanas e Sociais
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UNIOESTE, instname:Universidade Estadual do Oeste do Paraná, instacron:UNIOESTE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
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