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A substância cinzenta periaquedutal dorsal como agente comutador entre hipernocicepção e hiponocicepção dependendo do contexto

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Farmacologia, Florianópolis, 2017. / Made available in DSpace on 2017-08-22T04:26:00Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2017 / A percepção da dor e as mudanças comportamentais esperadas são influenciadas por processos sensoriais, cognitivos e emocionais que surgem do contexto no qual a experiência dolorosa está inserida. Neste cenário, a substância cinzenta periaquedutal dorsal (SCPd) é uma estrutura fundamental no processamento de estratégias de enfrentamento a diferentes tipos de estresse, como ameaça do ambiente externo e dor. A natureza do estressor e o tipo de resposta emocional a ele (medo ou ansiedade) desempenham um papel fundamental para a SCPd produzir analgesia ou hiperalgesia. O tratamento da SCPd com glicina causa hiperalgesia no teste de formalina na pata, o que pode estar relacionado à modulação da nocicepção pela SCPd de acordo à demanda atencional gerada pelo foco estressor. Comportamentos nocifensivos variam em sensibilidade à modulação pela atenção dependendo do nível do sistema nervoso central (SNC) que medeia a resposta comportamental, neste sentido, o comportamento de morder/lamber a pata está vinculado a componentes atencionais da dor induzida por formalina. Neste trabalho, glicina, um co-agonista do complexo receptor NMDA/GLY-B foi microinjetada na SCPd no contexto neutro e no aversivo. No contexto neutro, glicina intra-SCPd aumentou o tempo de manifestação comportamental de morder/lamber. Este efeito hipernociceptivo da glicina intra-SCPd foi revertido no contexto aversivo. Manipulações farmacológicas, por via intratecal, com 6-hidroxidopamina (6-OHDA), ioimbina ou prazosina, sugerem o envolvimento bidirecional de projeções noradrenérgicas descendentes nos efeitos da SCPd, sensibilizada ou não por glicina, sobre a nocicepção que parecem estar relacionadas com a aversividade do contexto e a fase do teste de formalina. Na fase II A do teste algesimétrico, prazosina, antagonista de receptores a1-adrenérgicos, inibiu a facilitação da dor (morder/lamber) induzida por glicina intra-SCPd e aumentou o reflexo nociceptivo (levantar a pata) no contexto neutro. A administração intratecal de 6-OHDA reverteu a analgesia induzida pelo contexto aversivo, sem requerer a sensibilização da SCPd com glicina. Ioimbina por via intratecal evidenciou a participação de receptores a2-adrenérgicos espinais nesta ação. Na fase II B do teste de formalina na pata, a injeção intratecal da de 6-OHDA ou de ioimbina previamente à microinjeção de glicina na SCPd promoveu um aumento no tempo gasto no comportamento de morder/lamber. Em relação ao comportamento de congelamento contextualmente induzido, ioimbina per se reduziu tal manifestação comportamental. Microinjeção de glicina na SCPd, independente do tratamento intratecal, também diminuiu o tempo de expressão do comportamento de congelamento, mas não prejudicou a expressão de analgesia induzida por estresse condicionado. Considerando que a SCPd é uma área de integração atencional/emocional e de modulação da dor, nossos resultados sugerem que a sensibilização da SCPd com glicina e a re-exposição ao contexto aversivo influencia a geração de um estado emocional que demanda a atenção para a fonte aversiva mais ameaçadora em um determinado momento, resultando em reversão do efeito hipernociceptivo eliciado pela glicina intra-SCPd no contexto neutro. Mecanismos noradrenérgicos espinais parecem participar sinergisticamente com a glicina intra-SCPd, dependendo da aversividade do contexto e da fase do teste de formalina.<br> / Abstract : Pain perception and the expected behavior changes are influenced by sensory, cognitive and emotional processes that arise from the context in which painful experience is inserted. In this scenario, dorsal periaqueductal gray matter (dPAG) is a fundamental structure in the processing coping strategies to different types of stress, such as the threat of the external environment and pain. The nature of the stressor and the type of emotional response to it (fear or anxiety) play a key role for dPAG to produce analgesia or hyperalgesia. The treatment of dPAG with glycine causes hyperalgesia in the formalin test, which may be related to the modulation of nociception by dPAG according to the attentional demand generated by the stressor focus. Nocifensive behaviors vary in sensitivity to modulation by attention depending on the level of the central nervous system (CNS) that mediates the behavioral response, in this sense, biting / licking behavior is linked to attentional components of formalin-induced pain. Here, glycine, a co-agonist of the NMDA / GLY-B receptor complex, was microinjected into the dPAG in the neutral and aversive context. In the neutral context, intra-dPAG glycine increased the time of biting / licking. This hypernociceptive effect of glycine into the dPAG was reversed in the aversive context. Intrathecal pharmacological manipulations with 6-hydroxydopamine (6-OHDA), yohimbine or prazosin, suggested a bidirectional involvement of the descending noradrenergic projections on the effects of dPAG, sensitized or not by glycine, in nociception, which seemed to be related to the aversivity of context and the formalin test phase. In phase II A of the algesimetric test, prazosin, a1-adrenergic receptor antagonist, inhibited intra-dPAG glycine-induced hipernociception (biting/licking) and increased nociceptive reflex (paw lift) in the neutral context. Intrathecal administration of 6-OHDA reversed aversive context-induced analgesia, without requiring dPAG sensitization with glycine. Ioimbine intrathecal evidenced the participation of a2-adrenergic spinal receptors in this action. In phase II B of the formalin test, intrathecal injection of 6-OHDA or yohimbine prior intra-dPAG microinjection of glycine caused an increase in the time spent of the biting / licking behavior. Regarding the contextually-induced freezing behavior, yohimbine per se reduced such behavioral manifestation. Intra-dPAG microinjection of glycine, regardless of intrathecal treatment, also decreased expression of the freezing behavior, but did not affect the expression of conditioned stress-induced analgesia. Considering that dPAG is an area of attentional / emotional integration and pain modulation, our results suggest that dPAGsensitization with glycine and the re-exposure to the aversive context generated an emotional state that demanded the animal attention to the more threatening aversive source at the moment, resulting in reversal of hypernociception elicited by glycine intra-dPAG in a neutral context. Spinal noradrenergic mechanisms seems to participate synergistically with intra-dPAG glycine depending on the aversivity of the context and the phase of the formalin test.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/178593
Date January 2017
CreatorsSouza, Alessandra Salvador de
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Tonussi, Carlos Rogerio
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format208 p.| il., gráfs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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