Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública. / Made available in DSpace on 2012-10-24T08:27:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1
265013.pdf: 489216 bytes, checksum: 9270f60a6c554df17ce80fdec4a76661 (MD5) / O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) se caracteriza por um conjunto principal de três sintomas, que são desatenção, impulsividade e hiperatividade. Atualmente, o TDAH é considerado como uma das doenças psiquiátricas mais diagnosticadas em crianças. Estima-se que sua prevalência esteja em torno de 3 a 6% das crianças em idade escolar. Seu diagnóstico é essencialmente clínico e subjetivo, o que traz dúvidas em relação ao número elevado de crianças que apresentam o problema e leva a uma reflexão sobre a excessiva medicalização de comportamentos infantis considerados anormais, principalmente por parte da escola. Em geral, a iniciativa para o encaminhamento dessas crianças ao profissional de saúde parte da escola, mas são os pais que decidem se as levam ou não a esse profissional e, no caso de haver algum tratamento recomendado, se irão segui-lo. Nesse contexto, se inseriu o objetivo principal dessa pesquisa, que foi analisar as visões de mães e professores sobre o diagnóstico e o tratamento do TDAH infantil. Para isso, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com mães de crianças diagnosticadas com TDAH e professores que possuíam algum vínculo com essas crianças. A análise dos dados encontrados resultou em dois grandes eixos-temáticos: "comportamentos anormais, normalização e controle social" e "classificação e classificados". Foi possível observar que as crianças que apresentam comportamentos socialmente considerados anormais constituem um problema para a escola, pois desestabilizam suas regras. Para que essas crianças se tornem indivíduos aceitos, uma das estratégias utilizadas atualmente é o encaminhamento ao profissional de saúde. Parte dessas crianças encaminhadas são diagnosticadas com TDAH. Uma vez que possuem esse diagnóstico e são tratadas, professores e pais mudam suas atitudes para com a criança e esta torna-se mais docilizável. Assim, o diagnóstico e o tratamento médicos são um dos principais meios de controle social, ou seja, constituem uma maneira de normalizar os indivíduos considerados desviantes. Mas esse controle por meio do diagnóstico médico, em outras palavras, por meio de uma classificação, podem também trazer efeitos sobre a criança. Mesmo que ela não entenda o real significado do seu problema, após o diagnóstico do TDAH, ocorrem modificações no meio social no qual ela vive, fazendo com que perceba que não é considerada igual às demais. O diagnóstico médico, em especial do TDAH, parece ser uma maneira rápida e relativamente fácil de resolver um problema, que é o incômodo representado pela presença dessa criança na escola. Os questionamentos sobre por que existem cada vez mais crianças anormais e por que nossa sociedade não consegue lidar com elas, ainda ficam sem uma resposta definitiva.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/92393 |
Date | January 2009 |
Creators | Brzozowski, Fabíola Stolf |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Caponi, Sandra. |
Publisher | Florianópolis, SC |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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