O consumo de alimentos é frequentemente avaliado em estudos sobre a etiologia de doenças crônicas não-transmissíveis. A maioria desses estudos nutricionais utiliza métodos que dependem de auto-relato e são susceptíveis a potenciais erros. Um desses principais vieses é o sub-relato da ingestão energética, o qual consiste no relato de energia implausivelmente inferior às quantidades mínimas necessárias à manutenção do peso corporal do indivíduo. Objetivos: Identificar a prevalência e os fatores associados ao sub-relato e analisar os padrões dietéticos de indivíduos sub-relatores e não sub-relatores da ingestão energética. Métodos: Foram utilizados dados do estudo transversal de base populacional ISA - Capital 2008, de indivíduos com 20 anos ou mais, de ambos os sexos. A ingestão energética foi avaliada pela média de dois recordatórios de 24 horas coletados em dias não consecutivos. O gasto energético total foi calculado por equação preditiva, considerando sub-relatores indivíduos com ingestão energética inferior a 1 ou 2 desvios-padrão (DP) da razão ingestão energética/gasto energético total predito. A análise de regressão múltipla foi utilizada para identificar os fatores associados à subnotificação e a análise fatorial por componentes principais foi utilizada para identificar os padrões alimentares. Resultados: A prevalência de sub-relatores da ingestão energética utilizando o ponto de corte de 2 DP foi de 15,1 por cento e com 1 DP, 60, 9 8 por cento. Indivíduos com excesso de peso e insatisfeitos com o peso corporal apresentaram maior chance de serem sub-relatores quando comparados aos indivíduos sem excesso de peso e aos satisfeitos com peso corporal, respectivamente. A média de IMC entre indivíduos sub-relatores mostrou-se significativamente superior à de não sub-relatores, contraditoriamente, a média da ingestão energética foi estatisticamente inferior. Em cada grupo, foram identificados três padrões principais não semelhantes. Não houve diferença entre os grupos no consumo de carboidratos, mas a proporção de gorduras e proteínas foi maior no grupo de sub- relatores. Conclusão: É necessário o estudo de métodos que sejam viáveis de serem aplicados em estudos de base populacional e isso se torna mais relevante quando a população tem elevada prevalência excesso de peso, pois o mesmo associa-se tanto à maior ocorrência de doenças crônicas não-transmissíveis quanto à maior chance de sub-relato / The consumption of food is often evaluated in studies on the etiology of chronic diseases. Most of these nutritional studies use methods that rely on self- report and are subject to potential errors. One such bias is the major underreporting of energy intake, which consists of the report implausibly energy less than the minimum necessary to maintain the individual\'s body weight. Objectives: To identify the prevalence and factors associated with underreporting and analyze dietary patterns of underreporters and non- underreporters of energy intake. Methods: We used data from a cross-sectional population-based ISA - Capital 2008, individuals aged 20 or more, of both sexes. Energy intake was assessed by averaging two 24-hour recalls collected on nonconsecutive days. Total energy expenditure was calculated by the predictive equation, considering underreporters if energy intake less than 1 or 2 standard deviations (SD) of the ratio energy intake / predict energy expenditure. A multiple regression analysis was used to identify factors associated with underreporting and principal components factor analysis was used to identify dietary patterns. Results: The prevalence of underreporters of energy intake using the cutoff of 2 SD was 15.1 per cent and using 2 SD was 60.8 per cent. Individuals who are overweight and dissatisfied with body weight were more likely to be underreport when compared to individuals without overweight and satisfied with body weight, respectively. The mean BMI among individuals underreporters was significantly 11 higher than that of non-sub-rapporteurs, contradictorily, the average energy intake was significantly lower. In each group, identified three main patterns are not similar. There was no difference between groups in carbohydrate intake, but the proportion of fat and protein was higher in the group of underreporters. Conclusion: It is necessary to study methods that are feasible to be applied in population-based studies and this becomes more relevant when the population has a high prevalence of overweight, because it is associated with both a higher incidence of chronic non- transmitted as a higher likelihood of underreporting
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-21102013-163922 |
Date | 17 October 2013 |
Creators | Gabriela Ferreira Avelino |
Contributors | Regina Mara Fisberg, Milena Baptista Bueno, Dirce Maria Lobo Marchioni |
Publisher | Universidade de São Paulo, Nutrição em Saúde Pública, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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