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O gênero vai à roça : a presença de professores homens na educação no/do campo

O presente estudo teve como objetivo analisar as questões de gênero e sexualidade suscitadas a partir da presença de professores homens que atuam nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental em duas roças no interior da Bahia. Ao longo do processo de generificação das profissões, diversos ofícios foram feminizados. Contudo, o magistério se destaca entre os demais, pois ainda hoje há uma acentuada demarcação dessa profissão como ideal para as mulheres. A pesquisa situa-se nos campos teóricos dos estudos de gênero, estudos culturais e pós-estruturalismo e estudos das masculinidades. A roça foi compreendida na pesquisa enquanto um lugar generificado e sexualizado que apresenta seus próprios discursos nas construções de gênero e sexualidade. Embora não seja o foco central da pesquisa a Educação do/no Campo também é abordada na dissertação, uma vez que é nessa modalidade de ensino que as duas escolas pesquisadas estão inseridas. A metodologia escolhida foi a etnografia e como procedimentos de produção de dados foram utilizadas a observação-participante, a elaboração do caderno de anotações e entrevistas-semiestruturadas Foram entrevistados dezesseis adultos, sendo pais, professores/as gestores/as e quatro crianças, duas de cada escola. Além das conversas informais com diversos atores sociais da comunidade escolar e rural, mas os três professores homens são considerados os principais informantes da pesquisa. A partir das análises realizadas é possível concluir que a presença dos professores homens na docência com crianças ainda desperta questionamentos, tensões e pânicos morais. Foi possível observar que essas construções discursivas refletem nas suas aulas e na relação com as crianças. A partir dos dados produzidos emergiram três categorias analíticas centrais: o medo da pedofilia, os questionamentos em torno das masculinidades dos professores e as práticas pedagógicas que buscam um distanciamento de qualquer elemento considerado culturalmente como feminino. Por meio de diferentes discursos esses homens ao optarem por uma profissão historicamente feminizada são vistos como fora do lugar. / The current paper aimed to analyze gender and sexuality issues aroused from the presence of two male teachers who work in the First Years of Elementary School in two different sites in the countryside in the State of Bahia. Along the gender formation process present in the occupations, several ones were considered feminine. However, the teaching stands out from the others, once even today there is a pronounced demarcation of this profession as ideal for women. The present research is located in the theoretical fields of gender studies, cultural studies and also post-structuralism. The countryside was understood in the research as a gendered and sexualized place which presents its own discourses in the construction of gender and sexuality. Although it is not the central focus of this research, the Education in/of the countryside is also approached in the dissertation, once it is in this teaching modality that the two researched schools are inserted. The methodology chosen was the ethnography and as the data production procedures the participative-observation was utilized, as well as the elaboration of a diary for notes and also semi-structured interviews Sixteen adults were interviewed, among parents, teachers, school administrators as well as four children, two from each school. Besides the informal conversations with several social actors from the school community and the rural community, the three male teachers were considered the main informers of the research. From the carried analyzes it is possible to conclude that the presence of male teachers within the context of the teaching practicing with children still provokes questionings, tensions and moral panic. It was possible to observe that such discursive constructions are reflected in their classes and in their relation with the children. From the produced data, three central analytic categories emerged: the fear of pedophilia, the questionings around the teachers‟ masculinities and the pedagogical practices which search for a distance from any element culturally considered as feminine. By means of different discourses, these men, by opting for a historically feminine profession are seen as out of their places.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/170321
Date January 2017
CreatorsXavier, Antonio Jeferson Barreto
ContributorsSeffner, Fernando
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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