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Entre a mulher e a mãe: reflexões sobre a vulnerabilidade psíquica das mulheres no pós-parto

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Previous issue date: 2017-11-27 / Essa tese surge das inquietações suscitadas a partir da prática clínica psicanalítica da pesquisadora, mais especificamente, nas escutas de mulheres em estado puerperal e ao longo dos primeiros anos de vida do bebê, bem como da literatura produzida sobre essa temática. Percebe-se que o testemunho clínico contrasta fortemente com a premissa disseminada nas sociedades psicanalíticas de que para Sigmund Freud a mulher alcança sua feminilidade e se realiza como mulher quando por fim se torna mãe. A presente tese, então, tanto discute a premissa freudiana que equivale mãe e mulher, o que colabora para estabelecer um modelo normativo de mãe, quanto mais investiga, em literatura de diversas vertentes, o debate sobre a idealização da maternidade, que aparece como um dos construtos que fazem do puerpério um período de intensa vulnerabilidade psíquica. A hipótese sustentada é de que a vulnerabilidade psíquica do pós-parto corresponde a um estado psicológico materno próprio das sociedades contemporâneas ocidentais. Partindo dessa hipótese, a pesquisadora procura identificar na literatura o que a psicanálise freudiana oferece para tal reflexão. Para tal percurso são priorizados cinco discursos: a) o lugar que a mãe e a mulher ocupam na teoria freudiana, a partir de obras selecionadas de Sigmund Freud que abordam o tema do feminino e da histeria; b) o lugar da mãe e da mulher na história da psicanálise, a partir da historiadora francesa Elisabeth Roudinesco e do psicanalista francês Jacques Lacan; c) a história da construção do mito da maternidade na sociedade ocidental, a partir da historiadora e feminista francesa Elisabeth Badinter; d) a abordagem sociológica sobre a maternidade, a partir da socióloga, feminista e psicanalista americana Nancy Chodorow; e) as particularidades do campo materno que a psicologia perinatal trouxe à luz; e, por fim, f) o lugar do pai no contexto perinatal. Tal percurso subliminarmente se faz por um tipo de leitura que decola da experiência clínica. O material clínico que serve à análise proposta, no entanto, advém da própria literatura acessada e não da clínica pessoal da pesquisadora. Trata-se, portanto, de uma pesquisa psicanalítica combinada à pesquisa documental de base bibliográfica. / This thesis arises from concerns that arose from the researcher psychoanalytic clinic practice, more specifically, about women in the puerperal state and during the first years of the baby's life, as well as the literature produced on this subject. It has been observed that the clinical testimony contrasts strongly with the premise disseminated by psychoanalytic societies that for Sigmund Freud the woman reaches its femininity and she feels realized as woman when she becomes mother. The present thesis, therefore, discusses both the Freudian premise that supposes to be equivalent the mother and the woman, collaborating to establish a normative model of mother, as well as, investigate in literature from various perspectives, the debate about the idealization of motherhood, which appears as one of the constructs that make the puerperium a period of intense psychic vulnerability. The main hypothesis is that the postpartum psychic vulnerability corresponds to a maternal psychological state proper to contemporary western societies. Starting from this hypothesis, the researcher seeks to identify what Freudian psychoanalysis offers for such reflection. For this discussion five discourses are focused: a) the place that the mother and the woman occupy in the Freudian theory, taking into account selected works of Sigmund Freud on the feminine and the hysteria; b) the place of mother and woman in the history of psychoanalysis, based on the french historian Elisabeth Roudinesco and the french psychoanalyst Jacques Lacan; c) the history of the myth of motherhood construction in western society, taking from the perspective of the french feminist historian Elisabeth Badinter; d) the sociological approach to motherhood, as it is approached by the american sociologist, feminist and psychoanalyst Nancy Chodorow; e) the particularities of the maternal field that the Perinatal Psychology has brought to light; and, finally, f) the father's place in the perinatal context. This discussion is based on reflections that take into account the clinical experience. The clinical material that serves to the analysis proposed, however, comes from the literature itself and not from the researcher personal clinic. It is, therefore, a psychoanalytic research combined with bibliographic-based documentary research.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:magneto.ucsal.br:prefix/397
Date27 November 2017
CreatorsLeal, Fernanda Andrade
ContributorsBastos, Ana Cecília de Sousa Bittencourt, Castro, Mary Garcia, Bacha, Marcia Simões Corrêa Neder, Cavalcanti, Vanessa Ribeiro Simon, Ferandes, Cláudia Mascarenhas, Menezes, José Euclimar Xavier de
PublisherUniversidade Catolica de Salvador, Família na Sociedade Contemporânea, UCSAL, Brasil, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UCSAL, instname:UCSAL, instacron:UCSAL
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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