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Rosto e rostificação: Os modos de operar da máquina abstrata da rostidade / Face and facialization: the operating modes of the abstract machine of faciality

O princípio que norteia esta investigação supõe que o rosto, entendido como a principal ferramenta da expressão e da comunicação humana, configura-se, na modernidade, como uma superfície de inscrição de valores, padrões e signos que reverberam certa realidade dominante, respondendo a agenciamentos de poder, de acordo com o pensamento expresso pelos filósofos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari, no texto Ano Zero - Rostidade, na obra Mil Platôs (v. III, 1996). A fim de circular a ideia de um grande Rosto produzido por uma máquina abstrata da rostidade, a pesquisa resgata conceitos fundadores da produção de imagens, na fotografia e no cinema, tais como a fotogenia, a fisionomização e a tipagem, apresentando-os como atuantes dessa máquina, colaboradores dos processos que levam à produção de um rosto que se define pelo típico homem branco, de origem europeia, que obedece de modo quase incondicional aos valores de um sistema que, além de rostificá-lo, atua sobre sua consciência, suas vontades e seus desejos. Sistema comparado pelos autores ao muro branco-buraco negro, semióticas mistas de significação e subjetividade, a pesquisa buscou nas imagens que representam a figura humana, o que inclui representações do rosto pela arte moderna e contemporânea, evidenciar que a rostificação se torna visível pelos padrões produzidos pela máquina associados às imagens-clichês, viciadas, repetitivas e sem lastro, que respondem por estereótipos e apontam para preconceitos e racismos. Por outro lado, conceitos como afecção e sensação, também presentes no pensamento deleuziano, são indicadores de que as imagens possuem a virtual potência de nos mostrar um rosto, um rosto não rostificado, que iremos comparar ao mistério das imagens capazes de produzir enigmas no pensamento. / The principle that guides this research assumes that the face, understood as the main tool of the expression and human communication, appears, in modernity, as an inscription of values, standards and signs that reverberates a certain dominant reality, responding to power arrangements, in accordance with the thought expressed by the French philosophers Gilles Deleuze and Félix Guattari, in the text Year Zero - Faciality, the literary work Thousand Plateaus (v. III, 1996). In order to move the idea of a big Face produced by an abstract machine of faciality, the research rescues founding concepts of production of images, in photography and cinema, such as the photogenic, physiognomyzation and typing, presenting them as active in this machine, employees of the processes that lead to the production of a face that is defined by the typical white male, of European origin, which obeys almost unconditionally to the values of a system which, in addition to facializing it, acts on his conscience, his wills and desires. A system compared by the authors to the wall white-black hole, semiotic mixed of meaning and subjectivity, the survey seeked in images representing the human figure, which includes representations of the face for modern and contemporary art to show that the face production becomes visible by the standards produced by the machine associated to the image-clichés, addicted, repetitive and without ballast, which respond by stereotypes and point to prejudices and racism. On the other hand, concepts such as affection and feeling, also present in the Deleuzian thinking are indicators that the images have the power to show us a virtual face, a face not facialized, which we will compare to the mystery of images able to produce enigmas in the thought.

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-16052019-115517
Date28 March 2019
CreatorsFlausino, Cristina Valéria
ContributorsMachado, Irene de Araujo
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
TypeTese de Doutorado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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