[pt] O presente trabalho analisa o silêncio, como um importante componente do discurso, em situações comunicativas do português brasileiro, bem como o modo como os brasileiros em geral lidam com o silêncio como resposta em interações dialógicas. Na cultura brasileira, classificada como multiativa
(Lewis, 2006), ou seja, extremamente coletivista e prolixa, tende-se a evitar ficar em silêncio, o que poderia ser constrangedor para o falante e para o interlocutor. Por outro lado, para algumas outras culturas, como as asiáticas em geral, a quietude é valorizada socialmente, entendida como sinal de
respeito e polidez e, portanto, é sentida como confortável. Diante desse fato, portanto, em uma interação intercultural, a probabilidade de haver choques e desentendimentos é grande: enquanto um permanece silente pensando estar sendo polido, o outro pode entender essa atitude como desinteressada e impolida. Tendo por base o Interculturalismo e a Pragmática, com estudos interculturalistas de Lewis (2006), as categorias de valor do silêncio deTannen (1985) e o conceito de face de Goffman (1967), analisam-se, então, situações de silêncio em interações. Para tanto, foram utilizados como corpus diálogos dos longa-metragens brasileiros Que horas ela volta? (2015) e Como nossos pais (2017), em que há silêncio como resposta. A partir dos dados, foram classificadas situações em que o silêncio poderia ter valor
positivo, negativo ou ambíguo. Sendo assim, essa pesquisa oferece subsídios para professores de Português como Segunda Língua para Estrangeiros (PL2E) entenderem melhor o valor do silêncio em interações no português do Brasil, a fim de minimizar mal-entendidos quando os aprendizes dessa língua entram em contato com falantes nativos. / [en] The present work analyzes silence as an important component of the discourse, in communicative situations of Brazilian Portuguese, as well as the way that Brazilians in general deal with silence as a response in dialogical interactions. In Brazilian culture, classified as multi-active (Lewis, 2006),
that is, extremely verbose and collectivist, people tend to avoid being silent, as this could be embarrassing, for the speaker and for the other. In contrast, for some other cultures, such as Asian, quietness is more comfortable, and even socially valued, as a sign of respect and politeness. Given this fact, therefore, in an intercultural interaction, it is possible to occur cultural shocks and misunderstandings: while one remains silent thinking he is being polite, the other can understand this attitude as impolite and disinterested. Therefore, it is intended, with the research, to offer subsidies for teachers of Portuguese as a Second Language for Foreigners (PL2E) regarding silence in interactions, in order to minimize misunderstandings when language learners come into contact with native speakers . The study is based on
Interculturalism and Pragmatics, with intercultural studies by Lewis (2006), Tannen s (1985) categories of silence value and Goffman s (1967) concept of face. For this purpose, dialogues from The second mother (2015) and Just like our parents (2017) – both brazilian movies – were used as corpus. From the data, the situations were classified in which silence could have a positive, negative or ambiguous value.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:51039 |
Date | 28 December 2020 |
Creators | ALESSANDRA ZAGER TINOCO VIANA |
Contributors | ROSA MARINA DE BRITO MEYER |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | TEXTO |
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