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Língua (des)?colonizada ou língua colonizadora? Autorrepresentações de editoras, representações do sujeito-aluno, do sujeito-professor e da língua inglesa em dois sites institucionais e mercadológicos no âmbito do ensino de inglês como língua estrangeira / De)colonized or colonizing language? Self-representation of publishing houses, representations of student-subject, of teacher-subject and of the English language on two institutional and marketing sites for the teaching of English as a foreign language

Por muitos anos a língua inglesa se faz presente como língua de prestígio. Sua expansão no século XXI e, sobretudo, sua entrada em vários canais midiáticos nos últimos anos chamam a atenção de vários estudiosos em pesquisas que procuram discutir as implicações políticas e sociais da transparência linguística cujos objetivos principais são facilitar a globalização e oferecer melhores oportunidades para uma sociedade chamada global. Porém, na posição de pesquisadores em análise do discurso, não podemos ignorar o fato de que onde quer que haja qualquer elemento discursivo, há historicidade e sentidos silenciosamente escondidos em meio ao óbvio (PÊCHEUX, 1975; 1983). Observando tais considerações, temos como objetivo analisar as representações que emergem no discurso (verbal e não verbal) nos sites das editoras Pearson e Cengage para divulgação de seus materiais didáticos e plataformas de ensino para aprendizagem de inglês. Em nossa pesquisa, ambas as editoras, a inglesa e a norte-americana, parecem apresentar nas suas páginas virtuais resquícios linguísticos presentes em uma historicidade que evoca seu passado colonial de nação dominadora e imperialista até hoje (PHILLIPSON, 1992; 2000). Voltando-nos aos anos coloniais e pós-coloniais, seguindo a expansão do inglês como língua dominante, analisamos a historicidade verbal e não verbal nos discursos dessas editoras. Sustentados pela teoria pecheutiana (PÊCHEUX, [1983] 2012, p. 43) que aponta para sentidos estranhos à univocidade lógica, para além de sua transparência aparente, e valendo-nos de contribuições de Courtine (1981; 2008) e Lagazzi (2010; 2011) quanto aos efeitos de sentido que emergem no discurso não verbal, suspeitamos que nosso recorte discursivo ainda promove políticas colonizadoras (PENNYCOOK, 1998) enquanto divulga o inglês como língua globalizada e de prestígio neste século. Estudos de Heller reforçam nossa suspeita de que entre as últimas críticas sobre a globalização estão aquelas sobre o uso do inglês por corporações britânicas e norte-americanas com o intuito de expandir mercados e criar consumidores (2010, p. 105). Em outras palavras, por meio da aprendizagem da língua e sob o pretexto da ajuda humanitária a povos à margem, os sites da Pearson e da Cengage Learning induzem seus visitantes virtuais a acreditar que são elas as empresas capazes de ajudar as nações in need para promover melhores perspectivas econômicas. Na verdade, parecem insistir subrepticiamente em manter o status quo político-economicamente determinado pelas ideologias soberanas. / For many years, English has been present as a language of prestige. Its expansion along the 21st century and, above all, its recent entrance in many media channels have caught several scholars attention. Their researches aim to distinguish between the political and the social implications of the linguistic transparency within English teaching to facilitate globalization as well as to offer better opportunities to a so called global society. Yet, in the position of discourse analysis researchers, we cannot ignore the fact that wherever there is any discursive element, there is historicity and silently hidden meanings amidst its obviousness (PÊCHEUX, 1975; 1983). Considering such observations, our objective is to analyse the representations emerging in the (verbal and non-verbal) discourse on the sites of Pearson and Cengage Learning publishing houses to promote their English learning didactic material and teaching platforms. In our research, both English and North-American publishing houses seem to present on their virtual pages linguistic remains of the historicity which evokes their domineering colonial and imperialistic past (PHILLIPSON, 1992; 2000). Looking back on the colonial and postcolonial years, following the English expansion as a ruling language, we analyse the verbal and non-verbal historicity in their discourse. Sustained by the Pecheutian theory (PÊCHEUX, [1983], 2012, p. 43) considering meaning as strange to the logical literal voice, beyond its apparent transparency, we resort to linguistic studies developed by Courtine (1981; 2008) and Lagazzi (2010; 2011) regarding the effects of meaning evoked in the non-verbal discourse. We suspect that our corpus provides evidence that colonizing policies are still promoted while advertising English as a globalized and distinguished language in this century. Hellers studies reinforce our suspicion that among the earliest critiques of globalization are those about the use of English by British and American corporations to open up markets and create consumers (2010, p. 105). In other words, under the pretext of language learning and humanitarian aid to underprivileged peoples, Pearsons and Cengage Learnings sites try to persuade their virtual visitors that they are the legitimate corporations to help the nations in need by promoting better economic perspectives in their territories. They seem to insist surreptitiously on maintaining the politically and economically determined status quo dictated by sovereign ideologies.

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-02052018-114514
Date24 October 2017
CreatorsNero, Patrícia Helena
ContributorsGrigoletto, Marisa
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
TypeDissertação de Mestrado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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