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O gênero de horror nos quadrinhos brasileiros: linguagem, técnica e trabalho na consolidação de uma industria - 1950/1967

As primeiras publicações de quadrinhos de terror pela editora La Selva a partir de 1950, iniciaram uma tradição editorial que se prolongaria por cerca de 40 anos no mercado consumidor brasileiro. A popularidade do gênero de horror nos quadrinhos brasileiros permitiu a proliferação, a sobrevivência e o crescimento de muitos pequenos editores, principalmente da periferia paulistana. Dos métodos de importação e adaptação de material da editora La Selva à busca de emancipação e valorização do artista brasileiro pela editora Outubro, temos no quadrinho de terror uma importante fonte de material para uma reflexão sobre práticas de trabalho, organização e metodologia dos editores brasileiros das décadas de 50 e 60. Focalizando a exploração comercial do gênero de horror nestas duas décadas, pretendemos traçar uma abordagem sócio-histórica das relações de trabalho, produção e consumo, sem perder de vista as intermediações entre os diversos grupos sociais envolvidos nestes processos. Correlacionando as interferências entre códigos de técnica e de linguagem entre as diversas mídias, buscaremos comprovar a influência dos meios de comunicação e produção cultural na construção de novas habilidades profissionais, novos métodos e formatos de produtos. Investigando as heranças nos métodos, técnicas e linguagem do legado pulp das revistas de emoção sobre novos formatos como o gibi e a revista de fotonovela, veremos que a introdução destes novos formatos no mercado foi ocasionada pela necessidade de alteração nas escolhas de publicar, rumo à massificação. Neste período histórico de consolidação das indústrias culturais e de convergência das mídias no cenário cultural brasileiro, inter-relacionaremos a tradição editorial dos quadrinhos de terror iniciada pela La Selva e pela Outubro, a popularidade da novela de rádio e do filme cinematográfico. Nas produções de terror de José Mojica Marins e seu folclórico personagem Zé do Caixão veremos a síntese da mescla entre linguagem e técnica transportadas dos quadrinhos para o cinema, seja no transcurso narrativo e visual, como no reaproveitamento de profissionais ligados a tradição de horror nos quadrinhos. Na análise técnica, discursiva e sócio-histórica das obras selecionadas, pretendemos expor a visão destes grupos sobre o desenvolvimento tecnológico, assim como por outro lado, compreendê-lo como resultado da interatividade entre múltiplas áreas e atores sociais. / The first publications of horror comics edited by La Selva Publishing since 1950, started an publishing tradition that would last nearly 40 years in the Brazilian consume culture. The popularity of the horror genre in the Brazilian comics allowed the proliferation, survival and growth of many small publishers, mainly allocated on the suburbs of São Paulo. By the methods of importation and adaptation of editorial matter from La Selva Publishing , or because the search for emancipation and development of Brazilian artists by Outubro Publishing, the horror comics becomes an important material source to theoretical research about work practices, organization forms and methodology of Brazilian publishers from the 50’s and 60’s. Focusing the commercial exploitation of horror genre in these two decades, we will make a socio-historical approach of labor relashionship, production and consumption, in view of intermediation between different social groups involved in these processes. Correlating the interferences between language and technical codes among the media, we intend to demonstrate influences of media products and cultural industry to form new professional skills, methods and formats. Investigating the inheritance of methods, techniques and language of the legacy from the pulp fiction in pulp magazines, from which emerged new formats such as comic book and photo-romance magazines, we observe that the introduction of these new formats was caused by the need to change the choices of publishing towards massification. In this historical period of the consolidation of cultural industries and media convergence in the Brazilian cultural scene, we will compare the tradition of horror comics started by La Selva and Outubro, with the popularity of radio broadcast and motion picture film. In the filmography of José Mojica Marins and the popular character Zé do Caixão (Coffin Joe), we see a synthesis of the blend betwen technical language and the course of visual narrative, transported from comics to the movies, as the reuse of professionals related to the horror tradition in Brazilian comic. In the technical, discursive and socio-historical analysis about the selected works, we expose the vision of these social groups on technical development, and on the other hand, understand it as a result of interaction between multiple areas and social actors.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.utfpr.edu.br:1/354
Date23 April 2012
CreatorsSilva, Luciano Henrique Ferreira da
ContributorsQueluz, Gilson Leandro
PublisherUniversidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, Programa de Pós-Graduação em Tecnologia
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UTFPR, instname:Universidade Tecnológica Federal do Paraná, instacron:UTFPR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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