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Educação histórica na perspectiva de jörn rüsen: limites, Possibilidades e desafios de uma experiência no ensino médio

O ensino-aprendizagem da História encontra-se em um caminho de descobertas. Novas
formas didáticas de desenvolver e identificar o conhecimento do aluno sobre história são
estudadas a partir da Alemanha pelo filósofo e historiador Jörn Rüsen. Em outros países
também existem grupos pesquisadores que empenham-se em provocar transformações na área
do ensino da disciplina na mesma linha do intelectual germano. Dessa maneira Rüsen e os
demais autores propõem trabalhar na perspectiva da Educação Histórica, a qual tem como
finalidade desenvolver a consciência histórica dos sujeitos da aprendizagem. Tomando esse
campo teórico como referência foi desenvolvida esta dissertação, a qual tem objetivo geral
conhecer os limites, possibilidades e desafios de ensinar História, a uma turma de primeiro
ano do Ensino Médio, segundo os princípios da Educação Histórica de Jörn Rüsen. Pautada
em esse objetivo a pesquisa empírica foi desenvolvida, em uma pequena escola da região
noroeste do estado do Rio Grande do Sul, com uma turma de trinta e seis alunos do primeiro
ano do Ensino Médio. Os procedimentos metodológicos para desenvolver a pesquisa sobre a
experiência de ensino-aprendizagem tiveram como base teórica a autoetnografia, pois tratouse
de uma investigação sobre própria prática em sala de aula. As atividades de ensinoaprendizagem
foram planejadas e desenvolvidas conforme o método da aula oficina, com o
intuito de propiciar aos educandos situar-se na história de seu lugar e seu cotidiano a partir de
investigações orientadas, produções textuais e socializações dos trabalhos, compartilhando os
conhecimentos com demais alunos da turma. Para a realização das análises foi utilizada a
metodologia de codificação aberta de Strauss e Corbin (2008), a qual auxilia no processo de
identificação da intencionalidade de expressão do sujeito. O processo de leitura e
interpretação das produções foi realizado com doze alunos da turma (36 alunos). Os limites
identificados durante o processo de ensino de História, a partir da proposição da Educação
História, mostraram-se em três âmbitos: (a) minha experiência de ensino/aprendizado como
professora (b) a importância dada à disciplina pelos sujeitos da escola – docentes e direção e
(c) a relação que os alunos haviam estabelecido com a disciplina, uma herança do Ensino
Fundamental. Durante o processo voltado a Educação Histórica, percebi as possibilidades
dicotômicas encontradas pelo caminho, considerando a defesa da continuidade pelos agentes
escolares – direção, docentes e alunos -, e a quebra desses paradigmas proposta em uma nova
forma dos sujeitos vivenciarem suas histórias. No momento em que levei a provocação para o
olhar crítico ao seu entorno, a proposta era a de que pensassem os problemas presentes, a
partir de suas situações econômicas e sociais. A forma de estabelecer um julgamento,
percebendo que valores éticos eram distorcidos, levou-os a terem posições de enfrentamento e
questionamento. Porém o receio não pode ser negado, assim, no momento em que teriam que
narrar essa competência prática, parte deles sentiam-se comprometidos em não externar
novamente suas manifestações. Identificar os desafios que o processo apresentou, foi
necessário avaliar os limites e as possibilidades, primeiro o meu desafio pessoal, a minha
inexperiência, o planejamento e as atividades propostas; segundo os desafios apresentados
pela escola e terceiro os alunos como desafiantes e desafiados. As tradições locais impunham
barreiras que adentravam os muros da escola, o que por vezes tornou-se um desafio para
desenvolver o estudo. Através da aprendizagem histórica, desafiei os alunos a transporem
estas barreiras, pois seriam eles a mudar as condições sociais impostas em Antares. Assim
estes jovens tiveram que construir um quadro histórico partindo de uma identificação histórica
não constituídas, por vezes inexistente, de um conteúdo que não haviam estudado.
Compreendi que não podemos definir a existência de uma consciência histórica plena, a
matriz disciplinar nos mostra e também considerando que a História é uma ciência em eterna
construção. / 287 f.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:bibliodigital.unijui.edu.br:123456789/5044
Date14 June 2018
CreatorsRodrigues, Lisiane Sales
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UNIJUI, instname:Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, instacron:UNIJUI
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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