CORTEZ, S.A.E. O efeito do trabalho infantil na estatura final de adultos jovens e características de sua escolaridade - Estudo da coorte de nascidos vivos entre 1978/79, nos hospitais de Ribeirão Preto, SP. 2005. 158 f. Tese (Doutorado) Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2005. Justificativa: Efeitos negativos a saúde da criança têm sido associados ao trabalho infantil. Entretanto, seus efeitos sobre o desenvolvimento humano ainda precisam ser melhor avaliados em razão do pequeno número de estudos existentes da deficiência de controle de fatores socioeconômicos. Objetivo: avaliar o efeito do trabalho infantil na estatura final e algumas características da escolaridade de jovens entre 22-25 anos pertencentes à coorte de nascidos vivos de parto único hospitalar de Ribeirão Preto, SP - 1978/79. Métodos: O presente estudo incluiu 2063 jovens, pertencentes a coorte inicial de 6827 nascidos vivos na cidade de Ribeirão Preto, Brasil (1978/79). Foram seguidos 30,2% dos homens e 33,5% das mulheres. O trabalho infantil foi classificado de acordo com a idade de início do primeiro trabalho: < 14, 14-16 e 17+ anos. Determinantes da altura foram considerados variáveis de confusão na análise, ao nascer (restrição do crescimento intra-uterino RCIU; comprimento ao nascer, idade materna, escolaridade materna, hábito de fumar na gravidez e ocupação do chefe de família) e na vida adulta (cor/etnia, número de irmãos e atividade física). Para as mulheres, idade da menarca também foi considerada. Análise de regressão linear múltipla estratificada por sexo foi realizada após análise bivariada. As variáveis foram selecionadas para o modelo utilizando-se o procedimento passo a passo com seleção retrógrada das variáveis. Interações plausíveis foram testadas. Análise seqüencial dos fatores associados à altura final também foi realizada, separadamente por sexo. Resultados: A altura média foi 176,0 cm (IC 95% 175,6 176,4) para homens e 162,7 cm (IC 95% 162,3 - 163,0) para mulheres. Trabalho antes dos 14 anos de idade foi observado em 20,4% dos homens e 12,4% das mulheres e trabalho entre 14 16 anos foi observado em 41,7 % dos homens e 36,7% das mulheres. Na análise bivariada o trabalho infantil foi associado à mais baixa estatura final tanto para homens (p= 0.007) quanto para mulheres (p=0.004). No entanto, esta associação não se manteve após o controle pelos fatores de confusão. A análise seqüencial sugere que tanto para os meninos como para as meninas as variáveis sócio econômicas interferiram na associação do trabalho infantil e altura final. Ter trabalhado na infância resultou em pior resultado escolar comparados com quem não trabalhou na infância. Aqueles que iniciaram no trabalho antes dos 14 anos e que não estudavam no momento da pesquisa, 62,3% pararam seus estudos no ensino médio sendo que 30,2% pararam de estudar antes de completar 9 anos de estudo. Para quem iniciou o trabalho entre 14-17 anos, 66% chegaram ao ensino médio e 16,4% tem escolaridade acima de 12 anos. Conclusão: Os resultados deste estudo não corroboram com a hipótese de associação independente entre trabalho infantil e altura final. Este resultado se explica pela ação dos confundidores sociais. Observou-se também que não ter trabalhado na infância propicia um melhor resultado escolar, sendo observado que 60,2 % dos que iniciaram atividade laborativa após 17 anos tem escolaridade alta (acima de 12 anos). / CORTEZ, S.A.E. The effects of child labor on the final height and schooling level of a 22-25 years old population-based-cohort from Ribeirão Preto, Brazil. 2005. 158 f. Thesis (Doctoral) Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2005. Background: Several adverse health effects have been associated with child labor. However, its effects on human growth are still debatable mostly because of the poor study designs and lack of control of socioeconomic factors. Aim: to assess the effects of child labor on the final height and schooling level of a 22-25-yr old population-based-cohort from Ribeirão Preto, State of São Paulo, located in one of the wealthiest areas in Brazil.Methods: The study included 2063 singletons (30,2% males and 33,5% females), from the initial cohort of 6827 live births in the city of Ribeirão Preto, Brazil (1978/79). Height was measured in centimeters at the follow-up examination. Child labor was defined according to the age at the first job (< 14; 14-16; 17yrs+). Known determinants of height and possible confounders were considered in the analysis, at birth (intrauterine growth restriction IUGR, length at birth, mothers age and education, maternal smoking habit, and socioeconomic position), and at adult age (color/ethnicity, number of siblings, physical activity). For females, age at menarche was also considered as confounder. Statistical analysis was performed separately for males and females. Bivariate and stratified analysis was followed by multivariate linear regression analysis. Variables were selected into the model using a backward stepwise-like selection. Plausible interactions were tested and residual analysis was performed. Moreover, sequential analysis of confounder factors associated to the final height was performed. Results: Mean height was 176.0 cm (95% CI 175.6-176.4) for males and 162.7 cm (95% CI 162.3 163.0) for females. Labor before 14 yrs of age was observed in 20.4% of males and 12.4% of females, and labor between 14 and 16 yrs of age was observed for 41.7% of males and 36.7% of females. In the bivariate analysis child labor was statistically associated with lower height for both males (p=0.0065) and females (p=0.007). However, this association did not remain significant after adjusting for confounders. The sequential analysis suggested that for both males and females socioeconomic factors were the most important factors. Regarding schooling achievement, among those who worked before 14 years old and were not studying at the moment of the study, 62,3% finished or withdraw the studies at any moment during the high school the 30.2% before completing 9 years of study. High school profile was similar for those who begin to work between 14 and 17 years old and 16.4% achieved more than 12 years old of study. Conclusion: our study did not support the association between child labor and final height. Moreover, it was observed that those children who did not work early in life achieved higher schooling levels.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-06082011-173944 |
Date | 05 August 2005 |
Creators | Solange Aparecida Estevão Cortez |
Contributors | Marco Antonio Barbieri, Simone Gonçalves de Assis, Antonio de Azevedo Barros Filho, Paulo Rogerio Gallo, Antônio Augusto Moura da Silva |
Publisher | Universidade de São Paulo, Medicina (Saúde da Criança e do Adolescente), USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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