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A influência da linguagem para o raciocínio de crenças falsas em Teoria da Mente: uma análise em pacientes afásicos agramáticos / The influence of language for knowledge of false belivies in theory of mind: analise in agramaric Broca's

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / O termo Teoria da Mente diz respeito à habilidade que os seres humanos adquirem de compreender seus próprios estados mentais e os dos outros e predizer ações e comportamentos dentro de uma interação social. As principais questões da pesquisa em Teoria da Mente são: determinar qual o tipo de conhecimento que sustenta essa habilidade, qual sua origem e desenvolvimento e em que momento se manifesta. (Astington e Gopnik, 1991). Ao levar em consideração que a língua pode ser vista como instrumento da cognição (Spelke, 2003), através da qual o falante adquire suporte para o planejamento de ações, contribuindo para o desempenho de tarefas cognitivas complexas (Corrêa, 2006), de Villiers (2004, 2005, 2007 e subsequentes), no que diz respeito à Teoria da Mente, argumenta que o seu desenvolvimento depende do desenvolvimento linguístico, estando diretamente ligado à aquisição de verbos de estado mental, como pensar, por exemplo, pelo fato de que esses verbos subcategorizam uma sentença encaixada. Para ela, o domínio dessa estrutura possibilita que o raciocínio de crenças falsas da Teoria da Mente seja efetivamente realizado. A presente dissertação tem como objetivo verificar em que medida há uma influência direta e necessária da linguagem para a condução de tarefas de Teoria da Mente. Para tanto, focamos nossa atenção em pessoas que estão, por algum motivo, destituídas parcialmente da capacidade linguística, mas que mantêm intacta a capacidade cognitiva, os afásicos. Por meio de uma pesquisa realizada com dois pacientes afásicos de Broca, selecionados pelos critérios clássicos, procuramos entender se a habilidade de predizer ações está intacta nestes pacientes ou se tal habilidade foi perdida, assim como a linguagem. Para tanto, aplicamos dois testes de crença falsa em Teoria da Mente. O primeiro utilizou-se de suporte verbal, uma narração de eventos e expectativas dos personagens envolvidos. A pergunta-teste foi manipulada em função do grau de complexidade por meio do cruzamento de dois fatores: sentenças simples ou complexas e QU-in situ ou movido. O segundo teste seguiu o padrão não-verbal, sendo constituído de uma sequência de imagens, sendo que o sujeito deveria decidir entre duas últimas imagens apresentadas, aquela que coerentemente finalizava a história. Uma vez que houvesse influência direta da linguagem na condução de tarefas de Teoria da Mente, esperar-se-ia que a dificuldade no teste verbal refletisse o grau de complexidade das questões apresentadas. Adicionalmente, o desempenho no teste não-verbal também deveria ser insatisfatório, dado o comprometimento linguístico apresentado pelos sujeitos testados. Para o primeiro teste, o desempenho dos pacientes foi aleatório e inferior ao do grupo controle, já para o segundo teste, o aproveitamento foi de 100%. Em geral, os resultados sugerem que o raciocínio de crenças falsas em Teoria da Mente é alcançado por esses sujeitos, haja vista o desempenho plenamente satisfatório no teste não-verbal. Os resultados do teste verbal, por outro lado, atestam tão somente a dificuldade linguística característica dessa população. Desse modo, conclui-se que uma vez desenvolvida a habilidade em Teoria da Mente, esta permanece intacta na mente destes pacientes, mesmo que destituídos parcialmente da capacidade linguística / The term Theory of Mind refers to the ability of attributing mental states beliefs, intention, desires, pretending to oneself and others and to predict or explain others behavior on the basis of these beliefs. The main research questions undertaken in the Theory of Mind field are: (i) which kind of knowledge supports this ability; (ii) where it originates from and how it developes; and (iii) when it emerges (Astington e Gopnik, 1991). Assuming that language plays an important role for the development of cognition (Spelke, 2003), as far as it can provide support for action planning, contributing to the performance of complex cognitive tasks (Corrêa, 2006), de Villiers (2004, 2005, 2007 and subsequent work) argues, with regard to the Theory of Mind, that its development depends on language development, since it would be directly related to the acquisition of mental state verbs (think, for example) and the fact that these verbs subcategorize an embedded sentence. According to de Villiers, it is the mastering of such structure which enables a false belief reasoning in Theory of Mind. This dissertation aims at examining the extent to which there is a direct and necessary language influence for the false belief reasoning in Theory of Mind. Therefore, it focuses on aphasics a population who shows impaired language skills but keeps intact cognitive abilities. Two Brocas aphasic patients, selected by classical criteria, are observed in relation to the extent to which their ability to predict others behavior shows to be intact or is disrupted in parallel to their language skills. They are submitted to two false belief tasks. The first one is a verbal task consisting of a short story, depicting characters expectations towards the events. The test question is manipulated as a function of complexity by means of two factors: simple or complex sentences and Wh-in situ or Moved-Wh. The second test is a non-verbal task, consisting of a sequence of images displayed on a laptop screen. The subject task consists of deciding between the two last images shown, the one that consistently ends the story. Considering that there is a direct influence of language on false belief reasoning, it is expected that difficulty in the verbal task reflects the complexity of the test sentences presented. Additionally, the performance in the non-verbal task is also predicted to be unsatisfactory, due to the subjects linguistic impairment, which arguably would not lend the necessary support for this kind of reasoning. The first test results were poorer than the control group results. Second task results were at the ceiling 100% correct responses. In general, the results show, in one hand, that false belief reasoning in Theory of Mind is achieved by aphasics, as the good performance in the non-verbal task assures. On the other hand, the poor performance in the verbal task seems to solely reflect the linguistic impairment that characterizes this population. Thus, it may be argued that once abilities in Theory of Mind are developed, they remain intact, even in the mind of patients who are partially deprived of linguistic abilities

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:1792
Date09 April 2010
CreatorsVerônica Aparecida de Oliveira Aquino
ContributorsEduardo Kenedy Nunes Areas, Luciana Teixeira, Ricardo Joseh Lima
PublisherUniversidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Letras, UERJ, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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