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Avaliação da adesão ao tratamento da hipertensão arterial em pacientes do município de Diamante D'Oeste/PR

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Farmacologia / Made available in DSpace on 2012-10-25T23:56:33Z (GMT). No. of bitstreams: 1
296026.pdf: 1973248 bytes, checksum: 5956fb60ed5f0fef1d3a7e70028677bb (MD5) / Segundo a Organização Mundial de Saúde, a adesão ao tratamento "é a medida com que o comportamento de uma pessoa em relação à tomar a sua medicação, seguir a dieta e/ou mudar seu estilo de vida, segue as recomendações de um profissional de saúde". A adesão ao tratamento de qualquer doença, e da hipertensão em particular, é essencial para o correto controle da doença. Considerando-se que 60-70% dos pacientes apresentam baixa aderência ao tratamento da hipertensão arterial, o impacto no desenvolvimento da doença e de suas sequelas é muito grande. Vários fatores contribuem para a baixa adesão aos tratamentos medicamentoso e não-medicamentoso. Os objetivos do presente estudo são caracterizar demograficamente uma parcela da população de hipertensos de Diamante D'Oeste/PR e avaliar seu perfil em relação à adesão à terapia anti-hipertensiva regular e quais razões são preponderantes nesta adesão. Foi selecionada uma amostra de 46 pacientes, entrevistados através de dois questionários estruturados, com intervalo de 3 meses. Os parâmetros estudados foram adesão/interrupção do tratamento através do Teste de Morisky e Green, fatores relacionados equipe, serviço de saúde, terapia medicamentosa e pacientes, nível de conhecimento da hipertensão arterial, e manutenção da pressão arterial. A maior parte dos pacientes foi constituída por mulheres, casadas, branca, com mais de 60 anos, aposentadas e com baixo grau de escolaridade. Com base nas respostas ao teste de Morisky e Green, a população foi dividida entre aderentes e não-aderentes ao tratamento. Comparando os questionários, observou-se que em ambos grupos, um alto índice (cerca de 70%) de pacientes não-aderentes não-intencionais ao tratamento farmacológico e baixo seguimento do horário da medicação. Entretanto, mesmo os pacientes não-aderentes mantiveram a pressão arterial média entre ótima e limítrofe. Sobre os fatores relacionados à equipe e ao serviço de saúde observou-se pouca confiança no médico do Centro de Saúde e isto foi diretamente proporcional à adesão; insatisfação na comunicação médico-paciente; boa confiança nos demais profissionais do Centro de Saúde e bom entendimento das explicações sobre a doença e medicação, que se correlacionaram de forma diretamente proporcional à adesão. Curiosamente, a maioria dos pacientes considerou que foram bem orientados pelo médico sobre o regime terapêutico correto, contrastando com os achados negativos sobre a relação médico-paciente. As classes terapêuticas mais utilizadas foram inibidores da enzima conversora de angiotensina, inibidores de agregação plaquetária, betabloqueadores e diuréticos tiazídicos. O predomínio do regime terapêutico foi com poucas pílulas; os relatos mostram baixíssima frequência de efeitos colaterais e/ou dificuldade de tomar os medicamentos para tratamento da hipertensão arterial. A maioria dos pacientes seguia o mesmo regime terapêutico desde o diagnóstico da hipertensão arterial; houve muitos relatos de baixo índice de consultas periódicas para acompanhamento terapêutico e a maioria dos pacientes tinha como adquirir os medicamentos caso eles não fossem supridos pelo SUS. Quanto ao nível de conhecimento da hipertensão arterial, verificou-se um grande desconhecimento sobre a patologia, orgãos-alvo e importância do tratamento. A maioria dos pacientes tem longo tempo de diagnóstico da hipertensão. Em relação ao paciente, a prática de exercícios físicos foi mais frequente no grupo aderente, embora a frequência desta resposta positiva tenha diminuído no segundo questionário, quando os pacientes se mostraram mais preocupados em aferir sua PA. A distribuição gratuita da medicação, regime terapêutico com poucas pílulas e ausência de efeitos adversos não foram elementos fundamentais para adesão ao tratamento, e a melhora na comunicação com esses pacientes parece ser o ponto essencial para explicar a baixa adesão. Desta forma, o presente trabalho sugere que intervenções diferenciadas da equipe multidisciplinar, de acordo com as características e hábitos de vida de cada paciente, e a melhoria do relacionamento médico-paciente seriam fatores cruciais para facilitar a adesão ao tratamento. / According to the World Health Organization, adherence to treatment "is the extent to which the behavior of a person in respect of taking their medication, complying with the diet and/or changing his/her lifestyle, follows the recommendations of a health professional". Adherence to treatment of any disease and hypertension in particular is essential for proper disease control. Considering that 60-70% of patients have low adherence to treatment of hypertension, the impact in the disease progression and its consequences is of importance. Several factors contribute to poor adherence to pharmacological and non-pharmacological treatments. The objectives of this study are to characterize the hypertensive population from Diamante D'Oeste/PR and to assess it in relation to adherence to antihypertensive therapy and which are main reasons for this. A sample of 46 patients were interviewed using two structured questionnaires, with an interval of 3 months. The variables were compliance/discontinuation of treatment by Morisky and Green Test, factors related to the staff, health care, drug therapy and patients, level of knowledge of hypertension and maintenance of blood pressure. Most of the patients consisted of women, married, white, with more than 60 years, retired and with low level of education. Based on the responses to the Morisky-Green test, the population was divided between adherent and non-adherent patients. Comparing the two questionnaires, it was observed that in both there was a high rate of non-adherent patients (more than 70%) to the pharmacological treatment and low follow-up medication time. However, even the non-adherent have their mean arterial pressure at normal or and borderline levels. About the factors related to the medical team and the health service there was little confidence in the doctor's health center and this was directly proportional to the adherence; dissatisfaction in doctor-patient communication, trust in other health care professionals and good understanding of explanations about the disease and medication, which correlated directly to the adherence. Interestingly, most patients considered that they were correctly told by the doctor on the correct therapeutic regimen, in contrast to the findings on the doctor-patient relationship. The most used therapeutic classes were inhibitors of angiotensin converting enzyme, inhibitors of platelet aggregation, beta-blockers and thiazide diuretics. The findings also showed a dominance of the regimen was with few pills, very low frequency of side effects and/or difficulty in taking medications. Most patients followed the same therapeutic regimen since the diagnosis of hypertension. There were many complaints of low frequency of regular consultations to monitor therapy and most patients had means to purchase their drugs if they were not supplied by official Health System. Regarding the level of knowledge of hypertension, there was a widespread ignorance about the disease and little knowledge of target organs and the importance of treatment. Most patients have a long time of diagnosis of hypertension. Physical exercise was more common in the adherent group, although the frequency of positive response has decreased in the second questionnaire, when patients were more concerned with measuring their BP. The free distribution of medication regimen, with fewer pills and no adverse effects were not key elements for adherence to the treatment, and improved communication with these patients seems to be the key point to explain the poor adherence. Thus, this study suggests that different interventions of the multidisciplinary team according to the characteristics and habits of each patient and improvement of doctor-patient relationship will be pivotal in facilitating treatment adherence.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/95305
Date January 2011
CreatorsElias, Gisele de Lima
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Assreuy Filho, Jamil
PublisherFlorianópolis
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format139 p.| il., grafs., tabs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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