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Evolução das capturas, idade, crescimento e recrutamento de espécies de Lutjanidae do nordeste do Brasil

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Previous issue date: 2008 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / A família Lutjanidae se distribui amplamente em mares tropicais e subtropicais
ocorrendo em ambientes recifais. Esta família é constituída por cento e três espécies,
distribuídas em quatro subfamílias (Apsilinae, Etelininae, Lutjaninae e Paradicichtinae). As
subfamílias Lutjaninae e Etelininae são representadas por quatro gêneros (Etelis, Lutjanus,
Ocyurus e Rhomboplites) sendo que onze espécies, representantes destes gêneros, ocorrem em
águas Brasileiras. A costa oeste do Atlântico Sul é reconhecida por apresentar espécies de
peixes endêmicas, incluindo uma espécie de Lutjanidae, apresentando certo nível de
relacionamento com a ictiofauna da costa oeste do Atlântico Norte em termos de espécies
compartilhadas e irmãs. Espécies da família Lutjanidae passam a maior parte da vida
reprodutiva sendo exploradas pela pesca, nos diversos mares onde ocorrem. Sobre a
plataforma continental Brasileira, entre as costas norte e central, onze espécies de Lutjanidae
têm importância histórica nas capturas da pescaria artesanal de peixes demersais. Para a
região estudada, ao longo de quatro décadas, a evolução das capturas da pesca de linha, sobre
espécies de Lutjanidae promoveu modificações na estrutura de tamanhos do estoque da
população de Lutjanus purpureus nas costas norte e nordeste. E, com o declínio das capturas
dessa espécie o elenco de espécies alvo das capturas se ampliou para outros representantes
dos gêneros Lutjanus, Ocyurus, Rhomboplites e Etelis, devido à fragmentação da frota e
capturas entre as colônias de pescadores existentes ao longo da costa. Atualmente cinco
espécies mais importantes nas capturas estão no limite de máxima explotação e duas novas
categorias passaram a ser alvo das capturas da pesca de linha. Existe, entre os pescadores, a
opinião de que os estoques de lutjanídeos não se recompõem devido aos altos níveis de
esforço de pesca e a prática de pesca predatória, como a pesca de arrasto e com ar
comprimido e arpão. As espécies de Lutjanus, Ocyurus, Rhomboplites e Etelis que ocorrem
em águas Brasileiras vivem entre 20 e 30 anos, crescem rapidamente nos três primeiros anos,
estabilizando com baixa taxa de crescimento sobre a maior parte das classes etárias (K<0,3).
Os Lutjanidae apresentam padrão de distribuição por profundidade em relação à idade, com a
pesca atuando sobre as coortes jovens e velhas, através de diferentes categorias de frotas
pesqueiras e artes de pesca. Algumas das espécies estudadas demonstraram a necessidade de
permanecer em habitats diferentes, durante a transição pelágica para bentônico, migrando para
recifes mais profundos à medida que crescem e envelhecem. Manter a conexão entre as fases
larval, juvenil e adulta é crucial para essas populações. Como os Lutjanidae necessitam de
conectividade entre múltiplos habitats, a aplicação de manejo pesqueiro tradicional falha,
sendo recomendada a aplicação em conjunto: o manejo pesqueiro tradicional, estabelecendo
analiticamente limites e períodos de capturas bem como o controle do esforço pesqueiro, e a
criação de áreas marinhas protegidas, que englobem na totalidade todos estes ecossistemas
que esse grupo utiliza em seus ciclos vitais, pois somente mantendo os parâmetros
populacionais (reprodução, recrutamento, crescimento e mortalidade) em equilíbrio bem
como os habitats essenciais próximos às condições originais se alcançarão condições
necessárias para os estoques de Lutjanidae se recomporem tornando a pesca sustentável

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/8019
Date31 January 2008
CreatorsREZENDE, Sergio Magalhães
ContributorsFERREIRA, Beatrice Padovani
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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