Return to search

Comida forte e comida fraca

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2009 / Made available in DSpace on 2012-10-24T10:54:57Z (GMT). No. of bitstreams: 1
275820.pdf: 5541122 bytes, checksum: e312957434dcab96e34fc800a3787fff (MD5) / Este trabalho se propõe a compreender a alimentação dos Kaingáng da Terra Indígena (TI) Xapecó (SC) por uma perspectiva antropológica, contemplando seus aspectos práticos e simbólicos. Entre os povos ameríndios a alimentação articula-se intimamente com suas concepções sobre corpo, influenciando-o diretamente. Entre os Kaingáng, a fabricação dos corpos articula-se com a mudança ocorrida na alimentação entre o "tempo dos antigos" e hoje. De acordo com a rede semântica nativa, a "comida antiga" era mais "forte" que a atual, bem como o corpo das pessoas que dela comiam. A nova comida, do "branco", considerada "fraca", estaria construindo corpos também "fracos" e mais suscetíveis à doenças entre os jovens. São abordados ainda festas, jogos, visitas e outros modos de compartilhamento de comida. Esses eventos serão analisados à luz da cosmologia Kaingáng, a fim de entender a lógica da generosidade e as diversas trocas operadas nesses contextos, seja entre homens ou entre homens e deuses. Essas práticas são compreendidas como práticas de auto-atenção à saúde do grupo um como todo, tendo em vista que fortalecem todo o corpo social, além de valorizarem a distribuição e produção de "comida forte", considerada saudável pelos Kaingáng. / This study seeks to understand alimentary practices of the Kaingáng of the Xapecó Indian Reservation from an anthropological perspective that considers its practical and symbolic aspects. Among Amerindian peoples, food is closely tied to their views on the body, influencing it directly. Among the Kaingáng these bodily aspects are articulated with changes in alimentation between the "time of the elders" and today. According to the native semantic network, "ancient food" is "stronger" than that which has been introduced with contact, as well as the bodies that consumed it. The new food, "white" food, is considered "weak", and it is producing the weak" bodies of the youth, making them more susceptible to illness. Festivities, games, visiting and other occasions that involved the sharing food were studied. These events were analyzed in the light of Kaingáng cosmology, in order to understand the logic of generosity and the various exchanges performed in these contexts, be they between humans or between humans and gods. These practices are also considered to be health practices for the group as a whole, since they strengthen the social body, and value the distribution and production of the "strong food" considered healthy by the Kaingáng.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/92660
Date January 2009
CreatorsOliveira, Philippe Hanna de Almeida
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Langdon, Esther Jean
PublisherFlorianópolis, SC
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatix, 142 p.| il.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.1347 seconds