[pt] A forma desta tese é a de um longo ensaio filosófico. Ela atravessa o circuito das eras do pensamento metafísico, tendo por questão nuclear o que nela se define pelo conceito de metalugar. O termo metalugar, presente no título do trabalho, remete a uma estrutura labiríntica, ou melhor, à forma de um palíndromo feito não com letras, mas com signos e ideias cuja escrita e articulação convidam a travessias de pensamento pelo âmago de cada era metafísica. A escrita que se desenvolve nesse ensaio excursiona por giros especulativos e possui como inspiração o escudo de Aquiles, artefato e, também ele, uma espécie de metalugar, cuja fabricação pelas mãos do deus Hefesto, na Ilíada, inaugura no Ocidente uma imagem-concepção de mundo. A tese desenha-se na similitude do escudo heféstico, plasmada para pensar forças que imperaram metafísicamente desde as origens do Ocidente, desenhando mundos (ou melhor, eventos) que com base nelas se definiram. Compõe-se de três capítulos: 1) Khôra, metalugar onde a phýsis ganha os traços que lhe dão contornos inteligíveis; 2) Díesis, metalugar de onde emerge o absoluto, onde se inscreve a dúplice composição da natura e da subjetividade; 3) Sýnkhysis, metalugar onde se verte a tradução de Babel em caos turbilhonante da produção das diferenças. A khôra de égide platônica, a díesis de égide cartesiana e a sýnkhysis de égide babélica formam uma tríade dos metalugares. A estruturação triádica da tese, em três capítulos, não se dá por acaso. Corresponde à intuição de que cada era da metafísica vem a ser dominada por um metalugar. Cada era desenha-se sobre a superfície de um metalugar e a ela corresponde a criação de um nome. O nome é como se fosse um escudo. A tese é, em outras palavras, um metalugar que cria nomes de metalugares, a partir dos quais se fiam os conceitos fundamentais que urdem cada era. O metalugar é, em suma, onde se desenha o evento de uma era, o útero de onde se dá a eclosão do seu ser e seu devir. / [en] The form of this thesis is that of a long philosophical essay. It crosses the circuit of the ages of metaphysical thought, having as its nuclear question what is defined by the concept of metaplace. The term metaplace, present in the title of the work, refers to a labyrinthine structure, or rather, to the shape of a palindrome made not with letters, but with signs and ideas whose writing and articulation invite the crossing of thought at the heart of each metaphysical era. The writing developed in this essay tours through speculative turns and is inspired by the Achilles shield, an artifact and, also, a kind of metaplace, whose manufacture by the hands of the god Hephaestus, in the Iliad, inaugurates in the West an image-conception of world. The thesis draws on the similarity of the hephetic shield, shaped to think of forces that have prevailed metaphysically since the origins of the West, designing worlds (or rather, events) that were defined based on them. It consists of three chapters: 1) Khôra, metaplace where phýsis gains the features that give it intelligible contours; 2) Díesis, metaplace from which the absolute emerges, where the double composition of natura and subjectivity is inscribed; 3) Sýnkhysis, metaplace where Babel s translation is seen in turbulent chaos in the production of differences. The platonic aegis khôra, the cartesian aegis díesis and the babelic aegis sýnkhysis form a triad of the metaplaces. The triadic structuring of the thesis, in three chapters, is not by chance. It corresponds to the intuition that each age of metaphysics comes to be dominated by a metaplace. Each era is drawn on the surface of a metalugar and it corresponds to the creation of a name. The name is like a shield. The thesis is, in other words, a metaplace that creates names of metaplaces, from which the fundamental concepts that weave each era are based. The metaplace is, in short, where the event of an era is drawn, the uterus from which the outbreak of your being and your becoming occurs.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:50229 |
Date | 06 November 2020 |
Creators | IRLIM CORRÊA LIMA JÚNIOR |
Contributors | EDGAR DE BRITO LYRA NETTO |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
Page generated in 0.0024 seconds