O tromboembolismo venoso (TEV) é condição frequente e pode se apresentar com amplo espectro desde pequenos episódios de trombose venosa até quadros fatais de embolia pulmonar maciça. A paresia ou plegia de membros inferiores são consideradas fatores de risco maiores para a ocorrência deste evento. Assim, pacientes com lesão medular são uma população com risco aumentado para este desfecho. A profilaxia do tromboembolismo venoso, em ambiente hospitalar, pode envolver estratégias de mobilização de membros inferiores, uso de sistemas de compressão pneumática intermitente ou uso de fármacos. Existem diversos protocolos de avaliação de risco de TEV em pacientes internos clínicos e cirúrgicos, poucos deles, porém abordam especificamente os pacientes com lesão medular. Alguns estudos indicam que após a fase de choque medular o risco de complicações tromboembólicas reduzem de forma tal, que o uso de profilaxia farmacológica não estaria mais justificado. Expor pacientes ao uso de heparinas, sem uma indicação adequada, significa também exposição ao risco de sangramentos iatrogênicos, além de aumentar os custos. O objetivo do presente estudo foi avaliar o impacto clínico e financeiro da modificação de um protocolo de profilaxia de TEV em pacientes com lesão medular traumática e não traumática em um centro de reabilitação no Brasil. Foi realizada a comparação de duas coortes de pacientes internados para reabilitação submetidas a dois protocolos distintos de indicação de tromboprofilaxia medicamentosa, um baseado apenas no déficit motor e o outro baseado em fatores de risco para TEV. O uso de protocolo baseado em fatores de risco foi capaz de reduzir em 73,2% o consumo médio de doses de enoxaparina profilática, bem como o custo com este insumo e com menor variância no consumo mensal médio. Foi identificada a ocorrência de um episódio de TEV e duas ocorrências de sangramento na primeira coorte e nenhum destes eventos na segunda coorte. A adoção de protocolo de profilaxia farmacológica baseado em fatores de risco foi capaz de reduzir os custos com profilaxia farmacológica, sem aumentar o risco de desfechos negativos para o paciente. / Venous thromboembolism (VTE) is a frequent condition with a broad range of manifestations, from a mild episode of deep vein thrombosis to fatal episodes of massive pulmonary embolism. Both partial and total loss of motor function of lower limbs is considered a major risk factor for the occurrence of this event. Thus, patients with spinal cord injury represent a population with a possible increased risk for this outcome. Prophylaxis of venous thromboembolism in inpatients may involve lower limb mobilization strategies, use of intermittent pneumatic compression systems, or pharmacological prophylaxis. There are several protocols for assessing VTE risk in clinical and surgical internal patients, but few specifically address patients with spinal cord injury. Some studies indicate that after the spinal cord shock phase the risk of thromboembolic complications would be reduced in such a way that the use of pharmacological prophylaxis would no longer be justified. Exposing patients to the use of heparins, without an adequate indication, may increase the risk of iatrogenic bleeding, in addition to increasing costs. The present study evaluated the clinical and financial impact of altering a VTE prophylaxis protocol in patients with traumatic and non-traumatic spinal cord injury in a tertiary rehabilitation center in Brazil. A comparison of two cohorts of patients admitted for rehabilitation submitted to two distinct protocols for indication of drug thromboprophylaxis, one based only on a motor deficit and the other based on risk factors for VTE, was performed. The use of a protocol based on risk factors was able to reduce the monthly average dose use of prophylactic enoxaparin by 73.24%, with lower variance in the mean monthly consumption. One episode of VTE and two episodes of major bleeding in the first cohort and none of these events in the second cohort were identified. The adoption of a pharmacological prophylaxis protocol based on risk factors was able to reduce costs with pharmacological prophylaxis, apparently without increasing the risk of adverse outcomes for the patient.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/34171 |
Date | 12 August 2018 |
Creators | Almeida, Rodrigo Lanna de |
Contributors | Beraldo, Paulo Sérgio Siebra, Amado, Veronica Moreira |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB |
Rights | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data., info:eu-repo/semantics/openAccess |
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