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Portos de vista : o si mesmo e o cinema

La présente thèse traite du sujet de la formation de soi-même, coûteux pour l'éducation, en mettant l'accent sur la figure du spectateur du cinéma. Sa création prend pour intercesseurs des témoignages de spectateurs, dont les récits, organisés autour de la mémoire d’oeuvres frappantes, exposent une cathégorie particulière de films : les films d’une vie. Il s’agit de films qui, à l’insu de leur importance dans l’histoire du cinéma, ont eu une importance dans «l’histoire individuelle » de chaqu’un, films dont l’élection se fait à partir d’une intimité première avec le corps de celui qui le regarde, en fait l’expérience, et est prêt à raconter son expérience, ou, plus exactement, les souvenirs qu’en demeurent. Extraits de la collection de livres intitulée Les films de ma vie, dont l’organisation a été entreprise par Leon Cakoff à l’occasion du 32ème Festival Internacional de Cinéma de São Paulo, les récits, tissés avec les images qui sont «emportées avec soi », indiquent qu’il y a quelque chose d’une vie qui se passe dans l’acte de réminiscence des films lesquels, pour quelque raison, sont «portés » pour la vie. Quelque chose qui concerne le passage et l’invention du temps, les différentes postures du corps et de l’âme, les expériences du monde et de l’être. Par conséquent, les questions proposées par la thèse au sujet de ce qu’elle suppose être un mouvement ontologique, poussé par l’expérimentation cinématographique vers le soi-même, résultent d’une conversation avec les récits et de la rencontre avec les « choses » qu’ils donnent à voir. En outre, à côté des témoignages, compose aussi la thèse l’attitude esthétique de la chercheuse elle-même qui, dans la condition de spectatrice et aimante du cinéma, prend pour intercesseurs aussi les films de sa propre collection pour, en mouvant les choses d’un côté à l’autre, exercer l’écriture. La necessité de la relation avec la parole d’autrui pour la composition de sa propre écriture exprime, ainsi, une certaine inscription benjaminienne dans la téssiture théorique et méthodologique de la tâche. On n’entend pas reconstituer, à partir de vestiges de l’expérience, aucune totalité : on vise plutôt ruminer et problématiser le thème à partir du choix de textes qui, déplacés de son origine textuelle, s’engagent à composer poétiquement le texte autre de la thèse. Dans ce chemin de rencontres et passages se mobilise la question : comment, de «l’ouverture au monde » immanente au cinéma, peut devenir l’ouverture au monde du soimême, relative au plan ontologique, dans la sphère de la réception – dans la mesure où cette réception est si proche du sujet de la formation de soi-même, dans les pratiques éducatives? / Esta tese trata do tema da formação de si, caro à educação, com foco na figura do espectador do cinema. Parto dos depoimentos de alguns espectadores, cujas narrativas foram organizadas em torno de sua memória, em relação a um tipo particular de filmes: os filmes de uma vida. Trata-se de filmes que, a despeito de sua importância para a história do cinema, tiveram importância para a “história individual” de cada um, filmes cuja eleição sucede a partir de uma intimidade primeira com o corpo daquele que olha, experimenta, e se dispõe a narrar sua experiência, ou, mais propriamente, as lembranças do que dela resta. Tais narrativas foram selecionadas a partir da coleção de livros intitulada Os filmes da minha vida, cuja organização foi iniciada por Leon Cakoff, à ocasião da 32ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Os depoimentos, tecidos por entre imagens que alguém “leva consigo”, indicam que qualquer coisa de uma vida se passa no ato de reminiscência de filmes, os quais, por alguma razão, são “carregados” pela vida afora. A tese, portanto, trata do tema da passagem e da invenção do tempo, também de diferentes posturas do corpo e da alma, sobre as experiências do mundo e do ser. Assim, as questões propostas pela pesquisa, relativamente ao que suspeita tratar-se de um movimento ontológico, impulsionado pela experimentação cinematográfica em direção ao si mesmo, surgem de uma conversa com as narrativas e do encontro com as “coisas” que elas trazem à vista. Além disso, ao lado dos depoimentos, integra a tese a atitude estética da própria pesquisadora que, na condição de espectadora e amante do cinema, toma como intercessores também os filmes de seu próprio acervo para, movendo as coisas de um lado a outro, ensaiar a escrita. A necessidade da relação com a palavra de outrem para a composição da própria escritura exprime, assim, certa inscrição benjaminiana na contextura teórica e metodológica do trabalho. Não há intenção de reconstituir, a partir dos resquícios da experiência, qualquer totalidade: busca-se antes problematizar o tema a partir da escolha de excertos que, deslocados de sua origem textual, passam a compor poeticamente o texto outro da tese. Por esse caminho de encontros e passagens, mobiliza-se a pergunta que move a tese: como, da “abertura para o mundo” imanente no cinema, pode devir a própria “abertura do mundo”, referente ao plano ontológico, na esfera da recepção – na medida em que tal recepção se encontra tão próxima do tema da formação de si, nas práticas educacionais? / This thesis deals with the subject of the self formation, expensive to the education, with focus on the figure of the spectator of the cinema. Its creation dialogues with statements made by spectators, whose narratives, organized around the memory of meaningful oeuvres, cover a specific category of films: the films of a life. It refers to films that, despite their importance to cinema history, were important in each one’s “individual history”, films which choice starts at a first intimacy with the watcher’s body, who experiments and is willing to tell their experience or, more exactly, its remaining memories. Selected from the book collection entitled The films of my life, which organization was started by Leon Cakoff at the 32nd International Film Festival of São Paulo, the narratives, sewed between images “taken with oneself”, indicate the happening of something of a lifetime in the act of reminiscing films that, for some reason, are “carried” throughout life. Something that speaks of the passage and invention of time, about different postures of body and soul, about experiencing the world and being. Therefore, the questions this thesis proposes relatively to what, it suspects, refers to an ontological movement, driven towards the self by cinematic experience, emerge from confronting these narratives and encountering the “things” they bring into view. Furthermore, composing the thesis alongside with the testimonies, the researcher’s own esthetic attitude, as a spectator and film lover herself, integrates her own collection of movies to, moving things from side to side, engage in the writing experience. The necessity of relating to others’ writing for composing her own expresses a certain benjaminian inscription in the work’s theoretical and methodological construction. The intention is not to recreate, from the debris of experience, any totality: the aim is to ruminate and problematize the theme leaning on excerpts which, dislodged from their textual origin, begin to compose poetically the text other of the thesis. Along this path of encounters and passages moves the question: how, from the “opening to the world” immanent in cinema, can take place one’s own “opening to the world”, relative to the ontological plan, in the sphere of reception – as such reception is so close to the subject of self formation, in educational practices?

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/174371
Date January 2017
CreatorsAlmansa, Sandra Espinosa
ContributorsFischer, Rosa Maria Bueno
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageFrench
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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