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Por uma filosofia da tolerância: diferença, pluralidade, diálogo

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Previous issue date: 2016-03-30 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / FAPERGS - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul / O presente trabalho propõe uma interpretação do papel da hermenêutica filosófica na cultura contemporânea e, da possibilidade de, a partir do seu proceder, baseado na compreensão, na historicidade e na sua vocação prática, caracterizar-se como uma “filosofia da tolerância”. Buscando sempre uma teoria universal que desse conta da humanidade como um todo, quis a tradição fundamentar modelos éticos como normas de uma meta a qual o homem deveria alcançar, ignorando ou negligenciando as particularidades das mais diversas manifestações do humano. Porém, diante do pluralismo cultural que marca o mundo contemporâneo não parece mais possível ignorar as contingências e efemeridades que constituem nossas experiências. Assim, tendo por referência alguns dos mais relevantes pensadores da hermenêutica filosófica do século XX, pensar uma filosofia da tolerância objetiva, antes de mais, compreender que a humanidade já não se apresenta como um grupo unitário, homogêneo. O valor ‘ético’ da tolerância se dá justamente na medida em que considera a diferença como base, compreendendo não ser possível defender mais um ‘dever-ser’, tal qual as éticas clássicas defendiam. Tema de autores modernos como Locke e Voltaire, o conceito de tolerância é ainda pouco desenvolvido entre as correntes filosóficas. Tolerância significa uma aceitação dos diversos modos de vida como complementares ou, ao menos, como diferentes ‘versões’ da mesma humanidade. Implica, contudo, certa relação entre os diferentes, ou, em casos extremos, conflituosos: é no diálogo que encontramos a possibilidade de abertura que nos permite imaginar e compreender o que ultrapassa o horizonte das experiências às quais nos enclausuramos por meio das nossas práticas e nossos valores. A possibilidade de vivermos, mesmo que na imaginação, outros modos de vida, nos permite uma espécie de ‘desenraizamento’, como um processo de nos livrarmos de nossos valores mais arraigados e profundos, a fim de conceber que outras visões de mundo são possíveis, sendo estas tão válidas e possuidoras de direitos e garantias quanto as nossas. / This research proposes an interpretation of the role of philosophical hermeneutics in contemporary culture and the possibility of, from its proceeding, based on understanding, historicity and its practical vocation, be characterized as a “philosophy of tolerance”. In a searching for a universal theory that considered humanity as a whole, the tradition wanted to give ground to ethical models as norms of a goal to which men should achieve, ignoring or neglecting the particularities of the various manifestations of the human. However, before the cultural pluralism that marked the contemporary world it no longer seems possible to ignore the contingencies and ephemera that constitute our experiences. Thus, taking as reference some of the most relevant thinkers of the philosophical hermeneutics of the twentieth century, to think of an objective philosophy of tolerance, first and foremost, is to understand that humanity no longer appears as a single, homogeneous group. ‘Ethical’ value takes place precisely to the extent that it considers the difference as a base, including not being able to defend another ‘must-be’ as classic ethics did. Theme of modern authors like Locke and Voltaire, the concept of tolerance is still poorly developed between the philosophical lines. Tolerance means acceptance of different ways of life as complementary or at least as different ‘versions’ of the same humanity. However, it implies a relation between the different, or, in extreme cases, conflicting: is in the dialogue that we find the possibility of opening that allows us to imagine and understand what exceeds the horizon of experiences to which we enclose ourselves through our practices and values. The possibility of living, even in imagination, other ways of life, allows us to a kind of ‘uprooting’, as a process of getting rid of our most rooted and profound values in order to conceive that other worldviews are possible and as valid and holders of rights and guarantees as ourselves.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/5953
Date30 March 2016
CreatorsAraújo, Filipe Silveira de
Contributorshttp://lattes.cnpq.br/8262728507671434, Rohden, Luiz
PublisherUniversidade do Vale do Rio dos Sinos, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Unisinos, Brasil, Escola de Humanidades
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UNISINOS, instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos, instacron:UNISINOS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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